O consenso de Beijing em África : o caso de Moçambique : 2001-2014

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Flores, Miguel Vieira
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/22081
Resumo: Esta tese visa compreender até que ponto o “modelo chinês” – conhecido por Consenso de Beijing – se está a impor em África, e se constitui, de facto, uma ameaça à expansão da democracia liberal no continente. Moçambique – país apontado como um modelo de cooperação com os doadores ocidentais, mas onde a presença chinesa tem vindo a crescer a um ritmo impressionante – foi escolhido como estudo de caso. A ascensão da China é vista como uma ameaça à disseminação dos valores políticos e económicos ocidentais, muitas vezes referidos sob o termo genérico de Consenso de Washington. Este conceito, na sua génese, era apenas um sumário de dez prescrições de política económica para a América Latina; foi depois considerado, sucessiva e erroneamente, como sinónimo dos Programas de Ajustamento Estrutural do FMI; da doutrina económica do neoliberalismo; e do capitalismo democrático. O Consenso de Beijing nasceu como um modelo de desenvolvimento cujo objectivo era sumariar os ensinamentos do milagre económico chinês; o termo passou depois a ser utilizado como sinónimo do sistema chinês de “leninismo de mercado”. A presença cada vez mais significativa da China em África e o exemplo do seu sucesso económico têm aumentado o interesse dos líderes africanos por este modelo em detrimento do poder de atração do liberalismo democrático. Este estudo demonstra que o Consenso de Beijing é muito dificilmente replicável em Moçambique; porém, o financiamento da China pode contribuir para alimentar o sistema clientelar do partido no poder. Se a elite governante é muito receptiva ao “modelo chinês” o mesmo não se poderá dizer da população e da sociedade civil – a primeira admira o crescimento económico que este proporciona mas mantém a sua lealdade para com a democracia; a segunda rejeita-o na sua totalidade
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