A antropologia de S. Ireneu como resposta à antropologia gnóstica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/23860 |
Resumo: | O quadro histórico-cultural dos primeiros três séculos da era cristã permite-nos compreender, por um lado, como a visão clássica do homem, mormente a filosofia platónica, marcou a antropologia cristã, por outro, ajuda-nos a perceber como a antropologia bíblico-judaica, também esta devedora do contexto helenístico, conferiu a marca decisiva à visão cristã do homem. Neste contexto cultural e sob influxo de outras tradições religiosas emergiu o gnosticismo, propondo uma antropologia de teor doceta e dualista. Não sendo possível tratar com profundidade toda a problemática, tentámos a síntese possível da antropogonia à soteriologia gnóstica, a fim de melhor situarmos a antropologia de S. Ireneu. Esta, de facto, coloca-se em plena contraposição com o pensamento gnóstico. Os primeiros elementos de contraste aparecem na exegese bíblica quer das passagens do livro do Génesis (Gn 1,26-27 e Gn 2,7), quer dos textos paulinos que abordam temas antropológicos. Outro aspeto é o do corpo humano, dimensão depreciada entre os gnósticos, mas exaltada e tida em grande consideração por Ireneu e outros autores eclesiásticos como ele que a julgam meio essencial para que se realizasse a salvação humana. A salus carnis e a divinização do ser humano constituem a realização do plano de salvação divina que começou a manifestar-se visivelmente com a encarnação do Verbo. A obra redentora de Jesus Cristo é descrita e desenvolvida pelo Bispo de Lião dentro da ação trinitária do Pai que através das “suas mãos”, o Filho e o Espírito, não somente cria o homem “à sua imagem e semelhança”, como também restitui a mesma imagem e semelhança ao ser humano depois de tê-las perdidas pelo pecado. |
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