Anestesia regional e trombocitopenia não pré-eclâmptica; hora de repensar o nível seguro de plaquetas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tanaka,Motoshi
Data de Publicação: 2009
Outros Autores: Balki,Mrinalini, McLeod,Anne, Carvalho,Jose C. A.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942009000200002
Resumo: JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Apesar de a anestesia regional ser amplamente utilizada no controle da dor em obstetrícia, seu uso pode não ser apropriado nas pacientes com trombocitopenia por causa do risco de hematoma no neuroeixo. Não existem fortes evidências sugerindo número mínimo de plaquetas necessário para garantir a segurança na realização da anestesia regional. O objetivo deste estudo foi rever a segurança da anestesia regional em pacientes com trombocitopenia não pré-eclâmptica na instituição durante período de cinco anos. MÉTODO: Foi realizada revisão retrospectiva dos prontuários médicos de todas as pacientes obstétricas não pré-eclâmpticas cujo parto foi realizado na instituição entre abril de 2001 e março de 2006 e que apresentaram contagem de plaquetas < 100 x 10(9).L-1 no dia da anestesia. A etiologia da trombocitopenia, o tipo de anestesia, tipo de parto e as principais complicações anestésicas foram registrados. RESULTADOS: Foram identificadas 75 pacientes, das quais 47 (62,2%) receberam anestesia regional. A etiologia da trombocitopenia incluiu púrpura trombocitopênica imune, em 49 pacientes; trombocitopenia gestacional, em 20 pacientes; e outras causas em seis pacientes. Anestesia regional foi utilizada em 91,9% das pacientes com nível de plaquetas entre 80 a 99 x 10(9).L-1 e em 48,1% das pacientes com nível de plaquetas entre 50 e 79 x 10(9).L-1. Em nenhuma das 11 pacientes que apresentavam plaquetas abaixo de 50 x 10(9).L-1 foi administrada anestesia regional. Não houve complicações neurológicas. CONCLUSÕES: Nos casos estudados, a anestesia regional foi administrada com segurança nas gestantes com nível de plaquetas entre 50 - 79 x 10(9).L-1. Neste estudo os resultados são semelhantes aos de outras séries relatadas na literatura. Sugere-se que nas pacientes sem eclâmpsia com um nível estável de plaquetas e sem história prévia ou sinais clínicos de sangramento, o limite inferior de 50 x 10(9).L-1 deve ser adotado.
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