Há escritoras negras gaúchas? Escrevivência e ancestralidade na obra poética de Maria do Carmo dos Santos (1954- )

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moura de Quadros, Dênis
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: REVELL : Revista de Estudos Literários da UEMS
Texto Completo: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/4396
Resumo: Ao pensarmos a presença negra na História da Literatura Gaúcha (FISCHER, 2004) percebemos que ela figura como tema a partir da década de 1870, mesma década em que emergirá um sistema literário gaúcho (CANDIDO, 1993). Contudo, como tema, o negro é transcrito a partir do desprezo e da arrogância racista que, ainda, permeia o estado.  O corpo feminino negro aparece no cancioneiro gaúcho a partir da mulata como um corpo desejado e lascivo (CÉSAR, 1971). A autoria negra só vai emergir a partir de Oliveira Silveira (1941-2009) que estreia com o livro de poemas Germinou (1962). Ao pensarmos em obras escritas por mulheres negras no Rio Grande do Sul a lista é preenchida pelas autoras contemporâneas e, mesmo assim, não é possível preencher uma página.  Assim, a partir do conceito de literatura afrofeminina (SANTIAGO, 2012), analisaremos os poemas de Maria do Carmo dos Santos (1954- ) publicados em Coisa de negro (1987) e na coletânea Sopapo Poético: Pretessência (2016), os temas por ela evocados partem de sua escrevivência (EVARISTO, 2007) como mulher negra no Rio Grande do Sul, bem como o processo de negritude (BERND, 1984), concebido neste artigo como tornar-se negra (SOUZA, 1983), resgatando a ancestralidade negra (re) negada às páginas da História do Rio Grande do Sul.
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