Percepção e produção de vogais coronais do inglês por falantes nativos de português brasileiro: o papel da instrução explícita

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ramires, Helena Rezende
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UCpel
Texto Completo: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/560
Resumo: Esta Dissertação teve por objetivo investigar a aquisição do par de vogais coronais da língua inglesa /æ/ e /ɛ/ por parte de falantes nativos do português brasileiro e a influência da instrução explícita nesse processo. A pesquisa focalizou tanto a aquisição perceptual, quanto a aquisição da produção dos segmentos. O corpus do estudo foi constituído a partir da investigação de dois grupos de alunos de um curso de Licenciatura em Letras – Português/Inglês: um composto por alunos do primeiro semestre do curso, que ainda não havia recebido instrução fonético-fonológica explícita, e outro de alunos do terceiro semestre do mesmo curso, que já tinham sido expostos à instrução explícita acerca do inventário fonológico do inglês. Tomou-se como instrução explícita, nesta pesquisa, a disciplina obrigatória do segundo semestre do curso de Letras Fonética e Fonologia da Língua Inglesa, a qual objetiva apresentar o inventário fonológico da língua e desenvolver as habilidades de recepção e produção oral, bem como capacitar os professores em formação para lidarem com as dificuldades fonéticas e fonológicas que os falantes nativos do português podem enfrentar na aquisição do inglês como língua estrangeira. Para a verificação do processo de aquisição dos segmentos vocálicos nesse universo de sujeitos, foram desenvolvidos e aplicados três testes: (a) um de Produção, que consistiu em leitura de pares mínimos de monossílabos do inglês que continham as vogais /æ/ e /ɛ/, em uma frase veículo e (b) dois Testes de Percepção – um de Discriminação e outro de Identificação. Os resultados dos testes apontaram que, como esperado, o segmento /æ/ tem uma aquisição mais complexa e tardia do que sua contraparte coronal [+baixa] /ɛ/. Tal resultado foi então interpretado à luz da teoria de traços, apoiado no Princípio da Robustez, de Clements (2004), segundo o qual há traços menos robustos no papel de contrastar segmentos, ou seja, que promovem oposições mais frágeis, juntamente com a noção de condições de marcação fonológica por meio da coocorrência de traços, de Calabrese (1995), combinadas com a proposta posterior de hierarquia de configurações marcadas de traços (CALABRESE, 2005). A partir dos resultados obtidos, foi teorizado que há duas possíveis razões subjacentes à dificuldade de aquisição de /æ/, com base na teoria de traços. A primeira diz respeito à configuração interna marcada do segmento devido à coocorrência dos traços [-baixo, -posterior]. A outra interpretação possível vai além da caracterização interna de /æ/ e discute o enfraquecimento da oposição desse segmento em relação à vogal /ɛ/ devido à perda de robustez do traço [baixo], único que diferencia as duas vogais, pela coocorrência com o traço [-posterior]. Ambas as explicações encontram pertinência nos resultados obtidos nesta pesquisa.
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O corpus do estudo foi constituído a partir da investigação de dois grupos de alunos de um curso de Licenciatura em Letras – Português/Inglês: um composto por alunos do primeiro semestre do curso, que ainda não havia recebido instrução fonético-fonológica explícita, e outro de alunos do terceiro semestre do mesmo curso, que já tinham sido expostos à instrução explícita acerca do inventário fonológico do inglês. Tomou-se como instrução explícita, nesta pesquisa, a disciplina obrigatória do segundo semestre do curso de Letras Fonética e Fonologia da Língua Inglesa, a qual objetiva apresentar o inventário fonológico da língua e desenvolver as habilidades de recepção e produção oral, bem como capacitar os professores em formação para lidarem com as dificuldades fonéticas e fonológicas que os falantes nativos do português podem enfrentar na aquisição do inglês como língua estrangeira. Para a verificação do processo de aquisição dos segmentos vocálicos nesse universo de sujeitos, foram desenvolvidos e aplicados três testes: (a) um de Produção, que consistiu em leitura de pares mínimos de monossílabos do inglês que continham as vogais /æ/ e /ɛ/, em uma frase veículo e (b) dois Testes de Percepção – um de Discriminação e outro de Identificação. Os resultados dos testes apontaram que, como esperado, o segmento /æ/ tem uma aquisição mais complexa e tardia do que sua contraparte coronal [+baixa] /ɛ/. Tal resultado foi então interpretado à luz da teoria de traços, apoiado no Princípio da Robustez, de Clements (2004), segundo o qual há traços menos robustos no papel de contrastar segmentos, ou seja, que promovem oposições mais frágeis, juntamente com a noção de condições de marcação fonológica por meio da coocorrência de traços, de Calabrese (1995), combinadas com a proposta posterior de hierarquia de configurações marcadas de traços (CALABRESE, 2005). A partir dos resultados obtidos, foi teorizado que há duas possíveis razões subjacentes à dificuldade de aquisição de /æ/, com base na teoria de traços. A primeira diz respeito à configuração interna marcada do segmento devido à coocorrência dos traços [-baixo, -posterior]. A outra interpretação possível vai além da caracterização interna de /æ/ e discute o enfraquecimento da oposição desse segmento em relação à vogal /ɛ/ devido à perda de robustez do traço [baixo], único que diferencia as duas vogais, pela coocorrência com o traço [-posterior]. Ambas as explicações encontram pertinência nos resultados obtidos nesta pesquisa.This thesis aimed at investigating the acquisition of the English pair of coronal vowels /æ/ and /ɛ/ by native speakers of Brazilian Portuguese and the influence of explicit instruction in this process. The research focused both on the perceptual acquisition and the acquisition of the production of those segments. The corpus of this study was established through the investigation of two groups of Licenciatura em Letras – Português/Inglês students: one composed by first semester students, who had not yet received explicit phonetic-phonological instruction, and another one of third semester students, who had already been exposed to explicit instruction regarding the English phonological inventory. In this research it was understood as explicit instruction the second semester mandatory discipline of Fonética e Fonologia da Língua Inglesa (English Phonetics and Phonology) from the Letras course, which aims at presenting the language phonological inventory and developing the oral reception and production abilities, as well as capacitating future teachers to deal with the phonetic and phonological difficulties native speakers of Portuguese might face in the acquisition of English as a foreign language. In order to verify the process of acquisition of those vocalic segments in this universe of subjects, three tests were developed and applied: (a) a Production Test, which consisted of the reading of minimal pairs of English monosyllables that contained the vowels /æ/ e /ɛ/, in a carrier sentence and (b) two Perception Tests – one of Discrimination and another of Identification. The test results‟ indicate that the segment /æ/ has a late and more complex acquisition than its coronal [+low] counterpart. Such result was then interpreted in the light of the feature theory, supported by Clements‟s (2004) Robustness Theory, according to which there are less robust features in the function of contrasting segments, that is, that promote more fragile oppositions, united with Calabrese‟s (1995) notion of phonological markedness conditions through the co-occurrence of features, combined with a latter proposal of marked features configurations hierarchy (CALABRESE, 2005). From the results herein obtained, it was theorized that there are two possible underlying reasons regarding the difficulty in acquiring /æ/, based on the feature theory. The first one concerns the internal marked configuration of the segment due to the co-occurrence of the features [-low, -back]. The other possible interpretation goes beyond the internal characterization of /æ/ and debates the weakening of this segment‟s opposition to the vowel /ɛ/ due to the loss of robustness of the [low] feature, the only one that differentiates both vowels, through the co-occurrence of the [-back] feature. Both explanations find pertinence in the results obtained in this research.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES##2075167498588264571##600Universidade Catolica de PelotasCentro de Ciencias Sociais e Tecnologicas##-8792015687048519997##600BrasilUCPelPrograma de Pos-Graduacao em Letras##8902948520591898764##600Matzenauer, Carmen Lúcia Barretohttp://lattes.cnpq.br/8424037117639177Silva, Susiele Machry dahttp://lattes.cnpq.br/5389305649634357Farias, Letícia Standerhttp://lattes.cnpq.br/5743975510512820Ramires, Helena Rezende2016-12-16T17:07:07Z2016-08-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfRamires, Helena Rezende. Percepção e produção de vogais coronais do inglês por falantes nativos de português brasileiro: o papel da instrução explícita. 2016. 78f. 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