Avaliação e tratamento da dor no doente crítico em unidades de cuidados intensivos

• Autor(a) principal: Ribeiro, Ricardo Manuel Vaz
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/11965
• topic: cuidados críticos; medição da dor

Este relatório traduz o percurso efetuado no Mestrado em Enfermagem da Pessoa em Situação Crítica, tendo como referencial as competências comuns e específicas do enfermeiro especialista em Enfermagem em Pessoa em Situação Crítica, desenvolvidas em contexto de estágio, tendo como objetivo, contribuir, suportados na evidência, para o desenvolvimento dos saberes teóricos e práticos da enfermagem nesta área. Assim, ao enfermeiro especialista é atribuído um título profissional, que lhe reconhece competências científicas, técnicas e humanas para prestar cuidados de enfermagem especializados, possuindo um conhecimento aprofundado num domínio específico de enfermagem, tendo em conta as respostas humanas aos processos de vida e aos problemas de saúde, demonstrando níveis elevados de julgamento clínico e tomada de decisão. Atendendo que a avaliação e tratamento da dor no doente crítico em Unidades de Cuidados Intensivos, é uma problemática presente, pelo facto de maioritariamente, o doente em situação crítica, se encontrar sedado e/ou ventilado, impossibilitado de expressar verbalmente a dor e sendo, considerada o 5ºsinal vital, é de extrema importância uma monitorização contínua possibilitando uma intervenção precoce e individualizada, em beneficio do bem-estar do doente e qualidade dos cuidados especializados. Assim, decidi realizar um estudo quantitativo, descritivo e transversal, tendo como objetivo analisar a praxis dos enfermeiros de uma Unidade de Cuidados Intensivos de um Hospital do Norte de Portugal, no que respeita à avaliação e tratamento da dor no doente crítico. Deste modo, pretende-se contribuir para o processo de avaliação e consequente diagnóstico e tratamento da dor, perspetivando uma melhor qualidade dos cuidados de enfermagem. Como método de recolha de dados foi aplicado um questionário aos enfermeiros de uma Unidade de Cuidados Intensivos, de um Hospital do Norte de Portugal. De entre os principais resultados salienta-se que 100% dos enfermeiros inquiridos, considera a dor como um importante sintoma a avaliar no doente crítico, demonstrando uma preocupação crescente em investir em formação especializada, atendendo à importância que tem na prevenção, controlo e avaliação da dor na pessoa em situação crítica, tendo como consequência, a melhoria dos cuidados prestados. Apesar de 87,1% dos enfermeiros ter referido ter formação sobre a dor na formação académica, 100% considera a formação contínua importante para a melhoria dos cuidados prestados. Quanto à avaliação e tratamento da dor no doente crítico, apenas 67,7%, avalia e regista a intensidade da dor várias vezes no turno ou sempre que necessário, conforme preconizado na Circular normativa n. º9, da Direção Geral de Saúde (2003). Face aos resultados, propõem-se novas medidas interventivas, com o objetivo de esclarecer dúvidas e anseios dos enfermeiros e uniformizar a gestão terapêutica da dor, com vista à otimização da segurança, qualidade dos cuidados e da vida da pessoa em situação crítica. No que respeita às escalas mais utilizadas no quotidiano dos enfermeiros, para avaliação da dor no doente crítico, a totalidade dos enfermeiros refere conhecer as escalas adequadas. No entanto, 16,1% dos enfermeiros referiram não ter atenção às manifestações de dor no doente inconsciente, sedado e\ou ventilado e 41,9% refere sentir necessidade de formação no que respeita à escala mais utilizada e validada em Portugal, a Behavioral Pain Scale. Quanto ao tratamento da dor, 100% dos enfermeiros referiram dar preferência ao tratamento farmacológico e 54,8% referem aplicar medidas não farmacológicas para o alívio da dor.