Aquisição de estruturas com subida de clítico em português europeu

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vitorino, Inês Filipa Henriques
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/23661
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo investigar a aquisição de estruturas com subida de clítico por crianças falantes nativas de PE, a fim de verificar o padrão de colocação do clítico. Para tal, aplicou-se um teste experimental de produção induzida a 64 crianças falantes monolingues de PE e a um grupo de controlo de 21 adultos. As crianças foram divididas em dois grupos: pré-escolar (crianças entre os 5 e os 6 anos de idade) e escolar (crianças entre os 6 e os 8 anos de idade). O teste considerou diversas variáveis, nomeadamente o tipo de verbo e a presença/ausência de proclisador. Os verbos testados incluem um verbo de subida obrigatória (ter+particípio passado), verbos de subida opcional (querer, ir e conseguir) e verbos de subida desfavorável (decidir, odiar e gostar de). Relativamente ao proclisador, recorreu-se apenas à negação. A tarefa da criança consistia em responder à questão colocada pela investigadora sobre as imagens que lhe eram apresentadas. Como complemento do teste de produção induzida, procedeu-se à análise de um corpus de produção espontânea retirado do CHILDES, o qual incluía produções de três crianças e dos adultos que com elas interagem. Os resultados do teste de produção induzida mostram que as crianças preferem a subida em oposição à não subida em contextos de subida opcional, sendo essa preferência mais evidente no grupo pré-escolar. O grupo de controlo, por outro lado, preferiu a não subida. Todos os grupos foram sensíveis à presença do proclisador, havendo uma taxa de subida de clítico mais elevada neste contexto em relação ao contexto de ênclise. No que diz respeito ao tipo de verbo, concluiu-se que as crianças possuem conhecimento lexical acerca dos verbos que permitem ou desfavorecem a subida, uma vez que, em todos os grupos, os verbos de subida desfavorável obtiveram uma percentagem de subida de clítico bastante mais reduzida do que os verbos de subida opcional. No entanto, este conhecimento desenvolve-se gradualmente e ainda não se encontra estabilizado no 1º ciclo. Houve, ainda, diferenças nas taxas de subida para cada verbo, registando o verbo gostar de a percentagem mais baixa de subida. Este resultado confirma que há conhecimento acerca da preposição de como inibidora de subida. Os dados de produção espontânea mostram uma tendência diferente no grupo dos vi adultos, com uma clara preferência pela subida de clítico com verbos de subida opcional, contrariamente ao que se verifica em produção induzida. Quanto às produções das crianças, verifica-se que as primeiras ocorrências de subida de clítico se registam no período dos dois anos e que as crianças não passam por um período em que usam apenas a não subida. Este resultado é semelhante aos resultados do estudo de Rodríguez-Mondoñedo, Snyder & Sugisaki (2006) para o espanhol. Desta forma, conclui-se que a subida de clítico será uma propriedade fixada cedo, estando disponível desde tenra idade.
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Os verbos testados incluem um verbo de subida obrigatória (ter+particípio passado), verbos de subida opcional (querer, ir e conseguir) e verbos de subida desfavorável (decidir, odiar e gostar de). Relativamente ao proclisador, recorreu-se apenas à negação. A tarefa da criança consistia em responder à questão colocada pela investigadora sobre as imagens que lhe eram apresentadas. Como complemento do teste de produção induzida, procedeu-se à análise de um corpus de produção espontânea retirado do CHILDES, o qual incluía produções de três crianças e dos adultos que com elas interagem. Os resultados do teste de produção induzida mostram que as crianças preferem a subida em oposição à não subida em contextos de subida opcional, sendo essa preferência mais evidente no grupo pré-escolar. O grupo de controlo, por outro lado, preferiu a não subida. Todos os grupos foram sensíveis à presença do proclisador, havendo uma taxa de subida de clítico mais elevada neste contexto em relação ao contexto de ênclise. No que diz respeito ao tipo de verbo, concluiu-se que as crianças possuem conhecimento lexical acerca dos verbos que permitem ou desfavorecem a subida, uma vez que, em todos os grupos, os verbos de subida desfavorável obtiveram uma percentagem de subida de clítico bastante mais reduzida do que os verbos de subida opcional. No entanto, este conhecimento desenvolve-se gradualmente e ainda não se encontra estabilizado no 1º ciclo. Houve, ainda, diferenças nas taxas de subida para cada verbo, registando o verbo gostar de a percentagem mais baixa de subida. Este resultado confirma que há conhecimento acerca da preposição de como inibidora de subida. Os dados de produção espontânea mostram uma tendência diferente no grupo dos vi adultos, com uma clara preferência pela subida de clítico com verbos de subida opcional, contrariamente ao que se verifica em produção induzida. Quanto às produções das crianças, verifica-se que as primeiras ocorrências de subida de clítico se registam no período dos dois anos e que as crianças não passam por um período em que usam apenas a não subida. Este resultado é semelhante aos resultados do estudo de Rodríguez-Mondoñedo, Snyder & Sugisaki (2006) para o espanhol. Desta forma, conclui-se que a subida de clítico será uma propriedade fixada cedo, estando disponível desde tenra idade.This study focuses on the acquisition of clitic climbing by European Portuguese children and analyses clitic placement in this context. In order to investigate the acquisition of this phenomenon, we applied an elicited production task to 64 monolingual children and to a control group of 21 adults. The children were divided into two groups: a preschool group (children aged 5 and 6) and a school group (children aged 6, 7 and 8). The elicited production task analyzed several variables, namely the type of verb and presence or absence of a proclisis trigger. The verbs included a verb of obligatory climbing (ter+past participle), verbs of optional climbing (querer, ir and conseguir) and verbs that discourage climbing (decidir, odiar and gostar de). Regarding the proclisis trigger, we only used negation. The children’s task was to answer the questions asked by the investigator about the pictures they were shown. As a complement to the elicited production task, a corpus of spontaneous speech was analyzed. This corpus can be found in CHILDES and includes productions of three children and the adults that interact with them. The results of the elicited production task show that children prefer climbing in opposition to the non-climbing counterpart in optional contexts. This preference is more evident in the preschool group. The control group, on the other hand, preferred the non-climbing option. All the groups reacted to the presence of the proclisis trigger, given that in this context the rate of clitic climbing was higher than the one corresponding to the enclisis context. In what concerns the type of verb, we concluded that children have lexical knowledge about the verbs that allow or discourage clitic climbing, since the verbs that discourage clitic climbing had a lower percentage than the verbs of optional climbing in all the groups. However, this knowledge develops gradually and is not yet stable in primary school. There were also differences in the rates of clitic climbing for each verb, the verb gostar de being the one with the lowest percentage. This result confirms that there is knowledge about the preposition de as a climbing inhibitor. The data from the adults’ spontaneous speech illustrate a quite different tendency from the results obtained in the elicited production task in the control group, given that there was a clear preference for climbing in optional contexts. viii In relation to children’s spontaneous speech, we can observe that the first registers of clitic climbing occur around 2 years of age and that children do not go through a stage in which they only use the non-climbing option. This result is similar to the one found by Rodríguez-Mondoñedo, Snyder & Sugisaki (2006) in their study about the acquisition of clitic climbing in Spanish. Thus, we conclude that clitic climbing is a property set early and that it is available from a young age.Gonçalves, Maria Fernandes Homem de Sousa LoboRUNVitorino, Inês Filipa Henriques2017-09-27T14:43:03Z2017-07-212017-05-302017-07-21T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/23661TID:201722941porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:11:56Zoai:run.unl.pt:10362/23661Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:27:51.631213Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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