Score DECAF como ferramenta de prognóstico na exacerbação aguda de doença pulmonar obstrutiva crónica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/12733 |
Resumo: | A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) continuará, nas próximas décadas, a ocupar um lugar de destaque nas principais causas de morbimortalidade mundial e nacional. A exacerbação aguda (EA) constitui um evento frequente na história natural da doença e afeta significativamente a qualidade de vida destes doentes, tendo um forte impacto económico e social. Neste contexto, o presente estudo foi desenvolvido no Hospital Sousa Martins (HSM), para avaliar a aplicabilidade do score DECAF como ferramenta de prognóstico na exacerbação aguda de doença pulmonar obstrutiva crónica (EADPOC), nomeadamente como preditor de mortalidade intra-hospitalar. As variáveis estudadas incluem: escala de dispneia MRC estendida, eosinopenia, consolidação na radiografia de tórax, acidemia e fibrilhação auricular. Para obtenção da informação pretendida, foram consultados os registos clínicos na plataforma SClínico Hospitalar dos doentes admitidos com diagnóstico primário de exacerbação aguda da DPOC entre janeiro 2015 e setembro 2021, abrangendo 142 doentes, tendo sido excluídos 48 doentes com base em critérios de exclusão previamente definidos, obtendo-se assim, uma amostra constituída por 94 doentes. Todos os dados foram registados informaticamente e, posteriormente, tratados e analisados com recurso ao software estatístico Statistical Package for Social Sciences®, versão 28 para Windows®. Os resultados demonstraram uma mortalidade intra-hospitalar de 7,4% (n=7). Os doentes que faleceram tiveram uma média de score DECAF de 2,7 ± 0,95, enquanto os sobreviventes uma média de 1,3 ± 0,91. Entre os não sobreviventes, 71,4% (n=5) classificavam-se de acordo com o score DECAF em alto risco, 14,3% (n=1) em risco intermédio e 14,3% (n=1) em baixo risco. É ainda de realçar, que dos doentes classificados como baixo risco (n=50), 2% morreram (n=1), dos classificados como risco intermédio (n=32), 3,1% morreram (n=1) e entre os doentes de alto risco (n=12), 41,7% morreram (n=5). Desta forma, verificou-se que, para os scores 3 e 4 do DECAF (risco alto), a percentagem de mortalidade foi superior comparativamente às pontuações 0, 1 e 2 (risco baixo e intermédio), sendo estas diferenças estatisticamente significativas. Nenhum dos pacientes pontuou 5 e 6 no score DECAF. Assim, concluiu-se que o score DECAF teve um bom desempenho para prever a mortalidade hospitalar e que, nesta amostra, os pacientes com score DECAF de 3 ou 4 apresentaram um risco significativo de mortalidade. De acordo com o modelo de regressão logística calculado, para cada ponto que o score DECAF aumenta, há 7,290 vezes mais probabilidade de se verificar morte. Verificou-se, ainda, existir uma correlação positiva estatisticamente significativa entre a pontuação obtida no score DECAF e o tempo de internamento, ou seja, pontuações mais altas foram associadas a tempos de internamento mais longos. |
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Score DECAF como ferramenta de prognóstico na exacerbação aguda de doença pulmonar obstrutiva crónicaDecafDoença Pulmonar Obstrutiva CrónicaExacerbação Aguda de DpocMortalidadePrognósticoDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaA Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) continuará, nas próximas décadas, a ocupar um lugar de destaque nas principais causas de morbimortalidade mundial e nacional. A exacerbação aguda (EA) constitui um evento frequente na história natural da doença e afeta significativamente a qualidade de vida destes doentes, tendo um forte impacto económico e social. Neste contexto, o presente estudo foi desenvolvido no Hospital Sousa Martins (HSM), para avaliar a aplicabilidade do score DECAF como ferramenta de prognóstico na exacerbação aguda de doença pulmonar obstrutiva crónica (EADPOC), nomeadamente como preditor de mortalidade intra-hospitalar. As variáveis estudadas incluem: escala de dispneia MRC estendida, eosinopenia, consolidação na radiografia de tórax, acidemia e fibrilhação auricular. Para obtenção da informação pretendida, foram consultados os registos clínicos na plataforma SClínico Hospitalar dos doentes admitidos com diagnóstico primário de exacerbação aguda da DPOC entre janeiro 2015 e setembro 2021, abrangendo 142 doentes, tendo sido excluídos 48 doentes com base em critérios de exclusão previamente definidos, obtendo-se assim, uma amostra constituída por 94 doentes. Todos os dados foram registados informaticamente e, posteriormente, tratados e analisados com recurso ao software estatístico Statistical Package for Social Sciences®, versão 28 para Windows®. Os resultados demonstraram uma mortalidade intra-hospitalar de 7,4% (n=7). Os doentes que faleceram tiveram uma média de score DECAF de 2,7 ± 0,95, enquanto os sobreviventes uma média de 1,3 ± 0,91. Entre os não sobreviventes, 71,4% (n=5) classificavam-se de acordo com o score DECAF em alto risco, 14,3% (n=1) em risco intermédio e 14,3% (n=1) em baixo risco. É ainda de realçar, que dos doentes classificados como baixo risco (n=50), 2% morreram (n=1), dos classificados como risco intermédio (n=32), 3,1% morreram (n=1) e entre os doentes de alto risco (n=12), 41,7% morreram (n=5). Desta forma, verificou-se que, para os scores 3 e 4 do DECAF (risco alto), a percentagem de mortalidade foi superior comparativamente às pontuações 0, 1 e 2 (risco baixo e intermédio), sendo estas diferenças estatisticamente significativas. Nenhum dos pacientes pontuou 5 e 6 no score DECAF. Assim, concluiu-se que o score DECAF teve um bom desempenho para prever a mortalidade hospitalar e que, nesta amostra, os pacientes com score DECAF de 3 ou 4 apresentaram um risco significativo de mortalidade. De acordo com o modelo de regressão logística calculado, para cada ponto que o score DECAF aumenta, há 7,290 vezes mais probabilidade de se verificar morte. Verificou-se, ainda, existir uma correlação positiva estatisticamente significativa entre a pontuação obtida no score DECAF e o tempo de internamento, ou seja, pontuações mais altas foram associadas a tempos de internamento mais longos.Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD) will continue to occupy a prominent place in the main causes of morbidity and mortality worldwide and nationally in the coming decades. Acute exacerbation (AE) is a frequent event in the disease’s natural history and significantly affects the quality of life of these patients, having a strong economic and social impact. In this context, the present study was developed at Hospital Sousa Martins (HSM), to assess the DECAF score applicability as a prognostic tool in acute exacerbation of chronic obstructive pulmonary disease (AECOPD), namely as a predictor of in-hospital mortality. The variables studied include: MRC dyspnoea scale, eosinopenia, consolidation on chest xray, acidemia and atrial fibrillation. To obtain the desired information, the clinical records on the hospital’s SClinic platform of patients admitted with a primary diagnosis of AECOPD between January 2015 and September 2021 were consulted, covering 142 patients, of which 48 patients were excluded based on previously defined exclusion criteria, thus obtaining a sample consisting of 94 patients. All data were informatically recorded and subsequently processed and analyzed using the statistical software Statistical Package for Social Sciences®, version 28 for Windows®. The results showed an in-hospital mortality of 7.4% (n=7). Patients who died had a mean DECAF score of 2.7 ± 0.95, while survivors had a mean of 1.3 ± 0.91. Among the non-survivors, 71.4% (n=5) were classified according to the DECAF score as high risk, 14.3% (n=1) as intermediate risk and 14.3% (n=1) as low risk. It is also worth noting that among the patients classified as low risk (n=50), 2% died (n=1), among those classified as intermediate risk (n=32), 3.1% died (n=1) and among high-risk patients (n=12), 41.7% died (n=5). Thus, it was found that for DECAF scores 3 and 4 (high risk), the percentage of mortality was higher compared to scores 0, 1 and 2 (low and intermediate risk), these differences being statistically significant. None of the patients scored 5 and 6 on the DECAF score. Thus, it was concluded that the DECAF score performed well to predict hospital mortality and that patients with a DECAF score of 3 or 4 have a significant risk of mortality. According to the calculated logistic regression model, for each point that the DECAF score increases, there is 7,290 times more probability of death. It was also found that there was a statistically significant positive correlation between the score obtained on the DECAF score and the length of hospital stay, that is, higher scores were associated with longer hospital stays.Silva, José Manuel Paulo dauBibliorumCatarino, Beatriz de Castro2023-01-24T10:24:49Z2022-05-092022-03-232022-05-09T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/12733TID:203182367porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:56:00Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/12733Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:52:16.385893Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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