EFICÁCIA DA PRÁTICA SIMULADA NA ABORDAGEM À PESSOA VÍTIMA DE TRAUMA
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://web.esenfc.pt/?url=LkWmm42V |
Resumo: | O trauma constitui uma importante causa de mortalidade e morbilidade em todo o mundo. A prática simulada tem sido cada vez mais utilizada para desenvolver a performance de atuação de estudantes e de profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiros. Contudo, os simuladores não estão disponíveis em todas as escolas ou em número suficiente. A utilização de pacientes reais para a simulação tem sido apontada também como viável, carecendo de evidência. Este estudo teve como objetivo principal avaliar a eficácia da prática simulada com paciente real na aquisição de conhecimentos e na performance dos estudantes do 4.º ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem, na abordagem à pessoa vítima de trauma. Realizou-se um estudo quantitativo, experimental, randomizado e controlado. Foram convidados a participar todos os estudantes do 4º ano de um Curso de Licenciatura em Enfermagem. Os que aceitaram participar foram randomizados em grupo experimental (GE) e de controlo (GC). A todos os estudantes foi realizada uma avaliação teórica de conhecimentos (escolha múltipla) sobre a abordagem da pessoa vítima de trauma, à qual se seguiu uma formação com a realização de demonstração com paciente real (estudantes do 3.º ano). No GE a intervenção consistiu na participação dos estudantes em práticas simuladas com paciente real (grupos de 4/5 estudantes, cerca de 20 minutos). A eficácia da intervenção foi testada através da repetição da avaliação de conhecimentos e através da avaliação da performance dos estudantes em cenários de prática simulada com paciente real (com recurso a grelha de observação). Por questões de exequibilidade a performance foi avaliada em subgrupos (GE=8 e GC=8). Todas as atividades se realizaram num só dia, assegurando a não interação entre os estudantes do GE e GC entre atividades. O teste de conhecimentos e grelha de observação foram elaborados pela equipa de investigadores, ambos pré-testados. Estes formadores foram os avaliadores das práticas simuladas tendo recebido um treino para uniformização da mesma. O conhecimento (16 questões, 0-20 valores) e performance (36 procedimentos, 0-36 pontos) dos dois grupos foi comparado através da proporção de respostas certas e cumprimento das atividades executadas, estatisticamente comparados através do teste do qui-quadrado ou t-student para amostras independentes, consoante apropriado. Dos 80 estudantes que manifestaram interesse inicial em participar, compareceram 76 (GE=38, GC=38), não se verificando diferenças estatisticamente significativas em termos de idade, sexo, e experiência prévia na área. Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas no conhecimento inicial entre os dois grupos. Apesar de ser perceptível uma melhoria média no conhecimento mais significativa nos estudantes do GE (+1,1 valores, DP=2,6), a diferença para o GC (+0,6 valores, DP=2,3) não foi estatisticamente significativa (t(74)=-0,987, p=0,327). A performance dos 8 subgrupos do GE foi melhor do que a dos 8 subgrupos do GC (GE=27,9±2,2 pontos versus GC=21,1±2,7 pontos, p<0,001). Conclui-se que a participação dos estudantes em prática simulada com paciente real na abordagem à pessoa vítima de trauma melhora a sua performance. Apesar de também se observar melhoria em termos de conhecimento, este estudo não permitiu evidenciar diferenças estatisticamente significativas imediatas nesse âmbito. |
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