"Aqui é onde ela conhece o príncipe encantado" : gênero e representações de mulheres nas animações da Walt Disney Animation Studios (1937-2009)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bueno, Lunielle de Brito Santos
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/8678
Resumo: Resumo: Princesa, fada e heroína ou bruxa, madrasta má e vilã? As representações de mulheres nos contos de fadas, nos romances e no cinema, em geral, por muito tempo, permearam tais configurações sem que fossem questionadas por grande parte do público e dos próprios produtores dessas obras de arte O estúdio norte-americano Walt Disney Animation Studios foi um dos grandes propulsores das representações desses estereótipos, justamente por contar com a roteirização de contos de fadas já consagrados na literatura e em outras produções audiovisuais No processo de roteirização, o contexto histórico e as questões internas da própria produtora, bem como os agentes envolvidos nessa produção, adaptaram e ressignificaram todas as personagens para a construção de sentido e identificação junto ao público infanto-juvenil Todavia, nos anos de 199, as mulheres dentro das animações da produtora em questão, passam a ser representadas sob um novo prisma: donas de novos lugares, novas camadas sociais, novas culturas e novos modi operandi dentro da narrativa das animações Isto posto, no presente trabalho buscou-se analisar todas as representações de mulheres nas animações 2D do estúdio desde Snow White and the Seven Dwarfs de 1937 até The Princess and the Frog de 29, quais as continuidades e rupturas nessas representações, como os contextos históricos interferiram nas mudanças e como, de certa forma, tais produções tocam os imaginários sociais acerca do ser e se fazer mulher Para tal, foi construída uma metodologia que abarcasse aspectos concernentes à construção técnica e artística de animações, bem como fizeram-se conexões contextuais entre produções disneyanas e circulações de ideais representacionais de mulheres nas mídias, principalmente estadunidense e europeia, alvos principais de consumidores das produções e produtos Disney Além disso, a categoria gênero foi de suma importância para o trabalho, a fim de que pudesse ser tecida análises sobre os papeis sociais de mulheres e suas relações com os homens apresentados em tela Ao final, a hipótese levantada para as mudanças de representações da Disney centra-se, principalmente, na questão mercadológica de mudança de público consumidor e as bandeiras ideológicas levantadas do final do século XX e início do XXI, influenciadas pelo movimento feminista, são aparentes arranjos narrativos para atrair o público liberal que flerta com as reivindicações do Feminismo Concluiu-se que as mudanças de corpos, etnias, valores, espaços narrativos e contextos históricos pouco têm relação com uma mudança estrutural dos valores da empresa Tal mudança tem como justificativa uma questão mercadológica que, aliado ao soft power exercido pelo estúdio no imaginário de seu público consumidor e o branding desenvolvido para as animações, tornou os produtos Disney dos mais consumidos no mundo
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As representações de mulheres nos contos de fadas, nos romances e no cinema, em geral, por muito tempo, permearam tais configurações sem que fossem questionadas por grande parte do público e dos próprios produtores dessas obras de arte O estúdio norte-americano Walt Disney Animation Studios foi um dos grandes propulsores das representações desses estereótipos, justamente por contar com a roteirização de contos de fadas já consagrados na literatura e em outras produções audiovisuais No processo de roteirização, o contexto histórico e as questões internas da própria produtora, bem como os agentes envolvidos nessa produção, adaptaram e ressignificaram todas as personagens para a construção de sentido e identificação junto ao público infanto-juvenil Todavia, nos anos de 199, as mulheres dentro das animações da produtora em questão, passam a ser representadas sob um novo prisma: donas de novos lugares, novas camadas sociais, novas culturas e novos modi operandi dentro da narrativa das animações Isto posto, no presente trabalho buscou-se analisar todas as representações de mulheres nas animações 2D do estúdio desde Snow White and the Seven Dwarfs de 1937 até The Princess and the Frog de 29, quais as continuidades e rupturas nessas representações, como os contextos históricos interferiram nas mudanças e como, de certa forma, tais produções tocam os imaginários sociais acerca do ser e se fazer mulher Para tal, foi construída uma metodologia que abarcasse aspectos concernentes à construção técnica e artística de animações, bem como fizeram-se conexões contextuais entre produções disneyanas e circulações de ideais representacionais de mulheres nas mídias, principalmente estadunidense e europeia, alvos principais de consumidores das produções e produtos Disney Além disso, a categoria gênero foi de suma importância para o trabalho, a fim de que pudesse ser tecida análises sobre os papeis sociais de mulheres e suas relações com os homens apresentados em tela Ao final, a hipótese levantada para as mudanças de representações da Disney centra-se, principalmente, na questão mercadológica de mudança de público consumidor e as bandeiras ideológicas levantadas do final do século XX e início do XXI, influenciadas pelo movimento feminista, são aparentes arranjos narrativos para atrair o público liberal que flerta com as reivindicações do Feminismo Concluiu-se que as mudanças de corpos, etnias, valores, espaços narrativos e contextos históricos pouco têm relação com uma mudança estrutural dos valores da empresa Tal mudança tem como justificativa uma questão mercadológica que, aliado ao soft power exercido pelo estúdio no imaginário de seu público consumidor e o branding desenvolvido para as animações, tornou os produtos Disney dos mais consumidos no mundoDissertação (Mestrado em História Social) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História SocialAbstract: Princess, fairy and heroine or witch, evil stepmother and villain? Representations of women in fairy tales, novels and cinema in general, for a long time, permeated such configurations without being questioned by a large part of the public and the producers of these artworks Nevertheless, the North American studio Walt Disney Animation Studios was one of the great promoters of these stereotypical representations, precisely because they rely on the scripting of fairy tales already enshrined in literature and other audiovisual productions In the scripting process, the historical context and the internal issues of the producer itself, as well as the agents involved in this production, adapted and re-signified all the characters for the connection and construction of meaning for the juvenile audience However, in the 199s, women in the animations of the production company in question began to be represented in a new light: owners of new places, new social layers, new cultures and new modi operandi within the animations’ narrative Therefore, in the present work we sought to analyze all representations of women in the studio's 2D animations from Snow White and the Seven Dwarfs from 1937 to The Princess and the Frog from 29, which continuities and ruptures occur in these representations, such as how historical contexts interfered in the changes and how, in a way, such productions touch the social imaginaries about being and becoming a woman Thereunto, a methodology was built that encompassed aspects concerning the technical and artistic construction of animations, likewise contextual connections between Disney productions and circulation of representational ideals of women in the media, mainly in the USA and Europe, main targets of consumers of the productions and Disney’s products In addition, the gender category was of utmost importance for the work, providing the took for analyzes of the social roles of women and their relationships with men presented in the screen At last, the hypothesis raised for the changes in Disney’s representations focuses mainly on the marketing issue of changing the consumer public and the ideological flags raised from the end of the 2th and beginning of the 21st century, influenced by the feminist movement, are apparent narrative arrangements to attract the liberal audience that flirts with the claims of Feminism It was concluded that the changes in bodies, ethnicities, values, narrative spaces and historical contexts have little to do with a structural change in the company's values Such change is justified by a marketing issue that, combined with the soft power exercised by the studio over the imagination of their consumer audience and the branding developed for animations, made Disney’s products most consumed in the worldSelvatici, Monica [Orientador]Spini, Ana PaulaGrzybowski, Lukas GabrielBueno, Lunielle de Brito Santos2024-05-01T11:39:41Z2024-05-01T11:39:41Z2021.0009.11.2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/8678porMestradoHistória SocialCentro de Letras e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em História SocialLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:20:20Zoai:repositorio.uel.br:123456789/8678Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:20:20Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false
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