Formalização fonético-fonológica da interação de restrições na produção e na percepção da epêntese no português brasileiro e no português europeu
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel |
Texto Completo: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/511 |
Resumo: | O estudo lida com a epêntese vocálica no português em uma abordagem fonéticofonológica. Evidencia, através de dados empíricos de produção e percepção de falantes nativos do português brasileiro e europeu, que, em palavras com encontros consonantais heterossilábicos em contextos mediais, propícios ao aparecimento da epêntese no português (como “p.n” – apneia, “t.n” – etnia, “k.t” - cacto), o fenômeno da epêntese vocálica é variável. Também concebe a possibilidade da existência de uma epêntese surda, não comumente identificada na literatura, o que classifica este trabalho como original em seu tratamento instrumental da epêntese especificamente na língua portuguesa. Em particular, trata-se de um estudo que combina a descrição tradicional, estrutural da epêntese, com aspectos acústicos e perceptuais. Instrumentos específicos foram aplicados para a formação dos corpora de produção e de percepção linguística, objeto do estudo. A análise instrumental dos dados de produção foi realizada com a utilização do software PRAAT (BOERSMA; WEENINK, 2013), que permitiu a descrição das propriedades acústicas dos segmentos, como duração e frequências formânticas, o que possibilitou a caracterização diferenciada da vogal epentética do português em relação a uma vogal lexical. O instrumento utilizado para a verificação da percepção da epêntese no português, elaborado a partir do software TP (RAUBER et al., 2009) e aplicado aos mesmos informantes que participaram do teste de produção, deu suporte para a investigação da relação entre a produção e a percepção da epêntese. Com esse arcabouço empírico, tevese como objetivo geral a proposição de uma formalização para o fenômeno da epêntese vocálica no Modelo de Processamento Bidirecional de L1 - Biphon (BOERSMA (2006, 2007, 2008, 2010) e BOERSMA; HAMANN (2009)). A partir da formalização do fenômeno no modelo Biphon, foi possível prever que, ao tratar-se da epêntese, a diferença entre o PB e o PE está na implementação fonética e na percepção. No nível fonológico (lexical), ambas as variedades do português demonstraram que a plosiva em coda constitui uma situação imprópria na língua. Foi possível, além disso, observar que o contato silábico também é relevante, quando se trata de uma sequência heterossilábica, que contém plosiva em posição de coda medial. Ainda foi possível demonstrar que a percepção, nas variedades do português em análise, é fonológica, pois os informantes, na identificação de uma estrutura com plosiva em coda medial, acusaram a presença de uma vogal ilusória, para satisfazer as restrições fonotáticas da língua. Tal situação é formalizada no modelo Biphon por meio de restrições de estrutura e de pista, que demonstram que a percepção de uma vogal ilusória no output (fonológico) não mantém a relação de fidelidade fonético-fonológica com o input (fonético) - restrição de pista >> restrição de estrutura -, sendo que as restrições de estrutura junto às restrições fonéticas devem explicar esse fato. O estudo abre um novo caminho de análise de fatos da gramática do PB e do PE, ao utilizar o Modelo Biphon para explicar e formalizar o fenômeno da epêntese em contextos heterossilábicos mediais em variedades do português, bem como para propor restrições de pista. |
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Formalização fonético-fonológica da interação de restrições na produção e na percepção da epêntese no português brasileiro e no português europeuenfâse no PB e no PE; aqnálise fonético-fonológica; percepção e produção; abordagem por restrições; BIPHONLINGUISTICA::LINGUISTICA APLICADA##-552208380650306735##600O estudo lida com a epêntese vocálica no português em uma abordagem fonéticofonológica. Evidencia, através de dados empíricos de produção e percepção de falantes nativos do português brasileiro e europeu, que, em palavras com encontros consonantais heterossilábicos em contextos mediais, propícios ao aparecimento da epêntese no português (como “p.n” – apneia, “t.n” – etnia, “k.t” - cacto), o fenômeno da epêntese vocálica é variável. Também concebe a possibilidade da existência de uma epêntese surda, não comumente identificada na literatura, o que classifica este trabalho como original em seu tratamento instrumental da epêntese especificamente na língua portuguesa. Em particular, trata-se de um estudo que combina a descrição tradicional, estrutural da epêntese, com aspectos acústicos e perceptuais. Instrumentos específicos foram aplicados para a formação dos corpora de produção e de percepção linguística, objeto do estudo. A análise instrumental dos dados de produção foi realizada com a utilização do software PRAAT (BOERSMA; WEENINK, 2013), que permitiu a descrição das propriedades acústicas dos segmentos, como duração e frequências formânticas, o que possibilitou a caracterização diferenciada da vogal epentética do português em relação a uma vogal lexical. O instrumento utilizado para a verificação da percepção da epêntese no português, elaborado a partir do software TP (RAUBER et al., 2009) e aplicado aos mesmos informantes que participaram do teste de produção, deu suporte para a investigação da relação entre a produção e a percepção da epêntese. Com esse arcabouço empírico, tevese como objetivo geral a proposição de uma formalização para o fenômeno da epêntese vocálica no Modelo de Processamento Bidirecional de L1 - Biphon (BOERSMA (2006, 2007, 2008, 2010) e BOERSMA; HAMANN (2009)). A partir da formalização do fenômeno no modelo Biphon, foi possível prever que, ao tratar-se da epêntese, a diferença entre o PB e o PE está na implementação fonética e na percepção. No nível fonológico (lexical), ambas as variedades do português demonstraram que a plosiva em coda constitui uma situação imprópria na língua. Foi possível, além disso, observar que o contato silábico também é relevante, quando se trata de uma sequência heterossilábica, que contém plosiva em posição de coda medial. Ainda foi possível demonstrar que a percepção, nas variedades do português em análise, é fonológica, pois os informantes, na identificação de uma estrutura com plosiva em coda medial, acusaram a presença de uma vogal ilusória, para satisfazer as restrições fonotáticas da língua. Tal situação é formalizada no modelo Biphon por meio de restrições de estrutura e de pista, que demonstram que a percepção de uma vogal ilusória no output (fonológico) não mantém a relação de fidelidade fonético-fonológica com o input (fonético) - restrição de pista >> restrição de estrutura -, sendo que as restrições de estrutura junto às restrições fonéticas devem explicar esse fato. O estudo abre um novo caminho de análise de fatos da gramática do PB e do PE, ao utilizar o Modelo Biphon para explicar e formalizar o fenômeno da epêntese em contextos heterossilábicos mediais em variedades do português, bem como para propor restrições de pista.The present study approaches the phenomenon of vowel epenthesis in Portuguese from a phonetic-phonological approach. It shows, through empirical data of production and perception of Brazilian and European Portuguese native speakers, that in word-mid contexts of heterosyllabic consonant clusters, which allow for the emergence of epenthesis in Portuguese (“p.n” – apneia, “t.n” – etnia, “k.t” – cacto), the phenomenon of vowel epenthesis is variable. The study also considers the possible existence of a voiceless epenthetic vowel, not commonly identified in the literature, which characterizes the original status of the study, for its instrumental treatment of epenthesis in Portuguese, as a study that combines a traditional, structural description of epenthesis with an acoustic, articulatory and perceptive attention. The instrumental analysis of production data was possible using the PRAAT software (BOERSMA; WEENINK, 2013). This software allowed the examination of the acoustic features of the segments, such as duration and formant frequencies, which made possible the differentiated characterization of epenthetic vowels in relation to lexical vowels. The instrument used to check the perception of epenthesis in Portuguese was designed on the TP software (RAUBER et al., 2009), which helped investigate the relationship between production and perception of epenthesis in Portuguese. Departing from this empirical framework, our aim is to propose a formalization for the vowel epenthesis phenomenon in the bidirectional processing model of L1 - Biphon (BOERSMA (2006, 2007, 2008, 2010) and BOERSMA; HAMANN (2009)). From the formalization of the phenomenon in the bidirectional processing model of L1, we can predict that the difference between Brazilian and European Portuguese is in the phonetic implementation and perception. At the phonological level (lexical), both varieties of Portuguese demonstrate that stop consonants in coda constitute an improper structure in the language. Furthermore, it was observed that the syllable contact is also importante, in a heterosyllabic context formed by stops in medial coda position. It was also possible to demonstrate that perception is phonological in the varieties of portuguese under analysis, because the listeners, identifying a structure with a stop in word-mid coda, identified the presence of an illusory vowel to satisfy the phonotactical restrictions of the language. This situation is formalized in the Biphon model with structure and cue constraints, showing that the perception of an illusory vowel in the output (phonological level) does not maintain the relationship of phoneticphonological faithfulness to the input (phonetic level) – cue constraint >> structure constraint - and, therefore, resorts to the structure constraints to explain this. The present analysis is innovative in using such a model to explain the phenomenon of epenthesis in heterosyllabic mid contexts in varieties of Portuguese, as well as in proposing cue constraints.Universidade Catolica de PelotasCentro de Ciencias Sociais e Tecnologicas##-8792015687048519997##600BrasilUCPelPrograma de Pos-Graduacao em Letras##8902948520591898764##600Matzenauer, Carmen Lúcia BarretoAlves, Ubiratã Kickhöfelhttp://lattes.cnpq.br/4418215566179777Veloso, JoãoBattisti, Elisahttp://lattes.cnpq.br/6221927841638069Silva, Susiele Machry dahttp://lattes.cnpq.br/5389305649634357Miranda, Ana Ruth Morescohttp://lattes.cnpq.br/5342617922616660Azevedo, Roberta Quintanilha2016-10-03T21:28:11Z2016-07-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfAzevedo, Roberta Quintanilha. Formalização fonético-fonológica da interação de restrições na produção e na percepção da epêntese no português brasileiro e no português europeu. 2016. 287 f. 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Formalização fonético-fonológica da interação de restrições na produção e na percepção da epêntese no português brasileiro e no português europeu Azevedo, Roberta Quintanilha enfâse no PB e no PE; aqnálise fonético-fonológica; percepção e produção; abordagem por restrições; BIPHON LINGUISTICA::LINGUISTICA APLICADA# #-552208380650306735# #600 |
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