A Poesia da Luz de Clarissa Campolina
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Rebeca (São Paulo) |
Texto Completo: | https://rebeca.socine.org.br/1/article/view/320 |
Resumo: | Os espaços nos filmes de Clarissa Campolina não são apenas cenários, elementos menores da encenação, são sensações materiais que definem mesmo o filme. Analisaremos, em especial, Adormecidos, no qual não há mais a paisagem definida pelo olhar contemplativo que projeta romanticamente seus dilemas e devaneios, que dá valor ao espaço a partir de suas memórias e experiência ali vivenciadas, nem algo irrepresentável na esfera do sublime. Só aparentemente há uma perspectiva. Mas a tela não é uma janela para o mundo que o espectador contempla. A realizadora, o espectador e qualquer figura humana não são a medida nem no olhar nem na cena. Em Adormecidos, deixamos de transitar pelas paisagens do sertão, especialmente do Norte de Minas Gerais, presente em Girimunho (2011) e Trecho (2006), filmes dirigidos por Clarissa Campolina em conjunto com Helvécio Marins e nos deparamos com um lugar sem nome, sem grandes marcas, mas não um lugar impessoal de trânsito, um não lugar. Esta paisagem em que imergimos mais que contemplamos é por onde penetramos nesse pequeno filme. Talvez seja o que Deleuze e Guattari chamaram de perceptos. Perceptos não são mais percepções, são independentes do estado daqueles que os experimentam... “A Paisagem vê. O percepto é [Estamos na] “paisagem anterior ao homem, na ausência do homem” (DELEUZE e GUATTARI, 1992, 219). |
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