Avaliação da atividade antidiabética de extratos das cascas de Salacia impressifolia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Acho, Leonard Domingo Rosales
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/3297291162967132
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM
Texto Completo: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7674
Resumo: Tendo em consideração o impacto causado pelas alterações metabólicas, como o diabetes, na sociedade, na economia e no estilo de vida, é de relevante importância a procura de novas alternativas terapêuticas oriundas de produtos naturais. Com isso, este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antidiabética de extratos das cascas de Salacia impressifolia conhecida popularmente como “cipó miraruira” em modelos experimentais in vitro e in vivo. Inicialmente, quatro extratos foram obtidos por maceração sequencial em solventes de diferentes polaridades. Os extratos obtidos: Hexânico (EHSI), acetato de etila (EASI), metanólico (EMSI) e hidroetanólico (EhSI); foram avaliados in vitro quanto ao teor de fenóis e flavonoides, atividade antioxidante, efeito antiglicante e possíveis efeitos sobre a inibição de enzimas envolvidas no processo de absorção de carboidratos e lipídeos. O EHSI foi caracterizado quimicamente por RMN e foi avaliado quanto a sua citotoxicidade e efeito antidiabético in vivo. Foram realizados os ensaios experimentais in vivo com Camundongos Balb/c, machos, para o ensaio agudo do teste de tolerância oral à glicose foram utilizados camundongos não diabéticos e para o ensaio crônico foi realizada a indução do diabetes através de uma dieta hiperlipídica e injeção intraperitoneal de estreptozotocina (35 mg/kg) por 7 dias. Os camundongos com glicemia maior que 250 mg/dL foram considerados diabéticos, sendo monitorados por 25 dias. As amostras de sangue para a dosagem no soro de marcadores bioquímicos foram coletadas por punção cardíaca no último dia do experimento antes do sacrifício. A caracterização química do extrato hexânico por RMN evidenciou a presença de priestimerina, tingenona, α e β amirina como compostos maioritários. O EhSI teve em sua composição maior teor de compostos fenólicos e maior atividade antioxidante ao serem comparados ao EHSI. Nenhum dos 4 extratos inibiu significativamente a enzima α-glucosidase. Entretanto, o EHSI apresentou significativa atividade contra a enzima lipase com CI50 de 13,03±0,7 µg/mL e também inibiu a glicação por via oxidativa e não oxidativa com CI50 de 19,6±0,5 e 28,7±1 µg/mL. No teste de viabilidade celular o EHSI obteve CI50 de 12,26µg/mL a 72 horas após o tratamento e no teste de toxicidade aguda in vivo não foi capaz de promover óbito nos animais na concentração única de 2000 mg/kg. Nos ensaios in vivo de avaliação do efeito agudo, o extrato hexânico na concentração de 100 e 50 mg/kg estimulou a captação de glicose e também diminuiu a glicemia de animais diabéticos quando tratados com as mesmas concentrações por 25 dias. Nas análises bioquímicas, o EHSI promoveu a diminuição da glicose, insulina, TGO, triglicerídeos e um aumento da creatinina ao serem comparados com os camundongos diabéticos não tratados. Em conclusão, o extrato hexânico das cascas de S. impressifolia apresenta um ótimo potencial antiglicante in vitro e hipoglicemiante in vivo, que corrobora o uso popular da espécie. Os dados obtidos foram importantes para a caraterização biológica desta planta e sua aplicação como um possível fitoterápico para o tratamento do diabetes.
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Os extratos obtidos: Hexânico (EHSI), acetato de etila (EASI), metanólico (EMSI) e hidroetanólico (EhSI); foram avaliados in vitro quanto ao teor de fenóis e flavonoides, atividade antioxidante, efeito antiglicante e possíveis efeitos sobre a inibição de enzimas envolvidas no processo de absorção de carboidratos e lipídeos. O EHSI foi caracterizado quimicamente por RMN e foi avaliado quanto a sua citotoxicidade e efeito antidiabético in vivo. Foram realizados os ensaios experimentais in vivo com Camundongos Balb/c, machos, para o ensaio agudo do teste de tolerância oral à glicose foram utilizados camundongos não diabéticos e para o ensaio crônico foi realizada a indução do diabetes através de uma dieta hiperlipídica e injeção intraperitoneal de estreptozotocina (35 mg/kg) por 7 dias. Os camundongos com glicemia maior que 250 mg/dL foram considerados diabéticos, sendo monitorados por 25 dias. As amostras de sangue para a dosagem no soro de marcadores bioquímicos foram coletadas por punção cardíaca no último dia do experimento antes do sacrifício. A caracterização química do extrato hexânico por RMN evidenciou a presença de priestimerina, tingenona, α e β amirina como compostos maioritários. O EhSI teve em sua composição maior teor de compostos fenólicos e maior atividade antioxidante ao serem comparados ao EHSI. Nenhum dos 4 extratos inibiu significativamente a enzima α-glucosidase. Entretanto, o EHSI apresentou significativa atividade contra a enzima lipase com CI50 de 13,03±0,7 µg/mL e também inibiu a glicação por via oxidativa e não oxidativa com CI50 de 19,6±0,5 e 28,7±1 µg/mL. No teste de viabilidade celular o EHSI obteve CI50 de 12,26µg/mL a 72 horas após o tratamento e no teste de toxicidade aguda in vivo não foi capaz de promover óbito nos animais na concentração única de 2000 mg/kg. Nos ensaios in vivo de avaliação do efeito agudo, o extrato hexânico na concentração de 100 e 50 mg/kg estimulou a captação de glicose e também diminuiu a glicemia de animais diabéticos quando tratados com as mesmas concentrações por 25 dias. Nas análises bioquímicas, o EHSI promoveu a diminuição da glicose, insulina, TGO, triglicerídeos e um aumento da creatinina ao serem comparados com os camundongos diabéticos não tratados. Em conclusão, o extrato hexânico das cascas de S. impressifolia apresenta um ótimo potencial antiglicante in vitro e hipoglicemiante in vivo, que corrobora o uso popular da espécie. Os dados obtidos foram importantes para a caraterização biológica desta planta e sua aplicação como um possível fitoterápico para o tratamento do diabetes.Considering the impact caused by metabolic changes such as diabetes in society, in the economy and in the lifestyle, it is of relevant importance the search for new therapeutic alternatives as natural products derived from plants. Therefore, this study aimed to evaluate the antidiabetic activity of Salacia impressifolia hexanic extract (EHSI) in experimental models in vitro and in vivo. Firstly, four extracts were obtained by sequential maceration from the most apolar solvent to the most polar. The chemical characterization of the EHSI by NMR evidenced the presence of priestimerin, tingenone, and α-and β-amirine as major compounds. The extracts obtained in sequential maceration (hexanic, ethyl acetate, methanolic, and hydroethanolic) were evaluated in vitro in order to quantificate the content of phenols, flavonoids, antioxidant activity, anti-glycating effect, and possible effects on the inhibition of enzymes involved in the process of absorption of carbohydrates and lipids. Cytotoxic assays and analyses of in vivo antidiabetic effect were carried out with the EHSI. The experiments were performed in vivo with male Balb/c mice. For the acute oral glucose tolerance test it was used non-diabetic mice and for the chronic diabetes assay it was performed diabetes induction through a high fat diet and an intraperitoneal injection of streptozotocin (35mg/kg) for 7 days. Mice with glycemia up to 250 mg/dL were considered diabetic and monitored for 25 days. Blood samples were collected by cardiac puncture on the last day of the experiment before sacrifice in order to dose biochemical markers. The hydroethanolic extract showed the highest content of phenolic compounds and higher antioxidant activity when compared to the hexanic extract. None of the four extracts significantly inhibited α-glucosidase enzyme. However, the HESI showed significant activity against lipase enzyme with IC50 of 13.03 ± 0.7 μg/mL and also inhibited glycation by oxidative and non-oxidative routes with IC50 of 19.6 ± 0.5 and 28.7 ± µg/mL. In the cell viability test the HESI obtained an IC50 of 12.26 μg/mL in the first 72 hours and in the acute toxicity test in vivo it was not able to promote death at the single concentration of 2000 mg/kg. In the in vivo acute effect evaluation assays, the HESI increased glucose uptake at 100 and 50 mg/kg and also decreased glycemia in diabetic animals when treated at the same concentrations for 25 days. In the biochemical analyzes, the HESI promoted a decrease in glucose, insulin, glutamic oxaloacetic transaminase (SGO-T), triglycerides and increased release of creatinine. In conclusion, the hexanic extract tested in the present study presents a great antiglycant potential in vitro and hypoglycemic in vivo, which corroborates the popular use in Amazonian folk medicine. The data obtained were important for the biological characterization of this extract and the possible application as herbal medicine for the treatment of diabetes.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade Federal do AmazonasFaculdade de Ciências FarmacêuticasBrasilUFAMPrograma de Pós-graduação em Ciências FarmacêuticasLima, Emerson Silvahttp://lattes.cnpq.br/1324552190537148Veloso, Clarice de Carvalho Velosohttp://lattes.cnpq.br/4513122857183761Albuquerque, Patricia Melchionnahttp://lattes.cnpq.br/1177407730126204Acho, Leonard Domingo Rosaleshttp://lattes.cnpq.br/32972911629671322020-02-19T12:59:53Z2018-04-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfACHO, Leonard Domingo Rosales. Avaliação da atividade antidiabética de extratos das cascas de Salacia impressifolia. 2018. 78 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2018.https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7674porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2020-02-20T05:03:48Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/7674Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922020-02-20T05:03:48Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false
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