A territorialização da educação agroecológica profissionalizante: uma análise crítica das narrativas e discursos de alunos e professores do IFPR
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPG |
Texto Completo: | http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3346 |
Resumo: | A educação profissional técnica e tecnológica em agroecologia voltada para os sujeitos do campo no Brasil se iniciou nos anos 2000, este modelo apesar de recente se configura como uma alternativa aos processos de formação convencionais baseados no modelo da agricultura moderna. A proposta agroecológica é gerar transformações fundamentadas na realidade dos camponeses, estimulando a construção participativa por meio do saber complexo, dialógico e prático. Como o processo de formação em agroecologia está em construção, este tem encontrado desafios relacionados a fatores internos como as propostas político-pedagógicas; carência de estruturas institucionais; formação dos profissionais docentes; e inserção profissional no mundo do trabalho. Dentre os desafios externos se destaca modelo de desenvolvimento produtivo vigente do agronegócio. Relacionado a problemática apresentada, o objetivo deste trabalho foi compreender, a partir da criação do curso em 2010, como a educação profissional agroecológica vem se territorializando no IFPR. Para isso, utilizou-se no estudo a abordagem metodológica quali-quantitativa, fundamentada em dados empíricos. A coleta de dados primários ocorreu por meio de entrevista com 13 docentes e aplicação de questionário a 238 estudantes de agroecologia dos Campi: Campo Largo, Capanema, Irati e Ivaiporã. As informações secundárias, relacionados a quantidade de cursos de agroecologia no Brasil foi realizada on-line. Posteriormente, os dados foram analisados por meio da Análise de Conteúdo (AC). Por meio da espacialização por regiões, verificou-se crescimento de 68,4% dos cursos de agroecologia, entre 2013 e 2017, com destaque para as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil. Com oferta de 32,7% do total, os IFs promovem a capilaridade a interiorização dos cursos de agroecologia do país. No IFPR a agroecologia representa apenas 2,5% do total de cursos da instituição. Com base nos percursos históricos dos cursos entre 2010 e 2020, constatou-se processos de divergências, resistências e desistências relacionados a sua implantação e manutenção, evidenciando a complexidade para efetivação dessa proposta no âmbito institucional. Com base nas narrativas dos alunos constatou-se que mesmo o curso de agroecologia possua dificuldades de reconhecimento social e profissional, esses pretendem buscar espaços de trabalho relacionados à formação. Para os professores, a educação profissional agroecológica promovida pelo IFPR conseguiu avançar em vários aspectos nos últimos anos, como por exemplo, o engajamento com a comunidade local e regional. Entretanto, ainda esbarra em alguns aspectos limitantes, como: a falta de uma diretriz institucional sobre a agroecologia, a não compreensão das especificidades do curso, falta de recursos materiais e humanos, falta de capacitação, entre outros. Conclui-se que, apesar dos desafios enfrentados, os cursos de agroecologia do IFPR contribuem para o desenvolvimento local e regional com ações relacionadas a organização coletiva dos agricultores, organização de espaços de comercialização, certificação e capacitação. Outro fator positivo foi a criação dos Núcleos de Estudo em Agroecologia e Produção Orgânica (NEAs) e o desenvolvimento de parcerias. |
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A territorialização da educação agroecológica profissionalizante: uma análise crítica das narrativas e discursos de alunos e professores do IFPR. 2020. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2020.http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3346A educação profissional técnica e tecnológica em agroecologia voltada para os sujeitos do campo no Brasil se iniciou nos anos 2000, este modelo apesar de recente se configura como uma alternativa aos processos de formação convencionais baseados no modelo da agricultura moderna. A proposta agroecológica é gerar transformações fundamentadas na realidade dos camponeses, estimulando a construção participativa por meio do saber complexo, dialógico e prático. Como o processo de formação em agroecologia está em construção, este tem encontrado desafios relacionados a fatores internos como as propostas político-pedagógicas; carência de estruturas institucionais; formação dos profissionais docentes; e inserção profissional no mundo do trabalho. Dentre os desafios externos se destaca modelo de desenvolvimento produtivo vigente do agronegócio. Relacionado a problemática apresentada, o objetivo deste trabalho foi compreender, a partir da criação do curso em 2010, como a educação profissional agroecológica vem se territorializando no IFPR. Para isso, utilizou-se no estudo a abordagem metodológica quali-quantitativa, fundamentada em dados empíricos. A coleta de dados primários ocorreu por meio de entrevista com 13 docentes e aplicação de questionário a 238 estudantes de agroecologia dos Campi: Campo Largo, Capanema, Irati e Ivaiporã. As informações secundárias, relacionados a quantidade de cursos de agroecologia no Brasil foi realizada on-line. Posteriormente, os dados foram analisados por meio da Análise de Conteúdo (AC). Por meio da espacialização por regiões, verificou-se crescimento de 68,4% dos cursos de agroecologia, entre 2013 e 2017, com destaque para as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil. Com oferta de 32,7% do total, os IFs promovem a capilaridade a interiorização dos cursos de agroecologia do país. No IFPR a agroecologia representa apenas 2,5% do total de cursos da instituição. Com base nos percursos históricos dos cursos entre 2010 e 2020, constatou-se processos de divergências, resistências e desistências relacionados a sua implantação e manutenção, evidenciando a complexidade para efetivação dessa proposta no âmbito institucional. Com base nas narrativas dos alunos constatou-se que mesmo o curso de agroecologia possua dificuldades de reconhecimento social e profissional, esses pretendem buscar espaços de trabalho relacionados à formação. Para os professores, a educação profissional agroecológica promovida pelo IFPR conseguiu avançar em vários aspectos nos últimos anos, como por exemplo, o engajamento com a comunidade local e regional. Entretanto, ainda esbarra em alguns aspectos limitantes, como: a falta de uma diretriz institucional sobre a agroecologia, a não compreensão das especificidades do curso, falta de recursos materiais e humanos, falta de capacitação, entre outros. Conclui-se que, apesar dos desafios enfrentados, os cursos de agroecologia do IFPR contribuem para o desenvolvimento local e regional com ações relacionadas a organização coletiva dos agricultores, organização de espaços de comercialização, certificação e capacitação. Outro fator positivo foi a criação dos Núcleos de Estudo em Agroecologia e Produção Orgânica (NEAs) e o desenvolvimento de parcerias.Technical and technological professional education in agroecology for rural people in Brazil began in the 2000s, although this model is recent, it is an alternative to conventional training processes based on the model of modern agriculture. The agroecological proposal is to generate transformations based on the reality of peasants, encouraging participatory construction through complex, dialogical and practical knowledge. As the training process in agroecology is under construction, it faces challenges related to internal factors such as political-pedagogical proposals; lack of institutional structures; training of the professors; and professional insertion in the professional market. Among the external challenges, the current productive development model of agribusiness stands out. Related to the presented problem, the objective of this work was to understand, since the beginning of the course in 2010, how agroecological professional education has been territorialized at IFPR. Therefore, the methodological approach used in the study is qualitative and quantitative, based on empirical data. The collection of primary data occurred through interviews with 13 professors and a questionnaire was applied to 238 students of agroecology from the following Campi: Campo Largo, Capanema, Irati and Ivaiporã. Secondary information, related to the number of agroecology courses in Brazil, was carried out online. Subsequently, the data were analyzed using Content Analysis (CA). Through spatialization by regions, there was a growth of 68.4% in agroecology courses, between 2013 and 2017, specially on the Midwest, North and Northeast Brazilian regions. With an offer of 32.7% of the total, the IFs promote capillarity and the internalization of agroecology courses in the country. At IFPR, agroecology represents only 2.5% of the institution's total courses. Based on the trajectory of the courses between 2010 and 2020, there were processes of divergences, resistance, and dropouts related to their implementation and maintenance, highlighting the complexity to implement this proposal at the institutional level. According to the students narratives, it was observed that even the agroecology course has some difficulties in social and professional recognition, they intend to seek work spaces related to the professional qualification. For professors, the agroecological professional education promoted by IFPR has managed to advance in several aspects in recent years, such as, engagement with the local and regional community. However, it still comes up against some limiting aspects, such as: the lack of an institutional guideline on agroecology, the lack of understanding of the specificities of the course, lack of material and human resources, lack of training, among others. It is concluded that, despite the challenges faced, IFPR's agroecology courses contribute to local and regional development with actions related to the collective organization of farmers, organization of marketing spaces, certification and training. Another positive factor was the creation of Study Groups in Agroecology and Organic Production (NEAs) and the development of partnerships.Submitted by Angela Maria de Oliveira (amolivei@uepg.br) on 2021-04-12T12:43:41Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) Sandra Andrea Engelmann.pdf: 5873164 bytes, checksum: 2c3d9c9805fa96e014ee1ab52f7a6f67 (MD5)Made available in DSpace on 2021-04-12T12:43:41Z (GMT). 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Engelmann, Sandra Andrea |
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CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA Agroecologia Educação profissional Territorialização Ecologia de Saberes e Práticas Instituto Federal do Paraná Agroecology Professional education Territorialization Ecology of Knowledge and Practices Federal Institute of Paraná |
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Agroecologia Educação profissional Territorialização Ecologia de Saberes e Práticas Instituto Federal do Paraná Agroecology Professional education Territorialization Ecology of Knowledge and Practices Federal Institute of Paraná |
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A educação profissional técnica e tecnológica em agroecologia voltada para os sujeitos do campo no Brasil se iniciou nos anos 2000, este modelo apesar de recente se configura como uma alternativa aos processos de formação convencionais baseados no modelo da agricultura moderna. A proposta agroecológica é gerar transformações fundamentadas na realidade dos camponeses, estimulando a construção participativa por meio do saber complexo, dialógico e prático. Como o processo de formação em agroecologia está em construção, este tem encontrado desafios relacionados a fatores internos como as propostas político-pedagógicas; carência de estruturas institucionais; formação dos profissionais docentes; e inserção profissional no mundo do trabalho. Dentre os desafios externos se destaca modelo de desenvolvimento produtivo vigente do agronegócio. Relacionado a problemática apresentada, o objetivo deste trabalho foi compreender, a partir da criação do curso em 2010, como a educação profissional agroecológica vem se territorializando no IFPR. Para isso, utilizou-se no estudo a abordagem metodológica quali-quantitativa, fundamentada em dados empíricos. A coleta de dados primários ocorreu por meio de entrevista com 13 docentes e aplicação de questionário a 238 estudantes de agroecologia dos Campi: Campo Largo, Capanema, Irati e Ivaiporã. As informações secundárias, relacionados a quantidade de cursos de agroecologia no Brasil foi realizada on-line. Posteriormente, os dados foram analisados por meio da Análise de Conteúdo (AC). Por meio da espacialização por regiões, verificou-se crescimento de 68,4% dos cursos de agroecologia, entre 2013 e 2017, com destaque para as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil. Com oferta de 32,7% do total, os IFs promovem a capilaridade a interiorização dos cursos de agroecologia do país. No IFPR a agroecologia representa apenas 2,5% do total de cursos da instituição. Com base nos percursos históricos dos cursos entre 2010 e 2020, constatou-se processos de divergências, resistências e desistências relacionados a sua implantação e manutenção, evidenciando a complexidade para efetivação dessa proposta no âmbito institucional. Com base nas narrativas dos alunos constatou-se que mesmo o curso de agroecologia possua dificuldades de reconhecimento social e profissional, esses pretendem buscar espaços de trabalho relacionados à formação. Para os professores, a educação profissional agroecológica promovida pelo IFPR conseguiu avançar em vários aspectos nos últimos anos, como por exemplo, o engajamento com a comunidade local e regional. Entretanto, ainda esbarra em alguns aspectos limitantes, como: a falta de uma diretriz institucional sobre a agroecologia, a não compreensão das especificidades do curso, falta de recursos materiais e humanos, falta de capacitação, entre outros. Conclui-se que, apesar dos desafios enfrentados, os cursos de agroecologia do IFPR contribuem para o desenvolvimento local e regional com ações relacionadas a organização coletiva dos agricultores, organização de espaços de comercialização, certificação e capacitação. Outro fator positivo foi a criação dos Núcleos de Estudo em Agroecologia e Produção Orgânica (NEAs) e o desenvolvimento de parcerias. |
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