Gestão no bloco operatório : metodologia Lean

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Patrícia Rocha Maravilha
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.19/6274
Resumo: Enquadramento: A procura permanente de mais qualidade dos cuidados de saúde no Bloco Operatório implica uma maior aposta na sua gestão, com recurso à metodologia Lean. Objetivos: identificar as variáveis sociodemográficas e socioprofissionais que interferem na perceção dos enfermeiros sobre a gestão do Bloco Operatório; averiguar a perceção dos enfermeiros sobre os benefícios da filosofia Lean no Bloco Operatório. Métodos: Estudo quantitativo, transversal e descritivo-correlacional. Os dados foram colhidos junto de 40 enfermeiros a exercerem funções num bloco operatório de um Hospital da zona Norte de Portugal, maioritariamente do género feminino (80,0%), com uma idade média de 44,88 anos (±9,86 anos). Como instrumento de recolha de dados utilizou-se um questionário de caracterização sociodemográfica e socioprofissional, uma escala que permite avaliar a perceção dos enfermeiros acerca da gestão no Bloco Operatório, adaptada de Pereira (2014); escala de likert de 5 pontos de autoria de Nascimento (2014), que avalia a perceção sobre a gestão do Bloco Operatório e uma escala, elaborada ad hoc, de acordo com os pressupostos teóricos de Luz (2013), que recolhe informação sobre a opinião dos participantes acerca dos benefícios da filosofia Lean no Bloco Operatório. Resultados: Os fatores com maior impacto na gestão do bloco operatório foram, em termos de prioridade, a qualidade técnica dos profissionais responsáveis pelo tratamento cirúrgico (M=3,820,94), o tempo de espera pela preparação da sala (M=3,660,87), o tempo de espera pelos equipamentos/material cirúrgico (M=3,520,86), a cooperação e entreajuda dos profissionais no bloco operatório (M=3,440,64) e o número de cirurgias realizadas/dia (M=3,350,68). No que concerne aos benefícios da filosofia lean no bloco operatório, em todas as suas dimensões há um nível de concordância elevado, destacando-se o aumento do valor para o doente, melhoria da satisfação do doente e melhoria da qualidade e segurança do doente, onde se obteve um total de concordância (100,0%). O sexo interfere nos fatores que podem interferir na gestão do bloco operatório (tempos de espera pelos profissionais no bloco operatório p=0,025; qualidade técnica dos profissionais responsáveis pelo tratamento cirúrgico p=0,007). Em relação ao tempo de exercício no bloco operatório, registou-se a existência de diferença estatisticamente significativa nas ações de melhoria contínua (Rho=-0,380; p=0,022), onde se estabelece uma correlação negativa entre as duas variáveis, sugerindo que quanto menos tempo de exercício no bloco operatório, maior é a concordância dos enfermeiros em relação às ações de melhoria contínua. O tipo de horário teve influência estatisticamente significativa na perceção que os enfermeiros têm acerca do acesso a recursos necessários para a cirurgia (p=0,042) e a variável acumular de funções noutro local exerce influência estatisticamente significativa no acesso a recursos necessários para a cirurgia (p=0,003). Conclusão: Os resultados apurados sugerem que os enfermeiros devem ter na aplicação da metodologia lean no bloco operatório resultados bem-sucedidos, onde o valor agregado e a remoção de resíduos dos processos e do fluxo de trabalho contribuem para uma melhor gestão do mesmo e, consequentemente, para uma melhor assistência ao doente, foco da prática profissional.
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Os dados foram colhidos junto de 40 enfermeiros a exercerem funções num bloco operatório de um Hospital da zona Norte de Portugal, maioritariamente do género feminino (80,0%), com uma idade média de 44,88 anos (±9,86 anos). Como instrumento de recolha de dados utilizou-se um questionário de caracterização sociodemográfica e socioprofissional, uma escala que permite avaliar a perceção dos enfermeiros acerca da gestão no Bloco Operatório, adaptada de Pereira (2014); escala de likert de 5 pontos de autoria de Nascimento (2014), que avalia a perceção sobre a gestão do Bloco Operatório e uma escala, elaborada ad hoc, de acordo com os pressupostos teóricos de Luz (2013), que recolhe informação sobre a opinião dos participantes acerca dos benefícios da filosofia Lean no Bloco Operatório. Resultados: Os fatores com maior impacto na gestão do bloco operatório foram, em termos de prioridade, a qualidade técnica dos profissionais responsáveis pelo tratamento cirúrgico (M=3,820,94), o tempo de espera pela preparação da sala (M=3,660,87), o tempo de espera pelos equipamentos/material cirúrgico (M=3,520,86), a cooperação e entreajuda dos profissionais no bloco operatório (M=3,440,64) e o número de cirurgias realizadas/dia (M=3,350,68). No que concerne aos benefícios da filosofia lean no bloco operatório, em todas as suas dimensões há um nível de concordância elevado, destacando-se o aumento do valor para o doente, melhoria da satisfação do doente e melhoria da qualidade e segurança do doente, onde se obteve um total de concordância (100,0%). O sexo interfere nos fatores que podem interferir na gestão do bloco operatório (tempos de espera pelos profissionais no bloco operatório p=0,025; qualidade técnica dos profissionais responsáveis pelo tratamento cirúrgico p=0,007). Em relação ao tempo de exercício no bloco operatório, registou-se a existência de diferença estatisticamente significativa nas ações de melhoria contínua (Rho=-0,380; p=0,022), onde se estabelece uma correlação negativa entre as duas variáveis, sugerindo que quanto menos tempo de exercício no bloco operatório, maior é a concordância dos enfermeiros em relação às ações de melhoria contínua. O tipo de horário teve influência estatisticamente significativa na perceção que os enfermeiros têm acerca do acesso a recursos necessários para a cirurgia (p=0,042) e a variável acumular de funções noutro local exerce influência estatisticamente significativa no acesso a recursos necessários para a cirurgia (p=0,003). Conclusão: Os resultados apurados sugerem que os enfermeiros devem ter na aplicação da metodologia lean no bloco operatório resultados bem-sucedidos, onde o valor agregado e a remoção de resíduos dos processos e do fluxo de trabalho contribuem para uma melhor gestão do mesmo e, consequentemente, para uma melhor assistência ao doente, foco da prática profissional.Abstract Background: The permanent search for better quality healthcare in the surgical unit implies a greater commitment to its management, using the Lean methodology. Objectives: To identify the sociodemographic and socio-professional variables those interfere with nurses' perception of the management of the surgical unit; to ascertain nurses' perceptions of the benefits of the Lean philosophy in the surgical unit. Methods: Quantitative, cross-sectional and descriptive-correlational study. Data were collected from 40 nurses working in an operating room of a Hospital in the North of Portugal, mostly female (80.0%), with an average age of 44.88 years (±9.86 years). As a data collection instrument, a sociodemographic and socioprofessional characterization questionnaire was used, a scale that allows the perception of nurses about management in the surgical unit, adapted from Pereira (2014); 5-point likert scale by Nascimento (2014), which evaluates the perception of the management of the operating room and an ad hoc scale, according to Luz's theoretical assumptions (2013), which gathers information on the opinion participants about the benefits of the Surgical Unit Lean philosophy. Results: The factors with the greatest impact on operating room management were, in terms of priority, the technical quality of the professionals responsible for the surgical treatment (M=3.82 3,80±0.94), the waiting time for the preparation of the room (M=3.66±0.87), the waiting time for surgical equipment/equipment (M=3.52±0.86), the cooperation and mutual help of professionals in the operating room (M=3.440.64) and the number of surgeries performed/day (M=3.35±0.68). Concerning the benefits of the operating room lean philosophy, there is a high level of agreement in all its dimensions, highlighting the increase in patient value, improved patient satisfaction, and improved patient quality and safety obtained a total agreement (100.0%). Gender interferes with factors that may interfere with surgical unit management (waiting times for operating room professionals p=0.025; technical quality of professionals responsible for surgical treatment p=0.007). Regarding the time of exercise in the surgical unit, there was a statistically significant difference in continuous improvement actions (Rho=-0.380; p=0.022), which establishes a negative correlation between the two variables, suggesting that the less time of exercise in the operating room, the greater is the agreement of nurses regarding continuous improvement actions. The type of schedule had a statistically significant influence on nurses' perceptions of access to resources needed for surgery (p=0.042) and the cumulative variable of functions elsewhere had a statistically significant influence on access to resources needed for surgery (p=0.003). Conclusion: The results suggest that nurses should be successful in applying the lean methodology in the surgical unit, where the added value and removal of waste from processes and workflow contribute to better management of the same and, consequently, for better patient care, focus of professional practice. Keywords: Surgical Unit; Management; Lean; Nurses.Dias, António MadureiraRepositório Científico do Instituto Politécnico de ViseuFernandes, Patrícia Rocha Maravilha2021-03-06T01:30:10Z2020-03-062019-052020-03-06T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.19/6274TID:202473597porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-01-16T15:28:31Zoai:repositorio.ipv.pt:10400.19/6274Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:44:13.060250Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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description Enquadramento: A procura permanente de mais qualidade dos cuidados de saúde no Bloco Operatório implica uma maior aposta na sua gestão, com recurso à metodologia Lean. Objetivos: identificar as variáveis sociodemográficas e socioprofissionais que interferem na perceção dos enfermeiros sobre a gestão do Bloco Operatório; averiguar a perceção dos enfermeiros sobre os benefícios da filosofia Lean no Bloco Operatório. Métodos: Estudo quantitativo, transversal e descritivo-correlacional. Os dados foram colhidos junto de 40 enfermeiros a exercerem funções num bloco operatório de um Hospital da zona Norte de Portugal, maioritariamente do género feminino (80,0%), com uma idade média de 44,88 anos (±9,86 anos). Como instrumento de recolha de dados utilizou-se um questionário de caracterização sociodemográfica e socioprofissional, uma escala que permite avaliar a perceção dos enfermeiros acerca da gestão no Bloco Operatório, adaptada de Pereira (2014); escala de likert de 5 pontos de autoria de Nascimento (2014), que avalia a perceção sobre a gestão do Bloco Operatório e uma escala, elaborada ad hoc, de acordo com os pressupostos teóricos de Luz (2013), que recolhe informação sobre a opinião dos participantes acerca dos benefícios da filosofia Lean no Bloco Operatório. Resultados: Os fatores com maior impacto na gestão do bloco operatório foram, em termos de prioridade, a qualidade técnica dos profissionais responsáveis pelo tratamento cirúrgico (M=3,820,94), o tempo de espera pela preparação da sala (M=3,660,87), o tempo de espera pelos equipamentos/material cirúrgico (M=3,520,86), a cooperação e entreajuda dos profissionais no bloco operatório (M=3,440,64) e o número de cirurgias realizadas/dia (M=3,350,68). No que concerne aos benefícios da filosofia lean no bloco operatório, em todas as suas dimensões há um nível de concordância elevado, destacando-se o aumento do valor para o doente, melhoria da satisfação do doente e melhoria da qualidade e segurança do doente, onde se obteve um total de concordância (100,0%). O sexo interfere nos fatores que podem interferir na gestão do bloco operatório (tempos de espera pelos profissionais no bloco operatório p=0,025; qualidade técnica dos profissionais responsáveis pelo tratamento cirúrgico p=0,007). Em relação ao tempo de exercício no bloco operatório, registou-se a existência de diferença estatisticamente significativa nas ações de melhoria contínua (Rho=-0,380; p=0,022), onde se estabelece uma correlação negativa entre as duas variáveis, sugerindo que quanto menos tempo de exercício no bloco operatório, maior é a concordância dos enfermeiros em relação às ações de melhoria contínua. O tipo de horário teve influência estatisticamente significativa na perceção que os enfermeiros têm acerca do acesso a recursos necessários para a cirurgia (p=0,042) e a variável acumular de funções noutro local exerce influência estatisticamente significativa no acesso a recursos necessários para a cirurgia (p=0,003). Conclusão: Os resultados apurados sugerem que os enfermeiros devem ter na aplicação da metodologia lean no bloco operatório resultados bem-sucedidos, onde o valor agregado e a remoção de resíduos dos processos e do fluxo de trabalho contribuem para uma melhor gestão do mesmo e, consequentemente, para uma melhor assistência ao doente, foco da prática profissional.
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