Padrões de ventilação em anestesia: estudo retrospectivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vieira,Joaquim Edson
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: Silva,Basílio Afonso Ribeiro, Garcia Júnior,Daniel
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942002000600013
Resumo: JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Alterações da mecânica pulmonar, diminuição da Capacidade Residual Funcional e formação de atelectasias têm sido descritas durante anestesia geral. O objetivo desta investigação foi avaliar de forma retrospectiva os padrões de ventilação mecânica adotados nas salas operatórias do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). MÉTODO: Foram registrados dados de 240 pacientes sob anestesia geral, curarizados em ventilação mecânica. Foram observados os padrões de ventilação aplicados: volume corrente em ml (VC), freqüência respiratória por minuto, pressões de vias aéreas em cmH2O e fluxo de gases frescos em L.min-1, SpO2 e P ET CO2. Dados demográficos: sexo, idade, peso, altura foram registrados e calculado o índice de massa corpórea (IMC). Os pacientes foram separados em grupos quanto ao IMC em: < 20; 20-25; 25-30; > 30 kg/m². RESULTADOS: Observou-se relação linear entre volume corrente (VC) e peso (r=0,640) e IMC (r=0,467). VC por peso corpóreo (ml.kg-1) mostrou-se inversamente relacionado ao IMC: IMC < 20 com 10,74 ± 1,39; IMC 20-25 em 9,67 ± 1,08; IMC 25-30 para 8,54 ± 1,09; IMC > 30 com 7,86 ± 1,26 (p < 0,001, ANOVA). Não houve diferença entre esses grupos para a freqüência respiratória instalada. No momento dos registros, homens (n = 123) e mulheres (n = 117) apresentaram semelhantes SpO2 e P ET CO2. O IMC foi semelhante em ambos os grupos. Utilizou-se pressão positiva no final da expiração (PEEP) em 78 dos procedimentos (33%). CONCLUSÕES: Estes dados descritivos permitem afirmar que os padrões de ventilação mecânica em anestesia no HCFMUSP adotam volume corrente próximo de 9 ml.kg-1, freqüência respiratória em 10 incursões por minuto. O uso de PEEP não é disseminado e, quando utilizado, está próximo de 4 cmH2O. Há correlação positiva para peso e IMC com VC. A relação entre VC por massa corpórea é inversamente relacionada ao IMC.
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