Avanço da tuberosidade tibial na resolução da rotura de ligamento cruzado cranial em canideos: avaliação de um novo implante
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/3199 |
Resumo: | A rotura do ligamento cruzado cranial (RLCCr) é uma das principais causas ortopédicas de visita ao veterinário. A rotura tanto pode ser traumática como degenerativa, representando esta última a maioria do casos. Pode ocorrer em animais de qualquer porte, idade ou raça, embora seja mais comum em jovens adultos de raças grandes. Investigações relativas à patogenia RLCCr referem variados mecanismos que conduzem à sua consumação. No entanto, ainda nenhum destes mecanismos mostrou ser transversal aos mais diversos casos de RLCCr, mantendo-se a patogenia indefinida e polémica, acreditando-se que a degenerescência do ligamento cruzado cranial (LCCr) é uma doença multifatorial. Deste modo, o estabelecimento de estratégias preventivas da RLCCr torna-se bastante difícil. Para o diagnóstico de RLCCr recorre-se a métodos simples como o exame físico e exame radiográfico. Os testes de gaveta e de compressão tibial são bastante fiáveis para evidenciar a típica subluxação cranial da tíbia aquando da RLCCr. Em caso de dúvida a artrotomia exploratória é um procedimento muito comum, embora a artroscopia tenha vindo a ganhar muitos apologistas. A decisão terapêutica baseia-se em fatores dependentes do animal, do proprietário, e do Médico Veterinário. O principal objetivo do tratamento passa por minorar a evolução da doença articular degenerativa. Para animais com peso inferior a 15Kg sem lesão de menisco o tratamento pode ser conservativo. Para os restantes recomenda-se cirurgia para estabilizar a articulação e tratar a eventual lesão meniscal. Desde meados do século passado têm sido descritas as mais variadas metodologias cirúrgicas de resolução da RLCCr. Estas começaram por mimetizar o LCCr, primeiro de forma intracapsular e depois extracapsular. Já na década de 1980 surgiram os procedimentos que alteram a biomecânica do joelho de modo a tornar desnecessária a existência do LCCr. No começo do presente século surgiu a técnica Tibial Tuberosity Advancement (TTA), descrita por Montavon e Tepic, que promove o avanço da tuberosidade tibial de modo a tornar o tendão patelar perpendicular ao plateau tibial, eliminando assim a subluxação cranial da tíbia em relação ao fémur, durante as mais diferentes fases da marcha. Nenhuma das técnicas cirúrgicas descritas para resolução da RLCCr demonstra ser claramente mais valiosa que as restantes, quer seja intracapsular, extracapsular ou altere a biomecânica do joelho. Assim sendo, o mais importante passa mesmo por operar o joelho afetado com RLCCr, independentemente da técnica, visto qualquer um dos procedimentos cirúrgicos apresentar prognósticos muito mais favoráveis que a não intervenção. Os Drs. Ignacio Durall e Díaz-Bertana da Universidade Autónoma de Barcelona, apoiando-se na teoria da técnica TTA, desenvolveram um implante para realizar o avanço da tuberosidade tibial em animais com RLCCr. Iniciaram a aplicação do referido implante em 2011, e o presente trabalho apresenta os resultados das primeiras 40 intervenções em joelhos com RLCCr. Este novo implante apresenta diversos argumentos capazes de o tornar uma alternativa perfeitamente válida ao implante de TTA convencional desenvolvido por Tepic e Montavon. |
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Deste modo, o estabelecimento de estratégias preventivas da RLCCr torna-se bastante difícil. Para o diagnóstico de RLCCr recorre-se a métodos simples como o exame físico e exame radiográfico. Os testes de gaveta e de compressão tibial são bastante fiáveis para evidenciar a típica subluxação cranial da tíbia aquando da RLCCr. Em caso de dúvida a artrotomia exploratória é um procedimento muito comum, embora a artroscopia tenha vindo a ganhar muitos apologistas. A decisão terapêutica baseia-se em fatores dependentes do animal, do proprietário, e do Médico Veterinário. O principal objetivo do tratamento passa por minorar a evolução da doença articular degenerativa. Para animais com peso inferior a 15Kg sem lesão de menisco o tratamento pode ser conservativo. Para os restantes recomenda-se cirurgia para estabilizar a articulação e tratar a eventual lesão meniscal. Desde meados do século passado têm sido descritas as mais variadas metodologias cirúrgicas de resolução da RLCCr. Estas começaram por mimetizar o LCCr, primeiro de forma intracapsular e depois extracapsular. Já na década de 1980 surgiram os procedimentos que alteram a biomecânica do joelho de modo a tornar desnecessária a existência do LCCr. No começo do presente século surgiu a técnica Tibial Tuberosity Advancement (TTA), descrita por Montavon e Tepic, que promove o avanço da tuberosidade tibial de modo a tornar o tendão patelar perpendicular ao plateau tibial, eliminando assim a subluxação cranial da tíbia em relação ao fémur, durante as mais diferentes fases da marcha. Nenhuma das técnicas cirúrgicas descritas para resolução da RLCCr demonstra ser claramente mais valiosa que as restantes, quer seja intracapsular, extracapsular ou altere a biomecânica do joelho. Assim sendo, o mais importante passa mesmo por operar o joelho afetado com RLCCr, independentemente da técnica, visto qualquer um dos procedimentos cirúrgicos apresentar prognósticos muito mais favoráveis que a não intervenção. Os Drs. Ignacio Durall e Díaz-Bertana da Universidade Autónoma de Barcelona, apoiando-se na teoria da técnica TTA, desenvolveram um implante para realizar o avanço da tuberosidade tibial em animais com RLCCr. Iniciaram a aplicação do referido implante em 2011, e o presente trabalho apresenta os resultados das primeiras 40 intervenções em joelhos com RLCCr. Este novo implante apresenta diversos argumentos capazes de o tornar uma alternativa perfeitamente válida ao implante de TTA convencional desenvolvido por Tepic e Montavon.The cranial cruciate ligament rupture (CrCLR) is one of the main orthopedic reasons to visit the veterinary surgeon. The rupture can be traumatic or degenerative, representing the last one the majority of the cases. It can occur in dogs of any size, age or breed, though it is more common in young adult dogs belonging to big size breeds. The research about CrCLR indicates several mechanisms leading to is occurrence. However, none of the described mechanisms showed transverse significance to the different cases of CrCLR. So, the pathogeny remains undefined and polemic. Currently, the most accepted theory is that the CrCLR is a multifactorial disease. Because of this, it is very difficult to establish preventive strategies to avoid the disease. Simple methods like physical and radiographic examination are usually sufficient to diagnose the CrCLR, usually. Both cranial drawer and tibial compression tests are very reliable to elicit the typical cranial subluxation of the tibia in the presence of CrCLR. When in doubt the exploratory arthrotomy is a very common procedure to confirm the diagnostic, though the arthroscopy is increasing popularity. The therapeutic decision is based upon elements depending on the dog, the owner and the veterinary. The main goal of the treatment is to retard the evolution of the articular joint disease. For animals below 15Kg, without meniscal injury, the treatment can be conservative. To the remaining cases it is recommended surgery to stabilize the joint and treat the eventual meniscal injury. Since the 1950’s have been described many and different surgical procedures to treat the CrCRL. The first techniques described intended to replace the intrapsular cranial cruciate ligament (CrCL), and the following ones tried to mimetize the CrCL function through an extracapsular stabilization. In the 1980’s was described the first technique aiming to change the biomechanics of the stifle so that the CrCL is no more necessary. In the beginning of the current century emerged the Tibial Tuberosity Advancement (TTA) technique, described by Montavon and Tepic, to promote the advance of the tibial tuberosity enough to create an angle of 90º between the patelar tendon and the tibial plateau. And so, eliminate the cranial subluxation of the tibia relative to the femur during the different stances of gait. None of the described techniques to treat the CrCLR presents a bigger value when compared to the others, whether it is an intracapsular or extracapsular technique or even a procedure to change the biomechanics of the stifle. So, the most important is to operate the affected stifle, regardless of the selected technique, because any of them presents a prognosis meaningful better than a non-operated one. The Drs. Ignacio Durall and Díaz-Bertrana from the Autonomous University of Barcelona, based upon the TTA theory have developed an implant to realize the tibial tuberosity advancement in stifles affected by CrCLR. They began to apply their implant in 2011, and this work presents the results of the first 40 interventions of stifles with CrCLR. This new implant presents diverse arguments capable to place it as a valid alternative to the conventional TTA implant developed by Tepic and Montavon.2014-07-02T14:03:11Z2014-07-02T00:00:00Z2014-07-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/3199porFreitas, Rui Pedro Martins deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:36:45Zoai:repositorio.utad.pt:10348/3199Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:01:33.146305Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A rotura do ligamento cruzado cranial (RLCCr) é uma das principais causas ortopédicas de visita ao veterinário. A rotura tanto pode ser traumática como degenerativa, representando esta última a maioria do casos. Pode ocorrer em animais de qualquer porte, idade ou raça, embora seja mais comum em jovens adultos de raças grandes. Investigações relativas à patogenia RLCCr referem variados mecanismos que conduzem à sua consumação. No entanto, ainda nenhum destes mecanismos mostrou ser transversal aos mais diversos casos de RLCCr, mantendo-se a patogenia indefinida e polémica, acreditando-se que a degenerescência do ligamento cruzado cranial (LCCr) é uma doença multifatorial. Deste modo, o estabelecimento de estratégias preventivas da RLCCr torna-se bastante difícil. Para o diagnóstico de RLCCr recorre-se a métodos simples como o exame físico e exame radiográfico. Os testes de gaveta e de compressão tibial são bastante fiáveis para evidenciar a típica subluxação cranial da tíbia aquando da RLCCr. Em caso de dúvida a artrotomia exploratória é um procedimento muito comum, embora a artroscopia tenha vindo a ganhar muitos apologistas. A decisão terapêutica baseia-se em fatores dependentes do animal, do proprietário, e do Médico Veterinário. O principal objetivo do tratamento passa por minorar a evolução da doença articular degenerativa. Para animais com peso inferior a 15Kg sem lesão de menisco o tratamento pode ser conservativo. Para os restantes recomenda-se cirurgia para estabilizar a articulação e tratar a eventual lesão meniscal. Desde meados do século passado têm sido descritas as mais variadas metodologias cirúrgicas de resolução da RLCCr. Estas começaram por mimetizar o LCCr, primeiro de forma intracapsular e depois extracapsular. Já na década de 1980 surgiram os procedimentos que alteram a biomecânica do joelho de modo a tornar desnecessária a existência do LCCr. No começo do presente século surgiu a técnica Tibial Tuberosity Advancement (TTA), descrita por Montavon e Tepic, que promove o avanço da tuberosidade tibial de modo a tornar o tendão patelar perpendicular ao plateau tibial, eliminando assim a subluxação cranial da tíbia em relação ao fémur, durante as mais diferentes fases da marcha. Nenhuma das técnicas cirúrgicas descritas para resolução da RLCCr demonstra ser claramente mais valiosa que as restantes, quer seja intracapsular, extracapsular ou altere a biomecânica do joelho. Assim sendo, o mais importante passa mesmo por operar o joelho afetado com RLCCr, independentemente da técnica, visto qualquer um dos procedimentos cirúrgicos apresentar prognósticos muito mais favoráveis que a não intervenção. Os Drs. Ignacio Durall e Díaz-Bertana da Universidade Autónoma de Barcelona, apoiando-se na teoria da técnica TTA, desenvolveram um implante para realizar o avanço da tuberosidade tibial em animais com RLCCr. Iniciaram a aplicação do referido implante em 2011, e o presente trabalho apresenta os resultados das primeiras 40 intervenções em joelhos com RLCCr. Este novo implante apresenta diversos argumentos capazes de o tornar uma alternativa perfeitamente válida ao implante de TTA convencional desenvolvido por Tepic e Montavon. |
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