Doença hepática terminal na infância por colestase intra-hepática familiar progressiva – espetro clínico-laboratorial e histopatológico e pós-transplante hepático

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pimentel, João Miguel Figueiredo Henriques
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/98301
Resumo: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
id RCAP_e89ef7d083cbbed2d39e1382751eb644
oai_identifier_str oai:estudogeral.uc.pt:10316/98301
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Doença hepática terminal na infância por colestase intra-hepática familiar progressiva – espetro clínico-laboratorial e histopatológico e pós-transplante hepáticoEnd-stage liver disease in childhood due to progressive familial intrahepatic cholestasis - clinicolaboratorial and histopathological spectrum and post-transplant evolutionColestase intra-hepática familiar progressivaTransplante hepáticoCirroseColestasePediatriaProgressive familial intrahepatic cholestasisLiver transplantCirrhosisCholestasisPediatricsTrabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de MedicinaColestase intra-hepática familiar progressiva (progressive familial intrahepatic cholestasis, PFIC) representa a designação de um grupo de doenças autossómicas recessivas que causam colestase intra-hepática, habitualmente, na infância. Seis tipos estão descritos. Na maioria ocorre rápida progressão para cirrose e doença hepática terminal, sendo a transplantação hepática o único tratamento curativo disponível. Pretendeu-se caracterizar os doentes com diagnóstico de PFIC, submetidos a transplante hepático em idade pediátrica, em Portugal. Foram analisados dados clínicos, laboratoriais, imagiológicos e histopatológicos, com recurso à consulta dos processos clínicos dos doentes. Entre 1994 e 2020, foram transplantados nove doentes com PFIC, na Unidade de Hepatologia e Transplantação Hepática Pediátrica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, quatro do sexo feminino e cinco do sexo masculino, com mediana de idade no transplante de três anos e nove meses, dois com PFIC1, quatro PFIC2, um PFIC3, um PFIC4 e um PFIC5. A doença manifestou-se nos primeiros dois anos em oito doentes, quatro deles no primeiro mês. Ocorreu evolução para cirrose em todos, oito com hipertensão portal. Os doentes com PFIC1 desenvolveram osteoartropatia hipertrófica e manifestações extra-hepáticas – atraso de crescimento e diarreia crónica. Dois doentes (PFIC2 e PFIC4) desenvolveram carcinoma hepatocelular (CHC). Histologicamente, todos os casos demonstraram fibrose e evolução cirrótica, associada a colestase e reação ductular na PFIC1; hepatite de células gigantes, hepatócitos xantomatosos e colestase na PFIC2; reação ductular na PFIC3; transformação xantomatosa e colestase na PFIC4; reação ductular na PFIC5. Os doentes com PFIC1 tinham marcação negativa para CD10 e um deles marcação ténue para pCEA. Dois dos quatro doentes com PFIC2 apresentaram marcação negativa para BSEP. A marcação para MDR3 foi negativa no doente com PFIC3. Três doentes realizaram derivação biliar previamente ao transplante. Após o transplante, a maioria apresentou boa evolução clínica e um (PFIC1) necessitou de um segundo transplante por colangiopatia isquémica do primeiro enxerto. Os doentes com PFIC1 desenvolveram esteatose hepática, mantiveram diarreia crónica e atraso de crescimento, desenvolveram disfunção crónica do enxerto e realizaram derivação biliar externa. No período de estudo (mínimo de dois anos e cinco meses e máximo de vinte anos e nove meses) não se detetou recorrência da PFIC ou de CHC.Embora uma doença rara, a PFIC deve ser considerada no diagnóstico diferencial de icterícia colestática em idade pediátrica. O possível desenvolvimento de neoplasias deve motivar o seu rastreio sistemático. A transplantação hepática é, por vezes, a única opção terapêutica, embora possa não haver resolução das manifestações extra-hepáticas.Progressive familial intrahepatic cholestasis (PFIC) represents the designation of a group of autosomal recessive diseases that usually cause intrahepatic cholestasis in childhood. Six types are described. In most cases there is a rapid progression to cirrhosis and end-stage liver disease, with liver transplantation being the only curative treatment available.The aim of the study was to characterize PFIC patients who underwent pediatric liver transplantation in Portugal. Clinical, laboratory, imaging and histopathological data were analyzed, using the patients' clinical files.Between 1994 and 2020, nine patients with PFIC were transplanted, at the Unidade de Hepatologia e Transplantação Hepática Pediátrica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, four females and five males, with a median age at the transplant of three years and nine months, two with PFIC1, four PFIC2, one PFIC3, one PFIC4 and one PFIC5.The disease manifested itself in the first two years in eight patients, four of them in the first month. There was an evolution to cirrhosis in all, eight with portal hypertension. PFIC1 patients developed hypertrophic osteoarthropathy and extrahepatic manifestations - growth retardation and chronic diarrhea. Two patients (PFIC2 and PFIC4) developed hepatocellular carcinoma (HCC). Histologically, all cases showed fibrosis and cirrhotic evolution, associated with cholestasis and ductular reaction in PFIC1; giant cell hepatitis, xanthomatous hepatocytes and cholestasis in PFIC2; ductular reaction in PFIC3; xanthomatous transformation and cholestasis in PFIC4; ductular reaction in PFIC5. PFIC1 patients were negative for CD10 and one was only mildly positive for pCEA. Two of the four patients with PFIC2 were negative for BSEP. MDR3 was negative in the PFIC3 patient. Three patients underwent biliary diversion prior to transplantation. After transplantation, the majority showed good clinical evolution and one (PFIC1) required a second transplant due to ischemic cholangiopathy of the first graft. Patients with PFIC1 developed hepatic steatosis, maintained chronic diarrhea and growth retardation, developed chronic graft dysfunction and underwent external biliary diversion. During the study period (minimum of two years and five months and maximum of twenty years and nine months), there was no recurrence of PFIC or HCC.Although a rare disease, PFIC should be considered in the differential diagnosis of cholestatic jaundice in children. The possible development of neoplasms should motivate their systematic screening. Liver transplantation is sometimes the only therapeutic option, although there may be no resolution of extrahepatic manifestations.2021-06-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/98301http://hdl.handle.net/10316/98301TID:202925005porPimentel, João Miguel Figueiredo Henriquesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-02-04T21:40:48Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/98301Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:16:09.547381Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Doença hepática terminal na infância por colestase intra-hepática familiar progressiva – espetro clínico-laboratorial e histopatológico e pós-transplante hepático
End-stage liver disease in childhood due to progressive familial intrahepatic cholestasis - clinicolaboratorial and histopathological spectrum and post-transplant evolution
title Doença hepática terminal na infância por colestase intra-hepática familiar progressiva – espetro clínico-laboratorial e histopatológico e pós-transplante hepático
spellingShingle Doença hepática terminal na infância por colestase intra-hepática familiar progressiva – espetro clínico-laboratorial e histopatológico e pós-transplante hepático
Pimentel, João Miguel Figueiredo Henriques
Colestase intra-hepática familiar progressiva
Transplante hepático
Cirrose
Colestase
Pediatria
Progressive familial intrahepatic cholestasis
Liver transplant
Cirrhosis
Cholestasis
Pediatrics
title_short Doença hepática terminal na infância por colestase intra-hepática familiar progressiva – espetro clínico-laboratorial e histopatológico e pós-transplante hepático
title_full Doença hepática terminal na infância por colestase intra-hepática familiar progressiva – espetro clínico-laboratorial e histopatológico e pós-transplante hepático
title_fullStr Doença hepática terminal na infância por colestase intra-hepática familiar progressiva – espetro clínico-laboratorial e histopatológico e pós-transplante hepático
title_full_unstemmed Doença hepática terminal na infância por colestase intra-hepática familiar progressiva – espetro clínico-laboratorial e histopatológico e pós-transplante hepático
title_sort Doença hepática terminal na infância por colestase intra-hepática familiar progressiva – espetro clínico-laboratorial e histopatológico e pós-transplante hepático
author Pimentel, João Miguel Figueiredo Henriques
author_facet Pimentel, João Miguel Figueiredo Henriques
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Pimentel, João Miguel Figueiredo Henriques
dc.subject.por.fl_str_mv Colestase intra-hepática familiar progressiva
Transplante hepático
Cirrose
Colestase
Pediatria
Progressive familial intrahepatic cholestasis
Liver transplant
Cirrhosis
Cholestasis
Pediatrics
topic Colestase intra-hepática familiar progressiva
Transplante hepático
Cirrose
Colestase
Pediatria
Progressive familial intrahepatic cholestasis
Liver transplant
Cirrhosis
Cholestasis
Pediatrics
description Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-06-21
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10316/98301
http://hdl.handle.net/10316/98301
TID:202925005
url http://hdl.handle.net/10316/98301
identifier_str_mv TID:202925005
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799134057658843136