Ver aspectos: A atividade estética em Wittgenstein
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Ekstasis: Revista de Hermenêutica e Fenomenologia |
Texto Completo: | https://www.e-publicacoes.uerj.br/Ekstasis/article/view/16360 |
Resumo: | DOI: 10.12957/ek.2015.16360A recorrência com que Wittgenstein tratava dos problemas relacionados com a arte e a estética, nos últimos escritos e nas últimas aulas, indica que ele concebia importante a elucidação de tais problemas e esse trabalho consistia por si mesmo uma atividade filosófica. Nesse sentido, o horizonte desta pesquisa consiste em compreender qual é o espaço ocupado pela estética na filosofia de Wittgenstein, destacando, sobretudo, a atividade de ver aspectos, típico das Investigações Filosóficas. A forma como o filósofo tratou dessa questão mostra que não a abordou de uma maneira sistemática, como fez, por exemplo, com os problemas de lógica, mas sim, em uma rede muito ampla de conexões, com diferentes motivos de natureza filosófica. No Tractatus Logico-Philosophicus, a estética representa um excesso frente àquilo que pode ser expresso por meio de linguagem, sendo, dessa forma, inclusa no grupo do inefável. Porém, a partir de uma mudança de perspectiva, é possível observar como a compreensão lógica cede lugar a um olhar que não coloca exigências de pureza e coerência lógica, mas aceita todos os gestos humanos como sendo igualmente significativos. Nesse sentido, Wittgenstein mostra a experiência de se ficar maravilhado com um objeto através de um movimento sentimental natural e acessível a todos: trata-se da experiência de ver aspectos. A possibilidade dessa visão reside na transformação do olhar, ou seja, ver todas as coisas e a vida de todos os dias de tal forma que o objeto da visão, sem se alterar, se transforma à frente dos nossos olhos e surge como uma verdadeira obra de arte. O que o pensador vienense pretende é demonstrar o quanto esse movimento é importante não só para a estética, mas para toda a filosofia. |
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