A Avenida de Sta. Cruz, em Coimbra: entre a modernidade e a nostalgia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://revistas.rcaap.pt/cct/article/view/10020 |
Resumo: | Em 1944, Etienne de Gröer (1882-?) concebe o Plano de Urbanização para Coimbra, no âmbito dos Planos Gerais de Urbanização, programa de redesenho do ambiente urbano português, criado por Duarte Pacheco, em 1934. Com este artigo pretendemos perceber de que modo é que este plano, através da nova Avenida de Santa Cruz, valida as hesitações entre tradicionalismo e abertura a um novo tempo – hesitações essas que perpassam muitas das opções do Estado Novo, em diversos domínios da vida portuguesa. Em concreto, trata-se de abrir pistas que permitam refutar a hipótese (geralmente aceite e difundida) que encara Etienne de Gröer como exemplar de um modelo de cidade e/ou de opções urbanísticas que estariam plenamente alinhadas com o Poder, no quadro dos Planos Gerais de Urbanização. No contexto, a Avenida de Santa Cruz – posicionando-se entre uma imagem urbana que possibilitava configurar a face do Estado Novo e novos modos de entender o território em movimento, com o automóvel – consubstancia-se como metáfora de uma realidade que a ultrapassa. Ou seja, a Avenida de Santa Cruz permite abrir pistas para perceber que a cidade desse período é também marcada pelo sempre presente embate entre as visões mais conservadoras do Regime e as que ambicionavam uma sociedade mais modernizada; a mesma avenida permite, ainda, nesse contexto, negar que Etienne de Gröer tenha sido um profissional em total sintonia com o Estado Novo, em matéria de urbanismo. |
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A Avenida de Sta. Cruz, em Coimbra: entre a modernidade e a nostalgiaA Avenida de Sta. Cruz, em Coimbra: entre a modernidade e a nostalgiaArticleEm 1944, Etienne de Gröer (1882-?) concebe o Plano de Urbanização para Coimbra, no âmbito dos Planos Gerais de Urbanização, programa de redesenho do ambiente urbano português, criado por Duarte Pacheco, em 1934. Com este artigo pretendemos perceber de que modo é que este plano, através da nova Avenida de Santa Cruz, valida as hesitações entre tradicionalismo e abertura a um novo tempo – hesitações essas que perpassam muitas das opções do Estado Novo, em diversos domínios da vida portuguesa. Em concreto, trata-se de abrir pistas que permitam refutar a hipótese (geralmente aceite e difundida) que encara Etienne de Gröer como exemplar de um modelo de cidade e/ou de opções urbanísticas que estariam plenamente alinhadas com o Poder, no quadro dos Planos Gerais de Urbanização. No contexto, a Avenida de Santa Cruz – posicionando-se entre uma imagem urbana que possibilitava configurar a face do Estado Novo e novos modos de entender o território em movimento, com o automóvel – consubstancia-se como metáfora de uma realidade que a ultrapassa. Ou seja, a Avenida de Santa Cruz permite abrir pistas para perceber que a cidade desse período é também marcada pelo sempre presente embate entre as visões mais conservadoras do Regime e as que ambicionavam uma sociedade mais modernizada; a mesma avenida permite, ainda, nesse contexto, negar que Etienne de Gröer tenha sido um profissional em total sintonia com o Estado Novo, em matéria de urbanismo.In 1944, Etienne de Groër (1882-?) designed the Urban Plan for Coimbra, within the framework of Planos Gerais de Urbanização (General Urbanization Plans), which was a program created by Duarte Pacheco in 1934 aiming at redesigning the Portuguese urban environment. The aim of this article is to evaluate how this plan validated the opposition between traditionalism and the openness to a new era through the new Avenida de Santa Cruz (Santa Cruz Avenue) - those hesitations characterized many options of Estado Novo (the name Portuguese dictatorial regime gave itself ) in many aspects of Portuguese life. Specifically, the purpose of this article is to find clues that refute the hypothesis which points out Etienne Groër as examplary in the context of a model city fully aligned with the Government ambitions, within the framework of General Urbanization Plans. In this regard, Avenida de Santa Cruz is a metaphor of the reality which overcomes the avenue itself, since it could assume a significant role on configuration of the urban image in accordance to Estado Novo ideas and also in the understanding of the city space based on car movement. Avenida de Santa Cruz provides, therefore, clues showing that the city of that period is also marked by the ever-present struggle between the more conservative views of the regime and those who aspired to a more modernized society. Within the same context, Avenida de Santa Cruz also gives arguments to deny that Etienne Groër was totally tuned with Estado Novo, as regards urban planningDINÂMIA'CET-Iscte2016-09-21T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://revistas.rcaap.pt/cct/article/view/10020por2182-3030Cabral Dias, Joséinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-23T16:02:55Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/10020Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:04:56.114825Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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