Modificação técnica na cirurgia da estenose aórtica supravalvar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos,Magaly Arrais dos
Data de Publicação: 1996
Outros Autores: Salerno,Pedro R, Capellari,Márcia M, Bosísio,Ieda B. Jatene, Jatene,Marcelo B, Jatene,Fábio B, Santana,Maria Virgínia T, Paulista,Paulo P, Fontes,Valmir F, Jatene,Adib D, Souza,Luiz Carlos Bento de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381996000400010
Resumo: Com o objetivo de evitar complicações de reestenose da aorta na evolução tardia dos pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico da estenose supravalvar aórtica localizada, provocada por calcificação e enrijecimento de material protético utilizado para ampliação de um ou mais seios de Valsalva, com ou sem secção transversal da aorta, desenvolvemos, de outubro de 1991 a dezembro de 1995, uma modificação técnica, que, sem utilização de enxertos artificiais, apenas com tecido sadio da aorta ascendente, permite ampliação adequada da porção inicial da aorta. Neste período, foram operados 10 pacientes, com diagnóstico clínico e hemodinâmico de estenose supravalvar aórtica localizada. As idades variaram de 11 meses a 38 anos (m = 13,2 anos), o peso variou de 7,500 kg a 56 kg (m = 29,1 kg) e a altura variou de 72 cm a 1,68 m (m = 1,5 m). Seis pacientes eram do sexo masculino. Três eram assintomáticos, 4 tinham dispnéia, 2 cansaço aos esforços, 2 palpitações, 1 parestesia de membros inferiores e 1 cianose ao choro. Seis pacientes eram portadores de síndrome de Williams. O gradiente sistólico entre a cavidade livre do ventrículo esquerdo e aorta variou de 50 mmHg a 100 mmHg (m = 73,5). Os pacientes foram operados com auxílio de circulação extracorpórea, hipotermia moderada, cardioplegia cristalóide, nos 7 primeiros casos, e cardioplegia sangüínea nos 3 últimos. A aorta ascendente foi amplamente dissecada até os vasos da base. Após a transecção total da aorta e ressecção do tecido fibrótico estenosante, realizamos incisões longitudinais do bordo da porção proximal da aorta até o fundo dos seios de Valsalva; a seguir, foram feitas incisões longitudinais na porção distai, nas regiões correspondentes aos postes comissurais, de maneira que cada prolongamento da aorta distai ampliasse um fundo de seio de Valsalva, obtendo uma aorta inicial de aspecto anatômico e dimensões normais.Atualmente, com um período pós-operatório de 3 meses a 4 anos e 5 meses, não houve óbito; todos os pacientes estão assintomáticos, evoluindo satisfatoriamente, sem gradiente entre a cavidade livre do ventrículo esquerdo e aorta ascendente, conforme ecocardiograma, Doppler, ressonância nuclear magnética e estudo hemodinâmico. Estes resultados nos permitem concluir ser esta técnica adequada para a correção cirúrgica da estenose supravalvar aórtica localizada, por não utilizar enxertos artificiais e realizar a sutura da aorta em uma linha sinusoidal, evitando, assim, reestenose.
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