Representações sociais dos alunos do 9° ano com indícios de minorias ativas em relação à indisciplina escolar

• Autor(a) principal: Ferreira, Adriano Charles
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPG
• Texto Completo: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2915
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO; Minorias ativas; Indisciplina escolar; Autoridade docente; Influência social; Resistência; Active minorities; School indiscipline; Teaching authority; Social influence; Resistance; Minorías activas; Disciplina en la escuela; Autoridad docente; Influencia social; Resistencia

A tese analisou as representações sociais de alunos do 9° ano do Ensino Fundamental sobre a indisciplina escolar. O aporte teórico utilizado foi a abordagem das representações sociais e das minorias ativas (MOSCOVICI, 2012; MOSCOVICI, 2010), interpretadas à luz dos estudos do desenvolvimento moral (PIAGET, 1994) e da resistência (GIROUX, 1986). A tese defendida na pesquisa é que a contestação dos alunos e a indisciplina podem ser interpretadas como formas: de autonomia e resistência às normas escolares assentadas de forma verticalizada e portadoras de elementos favoráveis a mudança no contexto educacional. A metodologia é quanti-qualitativa, com análise de conteúdo. As informações foram coletadas em três estudos: questionário (N=567), entrevista (N=45) e grupo focal (N=10) em 6 colégios públicos estaduais da educação básica de Ponta Grossa, PR. Posteriormente, as informações foram analisadas pelo pesquisador e processadas pelos softwares NVIVO, SIMI, ALCESTE e SPSS. A análise das informações obtidas no questionário indicou: a) o questionamento dos alunos as normas e regras escolares e a proposição de novas formas de negociação e uma inovação social na construção das regras; b) a denúncia da postura dos professores que não seguem as regras, evidenciando uma escola pautada na heteronomia; c) a anomia em sala de aula vive pela falta de autoridade do professor, o abandono às práticas didáticopedagógicas que caminham sem direção e orientação docente. As informações oriundas das entrevistas apresentou como resultado a) a rebeldia frente a necessidade e validade das regras; b) o (contra)exemplo frente as regras escolares e atitudes punitivas de professores; c) a falta de autoridade docente denunciada pela anomia no ambiente escolar e a falência de elementos didático-pedagógicos. Como elementos complementares desse cenário, as situações-problemas do mapeamento dos alunos, temas e expulsão da sala de aula, uso do boné e celular, cobrança do uniforme e o atraso. Nessas situações tanto professores, quanto a escola são questionados pela abordagem exagerada, heterônoma e coercitiva. Na análise das informações obtidas nos grupos focais destacam-se os resultados com indícios de minorias ativas que corroboram com: a aversão dos alunos em relação às regras; as ações e a autoridade do professor em sala de aula e a influência dos indisciplinados em relação aos disciplinados. No conjunto, nossos achados de pesquisa apontam para: o questionamento e a incompreensão das regras escolares verticalizadas, a denúncia da inconsistência didático-pedagógica e a ausência de autoridade docente e, por fim, a influência social dos indisciplinados que são avaliados positivamente como populares e legais. Com essa tese impulsionamos a participação ativa dos alunos na edificação das regras escolares, na consideração das minorias ativas no ambiente escolar, como sujeitos que podem questionar e auxiliar na proposição de ideias que levam a construção de uma escola autônoma e inovadora.