Perfil de adesão à superfícies biótica e abiótica por isolados clínicos e morfotipos derivados de switching fenotípico de Candida tropicalis

• Autor(a) principal: Souza, Cássia Milena de
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UEL
• Texto Completo: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/10420
• topic: Candida; Virulência (Microbiologia); Adesão; Candida; Virulence (Microbiology); Adhesion

Resumo: Candida tropicalis é um dos agentes etiológicos mais frequente em infecções fúngicas humanas O evento de switching fenotípico em C tropicalis está associado a alterações no padrão de virulência, no entanto, não existem dados acerca do papel de switching na habilidade de adesão de C tropicalis O presente estudo teve como objetivo avaliar a adesão de isolados clínicos de C tropicalis à superfícies de poliestireno, células HeLa e Vero, e avaliar o efeito do estado de switching na adesão de C tropicalis a estas superfícies Para tal, foram empregados três sistemas de switching que compreendem isolados clínicos (497, 11 e 3357), linhagens variantes ( Morotipos Crepe e Rugosa do sistema 497; Morfotipos Crepe e Flocada do sistema 11 e o Morfotipo variante de Centro irregular do sistema 3357) e revertentes derivados de switching (Morfotipos Revertente de Crepe e Revertente de Rugosa do sistema 497; Morfotipos Revertente de Crepe e Flocada do sistema 11 e o Morfotipo Revertente de Centro irregular do sistema 3357) Os isolados diferiram quanto a capacidade de adesão às superfícies testadas, no entanto foi observada maior adesão ao poliestireno, seguido por HeLa e Vero Os isolados 11 e 3357 exibiram maior número de leveduras aderidas por HeLa em relação a células Vero No entanto, foi observada correlação perfeita (r² 1, p ,1) entre células HeLa e Vero quanto o número de células de C tropicalis por célula epitelial O switching alterou o perfil de adesão de C tropicalis à superficies bióticas e abiótica, uma vez que as linhagens variantes e revertentes apresentaram variações no perfil de adesão às superfícies testadas Em poliestireno, foi evidênciado um aumento na capacidade de adesão em decorrência deste evento epigenético, particularmente pelos morfotipos variantes, o que pode estar associado a maior capacidade de morfogênese Por outro lado, a maioria (8%) dos morfotipos revertentes exibiram redução na capacidade de adesão comparativamente ao observado para seus respectivos variantes O estado de switching também alterou o perfil de adesão de morfotipos de C tropicalis a linhagens celulares HeLa (7%) e Vero (6%) sendo verificado um aumento de adesão em relação as linhagens parentais Os morfotipos revertentes (6%) foram mais aderentes a ambas linhagens celulares, comparativamente aos parentais Além disso, 8% dos revertentes apresentaram número superior de leveduras aderidas por célula HeLa, em relação aos seus respectivos variantes O mesmo padrão de adesão foi observado em células Vero A maioria dos morfotipos (92,3%) apresentou maior afinidade a linhagem HeLa, no entanto o padrão de adesão dos morfotipos entre ambos os modelos de infecção in vitro foi perfeitamente correlato (Correlação de Pearson: r2 1, p <,1) Concluímos que o estado de switching altera a capacidade de adesão de C tropicalis, sendo que a maioria dos morfotipos de switching apresentou aumento na capacidade adesão tanto em superfície abiótica (poliestireno) quanto em células epiteliais A adesão acentuada dos morfotipos variantes em poliestireno, bem como dos revertentes à células epiteliais sugerem que o switching possa estar relacionado a ampliação da plasticidade do patógeno durante esta etapa inicial de colonização e infecção