Psicologia e política de assistência social : discursos sobre a violência infantojuvenil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UEL |
Texto Completo: | https://repositorio.uel.br/handle/123456789/12007 |
Resumo: | Resumo: Ao longo de sua história a Psicologia produziu discursos que fizeram com que ela fosse reconhecida como uma profissão fundamental para compor as equipes do SUAS Essa inserção contribuiu para a reformulação de discursos e para a construção de novas práticas psicológicas, como as direcionadas a crianças e adolescentes em contextos de violência Nesse trabalho, mapeamos artigos científicos da Psicologia sobre a violência infantojuvenil, identificando referências às práticas dos psicólogos e problematizando os modos como essas práticas se modificaram e se atualizaram no contexto da política de Assistência Social Especificamente, apresentamos a construção dos discursos sobre a infância e adolescência brasileira, localizando a participação da Psicologia nessa trajetória e a eleição do SUAS como uma política pública de proteção Por meio da pesquisa documental, foram traçadas as aparições e contextualizações da temática da violência contra crianças e adolescentes nos documentos da PNAS Para localizar os discursos/práticas da Psicologia acerca da violência infantojuvenil na interface da Assistência Social, realizamos uma pesquisa bibliográfica em textos científicos da Psicologia, dos últimos 15 anos (considerando o ano de publicação da PNAS) e que abordavam a questão da violência infantojuvenil no campo do SUAS As discussões e análise se apoiaram nas contribuições teóricas de Michel Foucault, sobre o conceito de discurso, que nos mostram como, por um lado, os discursos produzem regimes de verdade e, por outro, também são promotores de novos discursos, novas materialidades Isso explica a disseminação de formas de ser criança e adolescente no Brasil e a construção de novos modos de entender e agir diante de situações de violência infantojuvenil; o porquê em um dado momento histórico algumas Psicologias se debruçaram sobre questões que anteriormente não compunham seu campo discursivo e prático; e como o SUAS se mostrou como um importante motor para a diversificação da nossa profissão Por meio da análise dos artigos científicos, visualizamos que as Psicologias ora se articulam com matrizes de pensamento moralizantes, individualizantes, disciplinadores e normativos, ora produzem discursos que se mostram como resistência ao conhecimento hegemônico, buscando a construção de saberes pautados na perspectiva social, territorial e no pensamento crítico Ainda que saibamos dessa coexistência, para uma efetiva ação no SUAS, de modo a trabalhar em prol dos direitos das crianças e adolescentes em situação de violência, é fundamental compreender a violência como um fenômeno histórico e social, que em razão de sua complexidade requer ações articuladas e complementares entre profissões e políticas sociais É indispensável ainda superar abordagens teóricas e metodologias que não apresentam proximidade com os objetivos da Assistência Social, o que nos leva para a produção de Psicologias críticas e implicadas socialmente, que somem junto as outras profissões, as famílias e aos territórios, resistindo as rupturas impostas as políticas públicas e que denunciem estruturas históricas que violentam pessoas e grupos, especialmente as que convivem com inúmeras violações ao longo da história de nosso país, como é o caso das crianças e dos adolescentes |
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Psicologia e política de assistência social : discursos sobre a violência infantojuvenilPsicologiaAssistência socialViolênciaInfantojuvenilServiço Unificado de Assistência Social (SUAS)PsychologySocial AssistanceViolence - Children and YouthUnified Social Assistance Service (SUAS)Resumo: Ao longo de sua história a Psicologia produziu discursos que fizeram com que ela fosse reconhecida como uma profissão fundamental para compor as equipes do SUAS Essa inserção contribuiu para a reformulação de discursos e para a construção de novas práticas psicológicas, como as direcionadas a crianças e adolescentes em contextos de violência Nesse trabalho, mapeamos artigos científicos da Psicologia sobre a violência infantojuvenil, identificando referências às práticas dos psicólogos e problematizando os modos como essas práticas se modificaram e se atualizaram no contexto da política de Assistência Social Especificamente, apresentamos a construção dos discursos sobre a infância e adolescência brasileira, localizando a participação da Psicologia nessa trajetória e a eleição do SUAS como uma política pública de proteção Por meio da pesquisa documental, foram traçadas as aparições e contextualizações da temática da violência contra crianças e adolescentes nos documentos da PNAS Para localizar os discursos/práticas da Psicologia acerca da violência infantojuvenil na interface da Assistência Social, realizamos uma pesquisa bibliográfica em textos científicos da Psicologia, dos últimos 15 anos (considerando o ano de publicação da PNAS) e que abordavam a questão da violência infantojuvenil no campo do SUAS As discussões e análise se apoiaram nas contribuições teóricas de Michel Foucault, sobre o conceito de discurso, que nos mostram como, por um lado, os discursos produzem regimes de verdade e, por outro, também são promotores de novos discursos, novas materialidades Isso explica a disseminação de formas de ser criança e adolescente no Brasil e a construção de novos modos de entender e agir diante de situações de violência infantojuvenil; o porquê em um dado momento histórico algumas Psicologias se debruçaram sobre questões que anteriormente não compunham seu campo discursivo e prático; e como o SUAS se mostrou como um importante motor para a diversificação da nossa profissão Por meio da análise dos artigos científicos, visualizamos que as Psicologias ora se articulam com matrizes de pensamento moralizantes, individualizantes, disciplinadores e normativos, ora produzem discursos que se mostram como resistência ao conhecimento hegemônico, buscando a construção de saberes pautados na perspectiva social, territorial e no pensamento crítico Ainda que saibamos dessa coexistência, para uma efetiva ação no SUAS, de modo a trabalhar em prol dos direitos das crianças e adolescentes em situação de violência, é fundamental compreender a violência como um fenômeno histórico e social, que em razão de sua complexidade requer ações articuladas e complementares entre profissões e políticas sociais É indispensável ainda superar abordagens teóricas e metodologias que não apresentam proximidade com os objetivos da Assistência Social, o que nos leva para a produção de Psicologias críticas e implicadas socialmente, que somem junto as outras profissões, as famílias e aos territórios, resistindo as rupturas impostas as políticas públicas e que denunciem estruturas históricas que violentam pessoas e grupos, especialmente as que convivem com inúmeras violações ao longo da história de nosso país, como é o caso das crianças e dos adolescentesDissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em PsicologiaAbstract: Throughout its history, Psychology has produced discourses that have made it recognized as a fundamental profession to compose the teams of SUAS This insertion contributed to the reformulation of discourses and to the construction of new psychological practices, such as those directed to children and adolescents in contexts of violence In this paper, we mapped scientific articles from Psychology about child and youth violence, identifying references to psychologists' practices and problematizing the ways in which these practices have been modified and updated in the context of the Social Assistance policy Specifically, we present the construction of discourses on Brazilian childhood and adolescence, locating the participation of Psychology in this trajectory and the election of SUAS as a public policy of protection Through documental research, we have traced the appearances and contextualization of the theme of violence against children and adolescents in the documents of PNAS In order to locate the discourses/practices of Psychology regarding child/youth violence in the interface of Social Assistance, we conducted a bibliographic research on scientific texts of Psychology, from the last 15 years (considering the year of publication of the PNAS), and that addressed the issue of child/youth violence in the field of SUAS The discussions and analysis were based on the theoretical contributions of Michel Foucault on the concept of discourse, which show us how, on the one hand, discourses produce regimes of truth and, on the other, they are also promoters of new discourses, new materialities This explains the dissemination of ways of being a child and an adolescent in Brazil and the construction of new ways of understanding and acting when faced with situations of violence against children and teenagers; why at a given historical moment some Psychologies focused on issues that were not previously part of their discursive and practical field, and how SUAS proved to be an important driver for the diversification of our profession Through the analysis of the scientific articles, we can see that Psychologies sometimes articulate with moralizing, individualizing, disciplining, and normative thought matrixes, and sometimes produce discourses that show themselves as resistance to hegemonic knowledge, seeking the construction of knowledge based on the social, territorial, and critical thinking perspective Although we are aware of this coexistence, for an effective SUAS action, in order to work for the rights of children and adolescents in situations of violence, it is fundamental to understand violence as a historical and social phenomenon, which, due to its complexity, requires articulated and complementary actions among professions and social policies It is also essential to overcome theoretical approaches and methodologies that are not close to the objectives of Social Assistance, which leads us to the production of critical and socially involved psychologies that join other professions, families and territories, resisting the ruptures imposed on public policies and denouncing historical structures that violate people and groups, especially those who live with numerous violations throughout the history of our country, as is the case of children and adolescentesSilva, Rafael Bianchi [Orientador]Carvalhaes, Flávia Fernandes deCordeiro, Mariana PrioliAndrade, Anyelle Karine de2024-05-01T13:47:11Z2024-05-01T13:47:11Z2021.0019.03.2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/12007porMestradoPsicologiaCentro de Ciências BiológicasPrograma de Pós-Graduação em PsicologiaLondrinareponame:Repositório Institucional da UELinstname:Universidade Estadual de Londrina (UEL)instacron:UELinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-07-12T04:19:49Zoai:repositorio.uel.br:123456789/12007Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.bibliotecadigital.uel.br/PUBhttp://www.bibliotecadigital.uel.br/OAI/oai2.phpbcuel@uel.br||opendoar:2024-07-12T04:19:49Repositório Institucional da UEL - Universidade Estadual de Londrina (UEL)false |
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