Arte Participativa Uma Ferramenta para a Saúde Mental na Terceira Idade

• Autor(a) principal: Silva, Marta Daniela Ferreira
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.8/8844
• topic: Envelhecimento ativo; Fotografia; Empoderar; Desenvolvimento; Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes

“A arte é uma invenção humana poderosa, porque nos permite interpretar a realidade, comunicar ideias e tem a capacidade de estimular emoções fortes, consegue instigar coração e razão, alterando os moldes em que vemos o mundo e, portanto, como agimos nele.” (François Matarasso)1. Em Portugal, de acordo com os dados estatísticos do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2018, dentro de mais ou menos 40 anos, a população idosa representará cerca de três milhões da população do país. Estas alterações demográficas reuniram a consciência para a necessidade de promover o envelhecimento saudável, ou seja, com saúde, autonomia e independência durante o maior período de tempo. Observando esta realidade, surge a necessidade de perceber, de que forma é possível promover um envelhecimento mais ativo da população e que estratégias devem ser adotadas. Uma das metodologias que é implementada no trabalho com a população mais idosa, em contexto de Estrutura Residenciais para Idosos, Centros de Dia, Centros de Convívio, Universidades Sénior e até Workshops junto da comunidade, e que tem como objetivo, manter o idoso ativo física e psicologicamente, tem sido a implementação de experiências artísticas no seu dia a dia, o que levou à criação de uma série de respostas na área das artes visuais, onde a arte é trabalhada de forma conjunta e individual e onde são explorados os conhecimentos e experiências da população mais idosa. Este Trabalho de Projeto busca então perceber, de que forma, os trabalhos artísticos, desenvolvidos com a população mais idosa auxiliam numa melhoria da qualidade de vida dos mesmos e em que sentido, a sua aproximação às técnicas artísticas, promove uma melhoria da sua saúde mental. Pretende-se ainda proporcionar experiências, com técnicas para trabalhar a fotografia e aprender a interpretar imagens, indo ao encontro de formas e estímulos positivos para os mesmos, empoderando a pessoa idosa através de uma relação entre o artista e aquele que se propõe a aprender com ele. Não no sentido de dar poder ao indivíduo, mas sim de adquirir poder através do desenvolvimento das suas competências, da sua confiança e do seu conhecimento. Com uma abordagem empírica e com um olhar mais atento aos comportamentos dos indivíduos que participaram nas atividades artísticas que foram sendo desenvolvidas, principalmente em torno da fotografia, foi possível observar da parte dos participantes uma vontade de integrar diversas atividades e questionar o que viam e as várias formas como poderiam interpretar um determinado assunto, percebendo que existem vários pontos de vista sobre o mesmo tema e que todas as respostas são válidas e auxiliam no nosso desenvolvimento e aprendizagens.