Maus-tratos contra crianças e adolescentes: o que as denúncias revelam? Uma análise da dinâmica familiar em casos de pais divorciados

• Autor(a) principal: Evangelista, Marina Veloso
• Data de Publicação: 2015
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UCB
• Texto Completo: https://repositorio.ucb.br:9443/jspui/handle/123456789/8811
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Maus-tratos; Crianças e adolescentes; Judicialização das relações; Conflitos familiares; Divórcio

O presente trabalho teve como objetivo fazer uma análise sobre a estrutura e dinâmica familiar em casos que ocorreram denúncias de maus-tratos. A família no contexto judicial deve ser sempre alvo de análise em seu aspecto psicossocial a fim de investigar as contingências presentes em sua dinâmica que a levaram ao litígio. Para isso, foram analisados 52 prontuários do Setor de Análise Psicossocial da Promotoria de Taguatinga, com a intenção de verificar o perfil dessas famílias e a incidência de conflitos conjugais, dentre os casos em que há situação de divórcio. A pesquisa usou do método misto para análise dos dados. A parte quantitativa foi feita em relação a todas as denúncias de maus-tratos contra crianças e adolescentes no período de maio de 2013 a abril de 2014, a fim de obter uma triagem do perfil das partes dessas denúncias. Considerando o foco da pesquisa, para análise qualitativa foram selecionados os casos em que a relação entre o (a) denunciante e o (a) suposto (a) autor(a) era de ex-companheiro, e que apresentasse laudo conclusivo confirmando lesões corporais. A partir disso, foi realizada análise do discurso proposta por Rosalind Gill (2002). Os resultados apontaram para o perfil das partes, revelando índices de faixa etária e as relações entre autores, denunciantes e vítimas, além dos tipos de denúncias mais frequentes. Grande parte das denúncias foi feita em desfavor do ex-companheiro, a maioria apresentando laudos conclusivos de lesão corporal. A amostra qualitativa composta por seis casos, revelou famílias com histórico de conflitos desde o subsistema conjugal, que foram agravados com a chegada dos filhos e após a separação do casal que, com escassez de recursos para comunicação efetiva, acabam por acionar a justiça na tentativa de resolução desses conflitos.