Prevenção Primária em Saúde Mental – Evidência Actual e Direções Futuras
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25752/psi.33677 |
Resumo: | Introdução: Intervenções preventivas, incluindo a prevenção primária, fazem parte da prática médica desde a antiguidade. As perturbações mentais representam uma significativa carga para os doentes, as famílias e a sociedade, e os tratamentos existentes são ainda limitados na melhoria deste encargo. Recentemente, um número crescente de estudos têm sido publicados sobre prevenção primária em saúde mental, relevando atenção para esta ferramenta terapêutica. Objectivo: Rever a evidência actual sobre prevenção primária em psiquiatria e refletir sobre o seu futuro. Métodos: Revisão não-sistemática da literatura, utilizando a base de dados Pubmed. Foram procurados artigos publicados entre janeiro de 2000 até julho de 2021, utilizando as palavras-chave “primary prevention”, “mental disorders” e “promotion”. Os artigos foram selecionados de acordo com a sua relevância para o objeto de estudo. Resultados: A evidência científica atual apoia a eficácia da prevenção universal, seletiva e indicada, assim como a promoção da saúde mental. Estas intervenções mostraram ser custo-efetivas e capazes de alterar a trajetória das perturbações mentais, especialmente aquelas com uma elevada carga de doença. Tanto a segurança como a viabilidade destas medidas foram comprovadas. Apesar destes resultados encorajadores, a prática clínica encontra-se ainda longe de incorporar a prevenção primária no seu quotidiano. Os objetivos da prevenção apenas podem ser atingidos com o apoio de diferentes sectores e intervenientes a trabalhar de forma coordenada. Os profissionais de saúde mental e os serviços locais de saúde mental devem articular-se de forma a estimular a investigação e a adoção de intervenções integradas no seu modelo de ação. Serviços de psiquiatria da infância e da adolescência destacam-se como um elemento fundamental na atuação sobre a prevenção de jovens em risco. Conclusão: A prevenção primária está progressivamente a ser reconhecida como uma ferramenta essencial no combate à elevada carga de doença em psiquiatria. Organizações de saúde mental, saúde pública, intervenientes políticos e a sociedade em geral devem trabalhar em conjunto na implementação destas medidas baseadas na evidência e custo-efetivas. |
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Prevenção Primária em Saúde Mental – Evidência Actual e Direções FuturasPrevenção Primária em Saúde Mental – Evidência Actual e Direções FuturasArtigos de RevisãoIntrodução: Intervenções preventivas, incluindo a prevenção primária, fazem parte da prática médica desde a antiguidade. As perturbações mentais representam uma significativa carga para os doentes, as famílias e a sociedade, e os tratamentos existentes são ainda limitados na melhoria deste encargo. Recentemente, um número crescente de estudos têm sido publicados sobre prevenção primária em saúde mental, relevando atenção para esta ferramenta terapêutica. Objectivo: Rever a evidência actual sobre prevenção primária em psiquiatria e refletir sobre o seu futuro. Métodos: Revisão não-sistemática da literatura, utilizando a base de dados Pubmed. Foram procurados artigos publicados entre janeiro de 2000 até julho de 2021, utilizando as palavras-chave “primary prevention”, “mental disorders” e “promotion”. Os artigos foram selecionados de acordo com a sua relevância para o objeto de estudo. Resultados: A evidência científica atual apoia a eficácia da prevenção universal, seletiva e indicada, assim como a promoção da saúde mental. Estas intervenções mostraram ser custo-efetivas e capazes de alterar a trajetória das perturbações mentais, especialmente aquelas com uma elevada carga de doença. Tanto a segurança como a viabilidade destas medidas foram comprovadas. Apesar destes resultados encorajadores, a prática clínica encontra-se ainda longe de incorporar a prevenção primária no seu quotidiano. Os objetivos da prevenção apenas podem ser atingidos com o apoio de diferentes sectores e intervenientes a trabalhar de forma coordenada. Os profissionais de saúde mental e os serviços locais de saúde mental devem articular-se de forma a estimular a investigação e a adoção de intervenções integradas no seu modelo de ação. Serviços de psiquiatria da infância e da adolescência destacam-se como um elemento fundamental na atuação sobre a prevenção de jovens em risco. Conclusão: A prevenção primária está progressivamente a ser reconhecida como uma ferramenta essencial no combate à elevada carga de doença em psiquiatria. Organizações de saúde mental, saúde pública, intervenientes políticos e a sociedade em geral devem trabalhar em conjunto na implementação destas medidas baseadas na evidência e custo-efetivas.Background: Preventive interventions, including primary prevention, have been a part of medical practice since ancient times. Mental disorders represent a significant burden for patients, family and society, and existing treatments are still limited in reducing this debilitating outcome. Recently, increasing research has been published in primary prevention in mental health, gathering awareness for this therapeutic approach. Aim: To review current evidence about primary prevention in psychiatry and to reflect about future directions. Methods: Non-systematic literature review through PubMed database, searching articles published between January 2000 and July 2021. The keywords used were “primary prevention”, “mental disorders” and “promotion”. Articles were selected according to their relevance. Results: Current evidence supports the efficacy of universal, selective and indicated prevention, as well as the promotion of mental health. These interventions were shown to be cost-effective and capable of shifting the debilitating trajectories of major mental disorders, usually associated with an elevated burden. Security and feasibility have been ensured in these investigations. Despite these encouraging results, clinical practice is still far from incorporating primary prevention in daily work. The goals of prevention can only be achieved with collaboration from different sectors and stakeholders, in a coordinated manner. Mental health professionals need to take part as advocates in this process and services must encourage research and interventions according to their framework of action. Child and adolescent psychiatry services emerge as a fundamental element in prevention in young people at-risk. Conclusion: Primary prevention is increasingly being recognized as an essential tool to address the high burden of mental disorders. Mental health organizations, public health, policy makers and society should work together to further implement this evidence-based and cost-effective strategy.Departamento de Saúde Mental | Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE2023-12-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25752/psi.33677por2182-31461646-091XAlmeida, DiogoMaia, Teresainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-05T05:45:55Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/33677Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:30:16.996265Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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