Estrutura do plutão do granito do Caramulo: aplicação do método ASM

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fonseca, Filipa da Costa Pinto
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/25828
Resumo: Este trabalho teve como principal objectivo o estudo das rochas graníticas que afloram no denominado Plutão do Caramulo, sob o ponto de vista estrutural (fracturação) e de anisotropia de susceptibilidade magnética, de modo a contribuir para o conhecimento acerca do seu modelo de instalação. O Plutonito do Caramulo situa-se na fronteira entre a Beira Litoral e a Beira Alta, na parte centro ocidental do território português, e está inserido na Zona Centro Ibérica. Este corresponde a uma importante intrusão varisca, sin- a tardi-D3, que intruiu os metassedimentos do Complexo Xisto-Grauváquico (CXG), pertencentes ao Grupo do Beiras, e de idade do Neoproterozóico / Câmbrico Inferior. Um total de 117 amostras, distribuídas por 27 afloramentos, foram recolhidas e nas quais foram determinados os valores de susceptibiliadade magnética (SM). Os valores de susceptibiliadade magnética (Km) obtidos foram baixos, oscilando entre 2.0x10-5 e 9.0x10-5 SI. A anisotropia de susceptibilidade magnética foi quantificada através dos parâmetros anisotropia total (P%) e do parâmetro de forma (T). As secções mais anisotrópicas do plutão encontram-se na sua periferia, principalmente nas proximidades do contacto nordeste, o que sugere a presença de fácies mais biotíticas nestes sectores. Os valores de T indicam que a maioria dos granitos apresenta “fabric” planar com excessão do sector central e dos extremos NO e SE, onde o “fabric” é linear. Face à correlação entre o elipsóide de SM e o “fabric” mineral, a baixa anisotropia e a fraca ou inexistente deformação no estado sólido do granito do Caramulo, a foliação e a lineação magnéticas devem corresponder, respectivamente, à foliação e lineação magmáticas. O padrão definido pela orientação da foliação sugere que o fluxo magmático ter-se-á processado paralelamente aos contactos com os metassedimentos encaixantes. Contudo, há também evidências que apontam para a influência da deformação regional aquando da instalação do magma granítico. Com efeito, a forma alongada do plutão e a direcção dominante da lineação, paralelas às estruturas variscas da D3, sugerem que o fluxo do magma também esteve controlado tectonicamente por esta fase de deformação. A atitude dos planos de diaclases foram medidas em oito locais distribuídos pelo maciço granitico, tendo-se verificado a existência de duas famílias principais de diaclases com orientações NO-SE e NE-SO (subverticais) e uma terceira grande família com pendores sub-horizontais. O estudo das imagens aéreas permitiu identificar a fracturação geral predominante que não diferem muito do diaclasamento
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Os valores de susceptibiliadade magnética (Km) obtidos foram baixos, oscilando entre 2.0x10-5 e 9.0x10-5 SI. A anisotropia de susceptibilidade magnética foi quantificada através dos parâmetros anisotropia total (P%) e do parâmetro de forma (T). As secções mais anisotrópicas do plutão encontram-se na sua periferia, principalmente nas proximidades do contacto nordeste, o que sugere a presença de fácies mais biotíticas nestes sectores. Os valores de T indicam que a maioria dos granitos apresenta “fabric” planar com excessão do sector central e dos extremos NO e SE, onde o “fabric” é linear. Face à correlação entre o elipsóide de SM e o “fabric” mineral, a baixa anisotropia e a fraca ou inexistente deformação no estado sólido do granito do Caramulo, a foliação e a lineação magnéticas devem corresponder, respectivamente, à foliação e lineação magmáticas. O padrão definido pela orientação da foliação sugere que o fluxo magmático ter-se-á processado paralelamente aos contactos com os metassedimentos encaixantes. Contudo, há também evidências que apontam para a influência da deformação regional aquando da instalação do magma granítico. Com efeito, a forma alongada do plutão e a direcção dominante da lineação, paralelas às estruturas variscas da D3, sugerem que o fluxo do magma também esteve controlado tectonicamente por esta fase de deformação. A atitude dos planos de diaclases foram medidas em oito locais distribuídos pelo maciço granitico, tendo-se verificado a existência de duas famílias principais de diaclases com orientações NO-SE e NE-SO (subverticais) e uma terceira grande família com pendores sub-horizontais. O estudo das imagens aéreas permitiu identificar a fracturação geral predominante que não diferem muito do diaclasamentoThe main goal of this work was the study of granitic rocks that outcrop in Caramulo Pluton, through the method of anisotropy of magnetic susceptibility and the structural aspect, in order to increase the knowledge of its installation model. The Caramulo Massif lies in the border between Beira Alta and Beira Litoral, in the western part of the portuguese territory and it is part of the Central-Iberian Zone. The sector under study is an important sin- a tardi-D3 variscan intrusion, that intrudes the metassediments of Neoproterozoic / Lower Cambrian age (belonging to the Beiras Group of the Complexo Xisto-Grauváquico - CXG). A total of 117 samples, distributed by 27 outcrops, were collected and the magnetic susceptibility (MS) values were determined one by one. These results were low and oscillated between 2.1x10-5 and 9.0x10-5. The anisotropy of magnetic susceptibility was quantified through the total anisotropy (P%) parameter and the shape parameter (T). The sectors with the highest anisotropy are the borders of the massif, mostly in the north and easten limit, which suggests that biotite is more present in those zones. The values of T indicate that the majority of the pluton presents planar fabric excluding the central sector and the NW and SE extremes, where the fabric is linear. Due to the correlation between the MS ellipse and the mineral fabric, the low anisotropy and the almost absent deformation of the granite in the solid state, the magnetic foliation and lineation must be the same as the magmatic ones. The pattern defined by the orientation of the foliation suggests that the magmatic flow, probably, had been processed alongside to the contacts with the metassediments. Although there is evidences that indicates that the regional deformation influenced the granite installation. The elongated shape of the massif and the main direction of the lineation, which are alongside to the D3 variscan structures, suggests that the flow must had been tectonically controlled by the third fase of deformation. The orientation of the joints was measured in eight spots, the existence of two main joint families were verified with NW-SE and NE-SW directions and a third one, which is a major family of sub horizontal dip. The study of aerial images allowed to identify the main general fractures which have similar directions to the joints2019-04-23T09:17:22Z2018-12-21T00:00:00Z2018-12-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/25828TID:202237362porFonseca, Filipa da Costa Pintoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:50:03Zoai:ria.ua.pt:10773/25828Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:58:59.407937Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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