Impacto da pandemia por COVID-19 na saúde mental materna e infantil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel |
Texto Completo: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/1009 |
Resumo: | Introdução: A pandemia de COVID-19 gerou mudanças importantes nas famílias, tendo em vista a necessidade de implementar uma série de medidas para o combate à disseminação do vírus. Tais medidas, apesar de essenciais para frear o avanço da pandemia, podem ter efeitos prejudiciais no que diz respeito à saúde mental, especialmente em mães e crianças. Neste período, houve um aumento das taxas de transtornos psiquiátricos maternos e de problemas de comportamento dos filhos, perdas financeiras, bem como menos oportunidades para a estimulação do desenvolvimento infantil. Objetivo: Verificar, no período da pandemia por COVID-19, a prevalência de depressão materna e a incidência de problemas de comportamento infantil, seus fatores associados e a influência do desenvolvimento aos 3 e 18 meses de idade das crianças sobre os problemas de comportamento em um estudo de base populacional na cidade de Pelotas, Sul do Brasil. Métodos: Os três artigos apresentados nesta tese foram realizados a partir de uma amostra de mães e crianças que vem sendo acompanhada em um estudo longitudinal na cidade de Pelotas/RS. A captação desta amostra ocorreu entre os anos de 2016 e 2018 e incluiu mulheres com até 24 semanas gestacionais residentes de 244 setores censitários sorteados dos 488 que compõem a zona urbana da cidade. Para o artigo 1, o delineamento utilizado foi transversal, enquanto nos artigos 2 e 3 utilizou-se delineamento longitudinal. A avaliação do Episódio Depressivo Maior Atual (EDMA) das mães foi realizada utilizando a Mini International Neuropsychiatric Interview Plus (M.I.N.I. Plus). Quanto às crianças, os problemas de comportamento foram avaliados através do Child Behavior Checklist (CBCL) e o desenvolvimento infantil foi medido pela Bayley Scales of Infant and Toddler Development 3rd edition (Bayley-III). Os dados foram analisados pelos softwares IBM SPSS Statistics 22.0 e Stata 15.0 através dos testes estatísticos mais adequados para cada objetivo do estudo. Resultados: Participaram do primeiro artigo 666 mães, sendo a prevalência de EDMA de 12,3%. Na análise ajustada, encontrou-se que mães com perdas financeiras tiveram 2,1 (95%IC: 1,3; 3,4) vezes mais chances de apresentar EDMA quando comparadas às mães que mantiveram sua situação financeira. No segundo artigo, foram incluídas 379 crianças. A incidência de problemas internalizantes foi de 13,5% e esteve associada à menor renda familiar (p=0,017), seguir todas ou quase todas as recomendações de distanciamento (p=0,023), não sair de casa por 2 a 4 meses (p=0,035), e brincar menos com adultos (p=0,050). A incidência de problemas externalizantes foi de 9,8% e o fator de risco associado foi brincar menos com adultos (p=0,030). Em relação ao total de problemas, a incidência foi de 7,9% e os fatores associados foram ser do sexo feminino (p=0,027), não sair de casa por 2 a 4 meses (p=0,036) e brincar menos com adultos (p=0,046). O artigo 3 incluiu 343 crianças. O modelo de acumulação de atrasos anteriores no desenvolvimento socioemocional foi um preditor significativo para problemas externalizantes durante a COVID-19 (OR 2,44; IC95%: 1,31; 4,54). Conclusão: Os resultados demonstram que estressores pandêmicos foram preditores significativos de problemas de saúde mental materna e infantil, bem como apontam que crianças com atrasos prévios de desenvolvimento socioemocional foram mais propensas a apresentar problemas de comportamento externalizante durante a COVID-19. Estes resultados evidenciam a importância de estudos que avaliem os efeitos da pandemia em longo prazo, tendo em vista que seu impacto emocional poderá ser duradouro, bem como poderá auxiliar no delineamento de intervenções focadas em mitigar os efeitos negativos da COVID-19 em mães e crianças. |
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Impacto da pandemia por COVID-19 na saúde mental materna e infantilCOVID-19; problemas de comportamento infantil; desenvolvimento infantil; depressão maternaCOVID-19; child behavior problems, child development; maternal depressionCIENCIAS DA SAUDE::MEDICINAIntrodução: A pandemia de COVID-19 gerou mudanças importantes nas famílias, tendo em vista a necessidade de implementar uma série de medidas para o combate à disseminação do vírus. Tais medidas, apesar de essenciais para frear o avanço da pandemia, podem ter efeitos prejudiciais no que diz respeito à saúde mental, especialmente em mães e crianças. Neste período, houve um aumento das taxas de transtornos psiquiátricos maternos e de problemas de comportamento dos filhos, perdas financeiras, bem como menos oportunidades para a estimulação do desenvolvimento infantil. Objetivo: Verificar, no período da pandemia por COVID-19, a prevalência de depressão materna e a incidência de problemas de comportamento infantil, seus fatores associados e a influência do desenvolvimento aos 3 e 18 meses de idade das crianças sobre os problemas de comportamento em um estudo de base populacional na cidade de Pelotas, Sul do Brasil. Métodos: Os três artigos apresentados nesta tese foram realizados a partir de uma amostra de mães e crianças que vem sendo acompanhada em um estudo longitudinal na cidade de Pelotas/RS. A captação desta amostra ocorreu entre os anos de 2016 e 2018 e incluiu mulheres com até 24 semanas gestacionais residentes de 244 setores censitários sorteados dos 488 que compõem a zona urbana da cidade. Para o artigo 1, o delineamento utilizado foi transversal, enquanto nos artigos 2 e 3 utilizou-se delineamento longitudinal. A avaliação do Episódio Depressivo Maior Atual (EDMA) das mães foi realizada utilizando a Mini International Neuropsychiatric Interview Plus (M.I.N.I. Plus). Quanto às crianças, os problemas de comportamento foram avaliados através do Child Behavior Checklist (CBCL) e o desenvolvimento infantil foi medido pela Bayley Scales of Infant and Toddler Development 3rd edition (Bayley-III). Os dados foram analisados pelos softwares IBM SPSS Statistics 22.0 e Stata 15.0 através dos testes estatísticos mais adequados para cada objetivo do estudo. Resultados: Participaram do primeiro artigo 666 mães, sendo a prevalência de EDMA de 12,3%. Na análise ajustada, encontrou-se que mães com perdas financeiras tiveram 2,1 (95%IC: 1,3; 3,4) vezes mais chances de apresentar EDMA quando comparadas às mães que mantiveram sua situação financeira. No segundo artigo, foram incluídas 379 crianças. A incidência de problemas internalizantes foi de 13,5% e esteve associada à menor renda familiar (p=0,017), seguir todas ou quase todas as recomendações de distanciamento (p=0,023), não sair de casa por 2 a 4 meses (p=0,035), e brincar menos com adultos (p=0,050). A incidência de problemas externalizantes foi de 9,8% e o fator de risco associado foi brincar menos com adultos (p=0,030). Em relação ao total de problemas, a incidência foi de 7,9% e os fatores associados foram ser do sexo feminino (p=0,027), não sair de casa por 2 a 4 meses (p=0,036) e brincar menos com adultos (p=0,046). O artigo 3 incluiu 343 crianças. O modelo de acumulação de atrasos anteriores no desenvolvimento socioemocional foi um preditor significativo para problemas externalizantes durante a COVID-19 (OR 2,44; IC95%: 1,31; 4,54). Conclusão: Os resultados demonstram que estressores pandêmicos foram preditores significativos de problemas de saúde mental materna e infantil, bem como apontam que crianças com atrasos prévios de desenvolvimento socioemocional foram mais propensas a apresentar problemas de comportamento externalizante durante a COVID-19. Estes resultados evidenciam a importância de estudos que avaliem os efeitos da pandemia em longo prazo, tendo em vista que seu impacto emocional poderá ser duradouro, bem como poderá auxiliar no delineamento de intervenções focadas em mitigar os efeitos negativos da COVID-19 em mães e crianças.Introduction: The COVID-19 pandemic has brought about significant changes in families, given the need to implement a series of measures to combat the spread of the virus. While these measures were essential to curbing the pandemic, they can have detrimental effects on mental health, particularly in mothers and children. During this period, there was an increase in the rates of maternal psychiatric disorders and children's behavior problems, financial losses, as well as fewer opportunities to stimulate child development. Objective: To verify the prevalence of maternal depression and the incidence of child behavior problems during the COVID-19 pandemic, along with their associated factors. Additionally, we investigated the influence of children's development at 3 and 18 months of age on behavior problems during that pandemic. Methods: The three articles presented in this thesis were conducted using a sample of mothers and their children who have been part of a longitudinal study in the city of Pelotas/RS. This sample was collected between 2016 and 2018 and included women with up to 24 gestational weeks, living in 244 census tracts drawn from the 488 that make up the urban area of the city. Article 1 utilized a cross-sectional design, while articles 2 and 3 employed a longitudinal design. The assessment of mothers' Current Major Depressive Episode (CMDE) was performed using the Mini International Neuropsychiatric Interview Plus (M.I.N.I. Plus). For children, we evaluated behavior problems using the Child Behavior Checklist (CBCL), and measured child development using the Bayley Scales of Infant and Toddler Development 3rd edition (Bayley-III). Data analysis was carried out using IBM SPSS Statistics 22.0 and Stata 15.0 software, applying the most appropriate statistical tests for each study objective. Results: The first article included 666 mothers, with a prevalence of CMDE of 12.3%. In the adjusted analysis, we found that mothers with financial losses were 2.1 (95% CI: 1.3; 3.4) times more likely to experience CMDE when compared to mothers who maintained their financial stability. The second article comprised 379 children. The incidence of internalizing problems was 13.5% and was associated with lower family income (p=0.017), following all or almost all distancing recommendations (p=0.023), a period of not leaving home for 2 to 4 months (p=0.035), and playing less with adults (p=0.050). The incidence of externalizing problems was 9.8%, and the associated risk factor was playing less with adults (p=0.030). Regarding the total number of problems, the incidence was 7.9%, with associated factors being female (p=0.027), not leaving the house for 2 to 4 months (p=0.036), and playing less with adults (p=0.046). Article 3 included 343 children. The model of accumulation of previous delays in social-emotional development was a significant predictor for externalizing problems during COVID-19 pandemic (OR 2.44; 95% CI: 1.31; 4.54). Conclusion: The results demonstrate that pandemic-related stressors were significant predictors of maternal and child mental health problems. Moreover, children with prior delays in social-emotional development were more likely to exhibit externalizing behavior problems during COVID-19. These findings highlight the importance of studies assessing the long-term effects of the pandemic, considering that its emotional impact may be enduring. They also contribute to the development of interventions aimed at mitigating the negative effects of COVID-19 on mothers and children.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Catolica de PelotasCentro de Ciencias da SaudeBrasilUCPelPrograma de Pos-Graduacao em Saude ComportamentoQuevedo, Luciana de ÁvilaPires, Andressa JaconbinoTrettim , Jéssica PuchalskiMondin, Thaíse CamposCoelho, Fernanda Teixeira2023-11-27T13:22:46Z2023-11-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfCoelho, Fernanda Teixeira. Impacto da pandemia por COVID-19 na saúde mental materna e infantil. 2023. 167 f. 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Introdução: A pandemia de COVID-19 gerou mudanças importantes nas famílias, tendo em vista a necessidade de implementar uma série de medidas para o combate à disseminação do vírus. Tais medidas, apesar de essenciais para frear o avanço da pandemia, podem ter efeitos prejudiciais no que diz respeito à saúde mental, especialmente em mães e crianças. Neste período, houve um aumento das taxas de transtornos psiquiátricos maternos e de problemas de comportamento dos filhos, perdas financeiras, bem como menos oportunidades para a estimulação do desenvolvimento infantil. Objetivo: Verificar, no período da pandemia por COVID-19, a prevalência de depressão materna e a incidência de problemas de comportamento infantil, seus fatores associados e a influência do desenvolvimento aos 3 e 18 meses de idade das crianças sobre os problemas de comportamento em um estudo de base populacional na cidade de Pelotas, Sul do Brasil. Métodos: Os três artigos apresentados nesta tese foram realizados a partir de uma amostra de mães e crianças que vem sendo acompanhada em um estudo longitudinal na cidade de Pelotas/RS. A captação desta amostra ocorreu entre os anos de 2016 e 2018 e incluiu mulheres com até 24 semanas gestacionais residentes de 244 setores censitários sorteados dos 488 que compõem a zona urbana da cidade. Para o artigo 1, o delineamento utilizado foi transversal, enquanto nos artigos 2 e 3 utilizou-se delineamento longitudinal. A avaliação do Episódio Depressivo Maior Atual (EDMA) das mães foi realizada utilizando a Mini International Neuropsychiatric Interview Plus (M.I.N.I. Plus). Quanto às crianças, os problemas de comportamento foram avaliados através do Child Behavior Checklist (CBCL) e o desenvolvimento infantil foi medido pela Bayley Scales of Infant and Toddler Development 3rd edition (Bayley-III). Os dados foram analisados pelos softwares IBM SPSS Statistics 22.0 e Stata 15.0 através dos testes estatísticos mais adequados para cada objetivo do estudo. Resultados: Participaram do primeiro artigo 666 mães, sendo a prevalência de EDMA de 12,3%. Na análise ajustada, encontrou-se que mães com perdas financeiras tiveram 2,1 (95%IC: 1,3; 3,4) vezes mais chances de apresentar EDMA quando comparadas às mães que mantiveram sua situação financeira. No segundo artigo, foram incluídas 379 crianças. A incidência de problemas internalizantes foi de 13,5% e esteve associada à menor renda familiar (p=0,017), seguir todas ou quase todas as recomendações de distanciamento (p=0,023), não sair de casa por 2 a 4 meses (p=0,035), e brincar menos com adultos (p=0,050). A incidência de problemas externalizantes foi de 9,8% e o fator de risco associado foi brincar menos com adultos (p=0,030). Em relação ao total de problemas, a incidência foi de 7,9% e os fatores associados foram ser do sexo feminino (p=0,027), não sair de casa por 2 a 4 meses (p=0,036) e brincar menos com adultos (p=0,046). O artigo 3 incluiu 343 crianças. O modelo de acumulação de atrasos anteriores no desenvolvimento socioemocional foi um preditor significativo para problemas externalizantes durante a COVID-19 (OR 2,44; IC95%: 1,31; 4,54). Conclusão: Os resultados demonstram que estressores pandêmicos foram preditores significativos de problemas de saúde mental materna e infantil, bem como apontam que crianças com atrasos prévios de desenvolvimento socioemocional foram mais propensas a apresentar problemas de comportamento externalizante durante a COVID-19. Estes resultados evidenciam a importância de estudos que avaliem os efeitos da pandemia em longo prazo, tendo em vista que seu impacto emocional poderá ser duradouro, bem como poderá auxiliar no delineamento de intervenções focadas em mitigar os efeitos negativos da COVID-19 em mães e crianças. |
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