Educação nutricional por meio de atividade de grupo : efeitos na composição corporal e nas práticas alimentares auto-referidas

• Autor(a) principal: Stivanin, Valdete Lemes
• Data de Publicação: 2007
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNISANTOS
• Texto Completo: https://tede.unisantos.br/handle/tede/541
• topic: nutrição; composição corporal; práticas alimentares; educação nutricional; ambulatório; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA

A prevalência de sobrepeso e obesidade vem aumentando progressivamente, alcançando taxas elevadas nas regiões desenvolvidas e em desenvolvimento, em decorrência de vários aspectos, entre os quais, um fenômeno mais amplo denominado de transição nutricional. Tal fato tem desafiado nutricionistas e outros profissionais da saúde no estudo e implementação de medidas que possam levar a práticas alimentares conducentes à saúde. A Universidade Católica de Santos mantém um ambulatório que oferece, desde 2003, um programa de intervenção nutricional aberto à população. No programa é empregada a estratégia da atividade de grupo visando à reeducação alimentar. Este estudo teve por objetivo avaliar a efetividade desse programa. Dados secundários sobre características sócio-demográficas, antropométricas e de consumo alimentar, provenientes de prontuários de mulheres adultas e idosas que participaram do programa nos anos de 2004 e 2005 foram analisados. Peso, índice de massa corporal, circunferência de cintura, porcentagem de gordura corporal e número médio diário de porções ingeridas conforme os grupos alimentares foram comparados, antes e depois da intervenção, por meio do teste t de Student pareado. Foi investigada também a associação entre as características sócio-demográficas e os desfechos encontrados empregando-se o teste do Qui-quadrado. Nas análises, foi adotado o nível de 5% para rejeição da hipótese de nulidade. Os resultados referem-se a 135 prontuários correspondendo a 92,5% das mulheres que participaram das atividades do programa no período. Do total, 60,0% eram casadas, 62,7% tinham 2º grau completo ou mais, 30,4% apresentavam 60 e mais anos de idade, 43,0% eram portadores de alguma doença crônica, 30,4% exerciam ocupações fora de casa e 26,7% declararam algum consumo de álcool. Cerca de metade tinha renda de 5+ salários mínimos e praticava alguma atividade física. As mudanças ocorridas nas práticas alimentares mostraram-se favoráveis para os grupos de verduras e legumes; frutas; leite e derivados; e acúcares e doces (p<0,001). As medidas de composição corporal comparadas apresentaram alterações estatisticamente significativas depois da intervenção (p<0,001). Redução de peso de 3kg ou mais foi maior entre os que declararam não consumir álcool (p=0,043). Aumento no consumo de frutas ocorreu mais entre os sujeitos com nível universitário (p=0,029) e entre os que exerciam ocupações fora de casa (p=0,044), fator que também mostrou associação com a elevação da ingestão de leite e derivados (p=0,014). A redução no consumo de açúcar foi maior entre os sedentários. Pode-se inferir que essas modificações resultaram da intervenção realizada ao final das doze semanas, a qual pode ser considerada efetiva em grupos de mulheres adultas e idosas com características às do presente estudo.