Variação no espanhol de Montevidéu - Uruguai: o uso de consoantes fricativas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel |
Texto Completo: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/649 |
Resumo: | O espanhol de Montevidéu – Uruguai, embora seja muito próximo de outras variedades da língua, como a falada na Argentina, por exemplo, possui como características uma formação híbrida em virtude dos diferentes agentes que circularam pelo território oriental. Nos atuais 62 bairros da cidade de Montevidéu, residem pessoas que, em pleno século 21, ainda não tiveram oportunidade de sair do território oriental e conhecer novas culturas, o que pode responder pela pouca variação no espanhol da região. Selecionando-se 18 informantes desses 62 bairros, realizou-se a presente pesquisa, cujo objetivo geral foi descrever e analisar, à luz da Teoria da Variação Linguística, o comportamento das consoantes fricativas labiais e coronais do espanhol do Prata, bem como do processo de fricativização da plosiva labial vozeada, com foco particular na dimensão fonológica do traço de sonoridade, em falantes de Montevidéu/Uruguai. Controlando-se duas variáveis sociais – faixa etária (FE), dividida em três grupos geracionais, e sexo – e variáveis estruturais, o fenômeno central do estudo foi analisado do ponto de vista da produção e da percepção linguísticas. O corpus foi obtido por meio de quatro tipos de coleta de dados: uma entrevista, um teste de produção e dois testes de percepção, sendo um de identificação e o outro de discriminação. Os resultados do teste de produção e do teste de percepção tipo identificação foram submetidos ao programa estatístico Rbrul. Com relação às formas labiais, a análise do Rbrul mostrou que, quanto à percepção, o menor percentual de acerto foi referente à fricativa bilabial [β], tendo havido dificuldade na diferenciação das formas [b], [β] e [v], o que se interpretou como indício de que as formas testadas estão sendo processadas, pelos falantes, como variantes alofônicas; quanto à produção, os resultados corroboram a tendência, no espanhol, de haver fricativização da plosiva labial sonora em contexto intervocálico. Com referência às formas fricativas coronais palatais, a análise do Rbrul mostrou que, quanto à produção, há um favorecimento à fricativa coronal surda [ʃ] , tomando o lugar da fricativa coronal sonora /ʒ/; quanto à percepção, a forma dessonorizada obteve resultados predominantes, especialmente nas gerações mais novas, tornando-se um indicativo de que pode estar havendo uma mudança em curso para a forma desvozeada. De forma geral, os resultados do presente estudo levam a interpretar-se a manutenção do status de variantes alofônicas para as três formas labiais [b], [β] e [v] na representação do fonema /b/, e das duas formas fricativas coronais [ʃ] e [ʒ] na representação do fonema /ʒ/; no entanto, a prevalência da percepção e da produção da forma fricativa coronal surda [ʃ] pode ser uma indicação de encaminhamento para a fonologização dessa fricativa, tomando o lugar da fricativa coronal sonora /ʒ/ no sistema consonantal do espanhol do Prata. |
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Variação no espanhol de Montevidéu - Uruguai: o uso de consoantes fricativasespanhol do prata; variação linguística; fricativas labiais e coronais; percepção e produçãoLINGUISTICA::LINGUISTICA APLICADA##-552208380650306735##600O espanhol de Montevidéu – Uruguai, embora seja muito próximo de outras variedades da língua, como a falada na Argentina, por exemplo, possui como características uma formação híbrida em virtude dos diferentes agentes que circularam pelo território oriental. Nos atuais 62 bairros da cidade de Montevidéu, residem pessoas que, em pleno século 21, ainda não tiveram oportunidade de sair do território oriental e conhecer novas culturas, o que pode responder pela pouca variação no espanhol da região. Selecionando-se 18 informantes desses 62 bairros, realizou-se a presente pesquisa, cujo objetivo geral foi descrever e analisar, à luz da Teoria da Variação Linguística, o comportamento das consoantes fricativas labiais e coronais do espanhol do Prata, bem como do processo de fricativização da plosiva labial vozeada, com foco particular na dimensão fonológica do traço de sonoridade, em falantes de Montevidéu/Uruguai. Controlando-se duas variáveis sociais – faixa etária (FE), dividida em três grupos geracionais, e sexo – e variáveis estruturais, o fenômeno central do estudo foi analisado do ponto de vista da produção e da percepção linguísticas. O corpus foi obtido por meio de quatro tipos de coleta de dados: uma entrevista, um teste de produção e dois testes de percepção, sendo um de identificação e o outro de discriminação. Os resultados do teste de produção e do teste de percepção tipo identificação foram submetidos ao programa estatístico Rbrul. Com relação às formas labiais, a análise do Rbrul mostrou que, quanto à percepção, o menor percentual de acerto foi referente à fricativa bilabial [β], tendo havido dificuldade na diferenciação das formas [b], [β] e [v], o que se interpretou como indício de que as formas testadas estão sendo processadas, pelos falantes, como variantes alofônicas; quanto à produção, os resultados corroboram a tendência, no espanhol, de haver fricativização da plosiva labial sonora em contexto intervocálico. Com referência às formas fricativas coronais palatais, a análise do Rbrul mostrou que, quanto à produção, há um favorecimento à fricativa coronal surda [ʃ] , tomando o lugar da fricativa coronal sonora /ʒ/; quanto à percepção, a forma dessonorizada obteve resultados predominantes, especialmente nas gerações mais novas, tornando-se um indicativo de que pode estar havendo uma mudança em curso para a forma desvozeada. De forma geral, os resultados do presente estudo levam a interpretar-se a manutenção do status de variantes alofônicas para as três formas labiais [b], [β] e [v] na representação do fonema /b/, e das duas formas fricativas coronais [ʃ] e [ʒ] na representação do fonema /ʒ/; no entanto, a prevalência da percepção e da produção da forma fricativa coronal surda [ʃ] pode ser uma indicação de encaminhamento para a fonologização dessa fricativa, tomando o lugar da fricativa coronal sonora /ʒ/ no sistema consonantal do espanhol do Prata.Even though the Spanish language spoken in Montevideo, Uruguay is very similar to other variations of the language, like the one spoken in Argentina, it has specific characteristics, such as a hybrid formation, derived from the flow of different agents within the eastern territory. In the current 62 neighborhoods in the city of Montevideo there are people who in the 21st century still have not had the chance of leaving the eastern territory to know different cultures. This might be the reason for which there is such little variation in the Spanish spoken in the area. The present research was developed by selecting 18 informers from these 62 neighborhoods, and the overall objective of this investigation was to describe and analyze the behavior of the labial and coronal fricative consonants of the Spanish language spoken in the River Plate, as well as the process of fricativization of the labial plosive, under the light of the Linguistic Variation Theory, with particular focus on the phonological dimension of the sound trace in speakers from Montevideo, Uruguay. The central phenomenon of the study was analyzed from the perspective of linguistic production and perception, controlling two social variables: age group - divided into three generational groups, and sex - and structure variables. The corpus was obtained through four types of data collection: an interview, a production test and two perception tests, an identification test and a discrimination test. The results of the tests, both production and perception (identification type) were submitted to the Rbrul statistics program. Regarding the labial forms, the Rbrul analysis showed that, in terms of perception, the lowest percentage was related to the bilabial fricative [β], and there was difficulty in differentiating the forms [b], [β] and [v], which was interpreted as an indication that the tested forms are being processed by the speakers as allophonic variants; As to production, the results corroborate the tendency in Spanish to have fricativization of the plosive labial sound in an intervocalic context. Referring to the palatal coronal fricative forms, the Rbrul analysis showed that, in relation to the production, there is a favoring to the voiceless coronal fricative [], taking the place of the coronal fricative sound /ʒ/; As to perception, the non-vocalized form has obtained predominant results, especially in the younger generations, becoming an indication that there might be a change occurring in the unvoiced form. Generally, the results of the present study lead to the maintenance of the status of allophonic variants for the three labial forms [b], [β] and [v] in the phoneme representation / b /], and the two coronal fricative forms [ʃ] and [ʒ] in the phoneme representation [ʒ]; However, the prevalence of perception and production of the voiceless coronal fricative form [ʃ] may be an indication of the phonologization of this fricative, taking the place of the voiced coronal fricative /ʒ/ in the consonantal system of the Spanish language spoken in the River Plate.Universidade Catolica de PelotasCentro de Ciencias Sociais e Tecnologicas##-8792015687048519997##600BrasilUCPelPrograma de Pos-Graduacao em Letras##8902948520591898764##600MATZENAUER, Carmen Lucia Barretohttp://lattes.cnpq.br/8424037117639177BRISOLARA, Luciene Bassolshttp://lattes.cnpq.br/2862266506544363ALCÂNTARA, Cintia da Costahttp://lattes.cnpq.br/8128997617839448NEUSCHRANK, Alinehttp://lattes.cnpq.br/8445924325432375CARNIATO, Míriam Cristinahttp://lattes.cnpq.br/7217909307173004LUZARDO, Javier Eduardo Silveira2017-11-24T11:12:23Z2017-05-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfLUZARDO, Javier Eduardo Silveira. Variação no espanhol de Montevidéu - Uruguai: o uso de consoantes fricativas. 2017. 131 f. Tese( Programa de Pós-Graduação em Letras) - Universidade Católica de Pelotas, Pelotas.http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/649porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpelinstname:Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)instacron:UCPEL2020-09-29T21:40:08Zoai:tede.ucpel.edu.br:tede/649Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www2.ufpel.edu.br/tede/http://tede.ucpel.edu.br:8080/oai/requestbiblioteca@ucpel.edu.br||cristiane.chim@ucpel.tche.bropendoar:2020-09-29T21:40:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel - Universidade Católica de Pelotas (UCPEL)false |
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