Despertando a mente de iluminação: uma pesquisa em Psicologia com praticantes budistas tibetanos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Magalhães, Elisabete Freire
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: de Freitas, Laura Villares
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (Online)
Texto Completo: https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/574
Resumo: Introdução: A prática budista tibetana na contemporaneidade dá-se no contexto pós-diáspora, quando, a partir de 1959, o Tibete foi invadido e ocupado pelos chineses. O budismo propõe uma concepção de ser humano, apoiada em técnicas contemplativas, cujo objetivo é promover o desenvolvimento da personalidade, no qual está implicado um processo de abertura, desenvolvimento e diferenciação da consciência. [JUNG (1912/2008) vol. 7/1]. Objetivos: Elucidar aspectos do processo de individuação de praticantes budistas tibetanos com mais de vinte anos de inserção nesta religião, por meio de entrevistas em história oral de vida. Indagamo-nos em que medida o budismo tibetano pode ou não oferecer elementos que auxiliem o indivíduo a se perceber em um processo alinhado ao Self e, ao mesmo tempo, inserido na comunidade humana, podendo nela se engajar e se comprometer com sua melhoria. Método: A história oral, nesta pesquisa, é concebida como um corte epistemológico que se situa na interface entre diferentes campos do saber, como a psicologia analítica de Jung. Adotamos os procedimentos em história oral de vida e os pressupostos metodológicos e éticos da pesquisa simbólica, tal como concebida por Jung. [Ver TREBITSCH (1994); Ver PENNA (2004)]. Resultados: Entrevistamos cinco praticantes budistas tibetanos. A discussão acerca da dimensão ética no relacionamento mestre-discípulo fez-se necessária, revelando-se um fator importante no processo de desenvolvimento do praticante, pois, no cerne da instituição budista tibetana, está a prática de “devoção ao guru”. Outra questão abordada nas entrevistas diz respeito ao futuro do budismo tibetano no contexto pós-diáspora. Conclusão: Nossos entrevistados, de algum modo, associam a prática budista à possibilidade de viver o processo de ampliação da consciência, cujo potencial é inerente à condição humana, de maneira mais condizente com sua personalidade. Alguns entrevistados, em suas elaborações, tecem possibilidades de continuidade do budismo articuladas principalmente ao processo de transformação e desenvolvimento da personalidade, em detrimento dos aspectos ritualísticos.
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