Discursos de ódio em comentários sobre postagens de celebridades femininas brasileiras no TikTok: Reflexões para uma Educação Linguística e Digital Crítica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG |
Texto Completo: | http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1145 |
Resumo: | O ódio não pode ser considerado mera opinião e não está amparado pela liberdade de expressão. Os discursos de ódio nas redes sociais são um relevante fenômeno social na atualidade, sobretudo em razão do alcance propiciado pela internet e dos interesses econômicos e políticos que o medeiam, inclusive ensejando diversos desdobramentos na “vida real”. Assim, esse tema demanda estudos mais aprofundados, uma vez que a violência perpetrada por meio da linguagem oprime, gera sofrimento e contribui para a criação e a manutenção de uma sociedade excludente, que marginaliza corpos, identidades e existências, principalmente nas redes sociais, onde o ódio ganha dimensão pública, retroalimentando um ciclo de validação e reprodução. Assim, por meio da Linguística Aplicada Crítica, esse estudo de natureza interpretativa e abordagem qualitativa, traz o ciberespaço como campo de estudo: uma pesquisa etnográfica virtual, alicerçada em um levantamento bibliográfico prévio, a partir dos clássicos estudos sobre discurso (BAKHTIN, 2006), em diálogo com trabalhos sobre discurso de ódio (BRUGGER, 2007; LOURO, 2015; BUTLER, 2021) e discursos de ódio nas redes sociais (FLANNERY, 2021; TRINDADE, 2022), explora “amostras” de discursos de ódio no TikTok, e apresentada perspectivas críticas de educação (FRANK, 2021; PEREIRA, 2021), em contato com estudos pós-estruturalistas (FERRAZ; MENDES, 2021; LANDULFO; MATOS, 2022), de(s)coloniais (BONFIM; SILVA; SILVA, 2021); metapragmáticos (PINTO, 2019) e letramentos queer (URZÊDA-FREITAS, 2020, 2021, 2022). Adicionalmente, apresenta também uma análise documental e uma revisão tantes leis brasileiras acerca do tema, buscando traçar um perfil do cenário jurídico que envolve a prática dos discursos de ódio e, ainda, apresentar a educação linguística digital crítica como uma estratégia de ressignificação em práticas sociais sob um caminho de emancipação e autonomia em que a linguagem, a digitalidade e a educação se aproximam em busca do senso-crítico, do respeito à diversidade social para uma convivência on-line mais pacífica e humana. A partir da linguagem como prática social, nesta pesquisa, são apresentados comentários em vídeos postados em páginas de celebridades femininas no TikTok, que reverberam discursos de ódio, refletindo, assim, o uso da linguagem nos ambientes digitais e as possibilidades de uma educação linguística digital crítica. Por meio da análise e desvelamento de relações de poder, assimetrias e processos de (des)legitimação de construções e sujeitos sociais presentes na rede social estudada, é possível notar que, muitas vezes, os comentários odiosos se tratam de ataques à diversidade de corpos (gênero, sexualidade, raça, etnia), identidades e comportamentos, muitas de forma interseccional, em um processo de significação construído social, cultural e historicamente, que necessita de reflexão. |
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Discursos de ódio em comentários sobre postagens de celebridades femininas brasileiras no TikTok: Reflexões para uma Educação Linguística e Digital CríticaHate speeches on comments on posts by Brazilian female celebrities on TikTok: Reflections for Critical Linguage and Digital EducationDiscursos de ódio - TikTok - Educação linguística e digital críticaDiscursos de ódio - Celebridades femininas - TikTokTik Tok - Educação linguística e digital críticaTikTok - Critical linguistic and digital education.Hate speeches - TikTok - Critical linguistic and digital educationHate speeches - Female celebrities - TikTokLINGUISTICA::SOCIOLINGUISTICA E DIALETOLOGIAO ódio não pode ser considerado mera opinião e não está amparado pela liberdade de expressão. Os discursos de ódio nas redes sociais são um relevante fenômeno social na atualidade, sobretudo em razão do alcance propiciado pela internet e dos interesses econômicos e políticos que o medeiam, inclusive ensejando diversos desdobramentos na “vida real”. Assim, esse tema demanda estudos mais aprofundados, uma vez que a violência perpetrada por meio da linguagem oprime, gera sofrimento e contribui para a criação e a manutenção de uma sociedade excludente, que marginaliza corpos, identidades e existências, principalmente nas redes sociais, onde o ódio ganha dimensão pública, retroalimentando um ciclo de validação e reprodução. Assim, por meio da Linguística Aplicada Crítica, esse estudo de natureza interpretativa e abordagem qualitativa, traz o ciberespaço como campo de estudo: uma pesquisa etnográfica virtual, alicerçada em um levantamento bibliográfico prévio, a partir dos clássicos estudos sobre discurso (BAKHTIN, 2006), em diálogo com trabalhos sobre discurso de ódio (BRUGGER, 2007; LOURO, 2015; BUTLER, 2021) e discursos de ódio nas redes sociais (FLANNERY, 2021; TRINDADE, 2022), explora “amostras” de discursos de ódio no TikTok, e apresentada perspectivas críticas de educação (FRANK, 2021; PEREIRA, 2021), em contato com estudos pós-estruturalistas (FERRAZ; MENDES, 2021; LANDULFO; MATOS, 2022), de(s)coloniais (BONFIM; SILVA; SILVA, 2021); metapragmáticos (PINTO, 2019) e letramentos queer (URZÊDA-FREITAS, 2020, 2021, 2022). Adicionalmente, apresenta também uma análise documental e uma revisão tantes leis brasileiras acerca do tema, buscando traçar um perfil do cenário jurídico que envolve a prática dos discursos de ódio e, ainda, apresentar a educação linguística digital crítica como uma estratégia de ressignificação em práticas sociais sob um caminho de emancipação e autonomia em que a linguagem, a digitalidade e a educação se aproximam em busca do senso-crítico, do respeito à diversidade social para uma convivência on-line mais pacífica e humana. A partir da linguagem como prática social, nesta pesquisa, são apresentados comentários em vídeos postados em páginas de celebridades femininas no TikTok, que reverberam discursos de ódio, refletindo, assim, o uso da linguagem nos ambientes digitais e as possibilidades de uma educação linguística digital crítica. Por meio da análise e desvelamento de relações de poder, assimetrias e processos de (des)legitimação de construções e sujeitos sociais presentes na rede social estudada, é possível notar que, muitas vezes, os comentários odiosos se tratam de ataques à diversidade de corpos (gênero, sexualidade, raça, etnia), identidades e comportamentos, muitas de forma interseccional, em um processo de significação construído social, cultural e historicamente, que necessita de reflexão.Hate cannot be considered opinion and is not protected by freedom of expression. Hate speech on social networks is a relevant social phenomenon nowadays, mainly due to the reach provided by the internet and the economic and political interests that mediate it, even giving rise to several developments in “real life”. Thus, this theme demands further studies, since violence perpetrated through language oppresses, generates suffering, and ontributes to the creation and maintenance of an excluding society, which marginalizes bodies, identities, and existences, especially in social networks, in which hate gains a public dimension, feeding back into a cycle of validation and reproduction. Thus, through Critical Applied Linguistics, this study of interpretative nature and qualitative approach, brings cyberspace as a field of study: a virtual ethnographic research, based on a previous bibliographical survey, relying on classic studies on speech (BAKHTIN, 2006), in dialogue with works on hate speech (BRUGGER, 2007; LOURO, 2015; BUTLER, 2021) and hate speech on social networks (FLANNERY, 2021; TRINDADE, 2022); it explores “samples” of hate speech on TikTok, and presented critical perspectives of education (FRANK, 2021; PEREIRA, 2021), in contact with post-structuralist studies (FERRAZ; MENDES, 2021; LANDULFO; MATOS, 2022), de(s)colonial (BONFIM; SILVA; SILVA, 2021); metapragmatics (PINTO, 2019) and queer literacies (URZÊDA-FREITAS, 2020, 2021, 2022). Additionally, it also presents a documental analysis and a review of the most important Brazilian laws on the subject, seeking to outline a profile of the legal scenario that involves the practice of hate speech and, also, to present critical digital language education as a strategy of re-signification in practices on a path of emancipation and autonomy in which language, digitality, and education come together in search of a critical sense, respect for social diversity for a more peaceful and humane online coexistence. From language as a social practice, this research interprets comments made on videos posted on pages of female celebrities on TikTok, which reverberate hate speeches, thus reflecting the use of language in digital environments and the possibilities of a critical digital language education. Through the analysis and unveiling of power relations, asymmetries and processes of )legitimization of constructions and social subjects present in the social network studied, it is possible to note that, often, hateful comments are about attacks on the diversity of bodies (gender, sexuality, race, and ethnicity), identities and behaviors, many in an intersectional way, in a process of meaning constructed socially, culturally and historically, which needs reflection.Universidade Estadual de GoiásUEG ::Coordenação de Mestrado Interdisciplinar em Educação, Linguagem e TecnologiasBrasilUEGPrograma de Pós-Graduação Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias (PPG-IELT)Oliveira, Hélvio Frank dehttp://lattes.cnpq.br/1659880507093036Oliveira, Hélvio Frank dehttp://lattes.cnpq.br/1659880507093036Silva, Barbra do Rosário SabotaSilva, Francisco VieiraRodrigues, Olira SaraivaRibeiro, Marlana Carla Peixoto2023-03-20T16:41:02Z2023-02-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfRIBEIRO. Discursos de ódio em comentários sobre postagens de celebridades femininas brasileiras no TikTok: Reflexões para uma Educação Linguística e Digital Crítica. 2023.165f. Dissertação( Mestrado Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias) - Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária Anápolis de Ciências Socioeconômicas e Humanas, Anápolis,GO.http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1145porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEGinstname:Universidade Estadual de Goiás (UEG)instacron:UEG2023-03-20T16:41:02Zoai:tede2:tede/1145Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.bdtd.ueg.br/PUBhttps://www.bdtd.ueg.br/oai/requestbibliotecaunucet@ueg.br||opendoar:2023-03-20T16:41:02Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações da UEG - Universidade Estadual de Goiás (UEG)false |
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O ódio não pode ser considerado mera opinião e não está amparado pela liberdade de expressão. Os discursos de ódio nas redes sociais são um relevante fenômeno social na atualidade, sobretudo em razão do alcance propiciado pela internet e dos interesses econômicos e políticos que o medeiam, inclusive ensejando diversos desdobramentos na “vida real”. Assim, esse tema demanda estudos mais aprofundados, uma vez que a violência perpetrada por meio da linguagem oprime, gera sofrimento e contribui para a criação e a manutenção de uma sociedade excludente, que marginaliza corpos, identidades e existências, principalmente nas redes sociais, onde o ódio ganha dimensão pública, retroalimentando um ciclo de validação e reprodução. Assim, por meio da Linguística Aplicada Crítica, esse estudo de natureza interpretativa e abordagem qualitativa, traz o ciberespaço como campo de estudo: uma pesquisa etnográfica virtual, alicerçada em um levantamento bibliográfico prévio, a partir dos clássicos estudos sobre discurso (BAKHTIN, 2006), em diálogo com trabalhos sobre discurso de ódio (BRUGGER, 2007; LOURO, 2015; BUTLER, 2021) e discursos de ódio nas redes sociais (FLANNERY, 2021; TRINDADE, 2022), explora “amostras” de discursos de ódio no TikTok, e apresentada perspectivas críticas de educação (FRANK, 2021; PEREIRA, 2021), em contato com estudos pós-estruturalistas (FERRAZ; MENDES, 2021; LANDULFO; MATOS, 2022), de(s)coloniais (BONFIM; SILVA; SILVA, 2021); metapragmáticos (PINTO, 2019) e letramentos queer (URZÊDA-FREITAS, 2020, 2021, 2022). Adicionalmente, apresenta também uma análise documental e uma revisão tantes leis brasileiras acerca do tema, buscando traçar um perfil do cenário jurídico que envolve a prática dos discursos de ódio e, ainda, apresentar a educação linguística digital crítica como uma estratégia de ressignificação em práticas sociais sob um caminho de emancipação e autonomia em que a linguagem, a digitalidade e a educação se aproximam em busca do senso-crítico, do respeito à diversidade social para uma convivência on-line mais pacífica e humana. A partir da linguagem como prática social, nesta pesquisa, são apresentados comentários em vídeos postados em páginas de celebridades femininas no TikTok, que reverberam discursos de ódio, refletindo, assim, o uso da linguagem nos ambientes digitais e as possibilidades de uma educação linguística digital crítica. Por meio da análise e desvelamento de relações de poder, assimetrias e processos de (des)legitimação de construções e sujeitos sociais presentes na rede social estudada, é possível notar que, muitas vezes, os comentários odiosos se tratam de ataques à diversidade de corpos (gênero, sexualidade, raça, etnia), identidades e comportamentos, muitas de forma interseccional, em um processo de significação construído social, cultural e historicamente, que necessita de reflexão. |
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