Em busca de falares a partir de áreas lexicais no centro-sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Romano, Valter Pereira
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/12655
Resumo: Resumo: A necessidade de estabelecer áreas dialetais brasileiras subjaz aos trabalhos de cunho dialetológico implícita ou explicitamente Antenor Nascentes, em O Linguajar Carioca (1922), apresenta um mapa dialetológico do Brasil, reformulado em 1953 O autor divide o português brasileiro em seis subfalares compreendidos em dois grandes grupos – Norte e Sul O primeiro engloba o subfalar Amazônico e Nordestino e o segundo compreende os subfalares Baiano, Fluminense, Mineiro e Sulista Soma-se a esse conjunto de falares uma área denominada como Território Incaracterístico Discute-se, nesta pesquisa, a divisão dialetal de Antenor Nascentes (1953) no que se refere à área geográfica do subfalar sulista, sob a perspectiva lexical, com vistas a propor uma reformulação Como objetivos específicos, busca-se revelar as diferenças lexicais dessa área geográfica e delimitar linhas de isoléxicas e/ou heteroléxicas que podem refletir traços da história social do português A hipótese central do trabalho pauta-se no pressuposto de que a região correspondente ao subfalar sulista não apresenta homogeneidade no que diz respeito ao léxico Para alcançar os objetivos estabelecidos, adotam-se os pressupostos teóricos e metodológicos da Dialetologia e da Geolinguística e utilizam-se como corpus de análise os dados do Projeto ALiB correspondentes a 118 municípios brasileiros, perfazendo o total de 472 informantes A rede de pontos contempla os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e parte do território de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso Foram selecionadas 5 questões do Questionário Semântico-Lexical para validar a hipótese da pesquisa, a saber: 1 – córrego; 39 – tangerina; 132 – menino; 156 – bolinha de gude e 177 – geleia A partir da observação do comportamento diatópico das variantes documentadas para as questões supramencionadas e do tratamento estatístico para validar hipóteses sobre a homogeneidade ou heterogeneidade lexical na área do subfalar sulista, pode-se chegar à conclusão de que a porção setentrional do território investigado apresenta diferenças em relação à parte meridional, evidenciando a existência de dois grandes falares: o paulista e o sulista Apesar de os limites e abrangência desses dois falares serem virtuais e fluidos, o falar paulista localiza-se, principalmente, no Estado de São Paulo e adjacências: norte do Paraná, oeste do Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, de Minas Gerais e Triângulo Mineiro Este falar caracteriza-se pelo menor número de variantes lexicais e áreas de coocorrência de itens, predominando o uso da forma considerada padrão Já o falar sulista, de influência sul-rio–grandense, localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul expandindo-se para o oeste de Santa Catarina e sudoeste parananese Este falar revela traços do português em contato com outras línguas por conta de movimentos imigratórios e apresenta maior número de variantes lexicais delimitadas pelas linhas de heteroléxicas A esses dois falares somam-se subáreas lexicais que ora se identificam com o falar paulista, ora com o sulista
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39 – tangerina; 132 – menino; 156 – bolinha de gude and 177 – geleia From the observation of the diatopical behavior of variants documented for the above issues and from statistical treatment to validate assumptions regarding lexical homogeneity and/or heterogeneity in the area of sulista subspeech, the research concluded that the northern portion of the territory investigated presents differences in relation to the southern part, showing the existence of two large types of speech: the paulista and the sulista In spite of the limits and scope of these two types of speech being virtual and fluid, the paulista speech is located mainly in the state of São Paulo and neighboring areas: the north of Paraná, the west of Mato Grosso do Sul, the south of Goiás, Minas Gerais and Triângulo Mineiro This speech is characterized by a smaller number of lexical variants and areas of co-occurence of items, and the predominant use of forms considered standard In turn, the sulista speech of sul-rio-grandense influence is located in the state of Rio Grande do Sul expanding to the west of Santa Catarina and the southwest of Paraná This speech reveals traces of the Portuguese language in contact with other languages due to immigration and has a higher number of lexical variants bounded by heterolexical lines These two types of speech added to the lexical sub-areas, are sometimes identified with the paulista speech, sometimes with the sulistaAguilera, Vanderci de Andrade [Orientador]Castro, Vansersí Sant AnaMargotti, Felício WesslingMota, Jacyra AndradeIsquerdo, Aparecida NegriRomano, Valter Pereira2024-05-01T14:01:01Z2024-05-01T14:01:01Z2015.0009.03.2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/12655porDoutoradoEstudos da LinguagemCentro de Letras e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Estudos da LinguagemLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:20:06Zoai:repositorio.uel.br:123456789/12655Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:20:06Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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