Caracterização bioquímica e avaliação da atividade antifúngica de lectinas de sementes de Fabaceae da Amazônia
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Data de Publicação: | 2012 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM |
Texto Completo: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3120 |
Resumo: | Sementes de 50 espécies de Fabaceae da Amazônia com indivíduos das subfamílias Caesalpinioideae, Mimosoideae e Faboideae, foram analisadas quanto à presença de novas lectinas. Os extratos totais foram ensaiados para a atividade hemaglutinante (AHE). Os extratos protéicos de Anadenanthera peregrina, Dimorphandra caudata, Ormosia lignivalvis, Dioclea bicolor e frações protéicas de Swartzia laevicarpa, Swartzia ingifolia e Swartzia longistipitata exibiram AHE com eritrócitos de coelho e, esta atividade foi inibida por galactose ou por lactose, mas não por glicose ou por manose. O extrato total de Swartzia laevicarpa exibiu AHE somente após ser submetido a uma cromatografia de troca iônica e sua lectina foi purificada por cromatografia de afinidade com lactose imobilizada. Mesmo com o grande número de lectinas que tem sido relatado em plantas leguminosas, esta é a primeira descrição de lectinas nos gêneros Anadenanthera, Dimorphandra e Ormosia. O estudo de lectinas desses gêneros e do gênero Swartzia poderá contribuir para o entendimento das relações evolucionárias de lectinas de leguminosas, em termos das propriedades de suas estruturas e do processamento protéico. As lectinas das espécies da subtribo Diocleinae são conhecidas serem específicas a glicose e a manose, porém o extrato protéico da semente da espécie Dioclea bicolor exibiu AHE com eritrócitos de coelho e essa atividade foi inibida por galactose e lactose. Em seguida, a lectina da semente de Dioclea bicolor (DBL) foi purificada em uma resina de afinidade com lactose imobilizada. O seqüenciamento de peptídeos internos da DBL revelou homologia com lectinas de leguminosas pertencendo aos grupos Dalbergieae, Phaseoleae e Sophoreae. A lectina da semente de Swartzia laevicarpa (SLL) aglutinou eritrócitos de coelho, mas não eritrócitos de rato. A atividade da lectina persistiu após aquecimento a 100 ºC durante 15 minutos e foi mais fortemente inibida por N acetil D - galactosamina, α - lactose e D - galactose. A SLL exibiu um padrão eletroforético constituído por banda protéica única, correspondendo a uma massa molecular aparente de 29 kDa, a qual foi confirmada por análise de espectrometria de massas e ainda a SLL reagiu positivamente com regente de Schiff. A seqüência de aminoácidos (39 aminoácidos) da região N-terminal e a seqüência de peptídeos internos foram determinadas por degradação de Edman e por MS/MS, respectivamente. O seqüenciamento revelou homologia completa da SLL com lectinas de leguminosas pertencendo aos grupos mais primitivos (Dalbergieae e Sophoreae). A SLL (1mg / mL) não exibiu atividade antifúngica contra cinco fitopatógenos testados |
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Caracterização bioquímica e avaliação da atividade antifúngica de lectinas de sementes de Fabaceae da AmazôniaPurificaçãoProteínas e carboidratosPurificationProteins and carbohydratesCIÊNCIAS BIOLÓGICASSementes de 50 espécies de Fabaceae da Amazônia com indivíduos das subfamílias Caesalpinioideae, Mimosoideae e Faboideae, foram analisadas quanto à presença de novas lectinas. Os extratos totais foram ensaiados para a atividade hemaglutinante (AHE). Os extratos protéicos de Anadenanthera peregrina, Dimorphandra caudata, Ormosia lignivalvis, Dioclea bicolor e frações protéicas de Swartzia laevicarpa, Swartzia ingifolia e Swartzia longistipitata exibiram AHE com eritrócitos de coelho e, esta atividade foi inibida por galactose ou por lactose, mas não por glicose ou por manose. O extrato total de Swartzia laevicarpa exibiu AHE somente após ser submetido a uma cromatografia de troca iônica e sua lectina foi purificada por cromatografia de afinidade com lactose imobilizada. Mesmo com o grande número de lectinas que tem sido relatado em plantas leguminosas, esta é a primeira descrição de lectinas nos gêneros Anadenanthera, Dimorphandra e Ormosia. O estudo de lectinas desses gêneros e do gênero Swartzia poderá contribuir para o entendimento das relações evolucionárias de lectinas de leguminosas, em termos das propriedades de suas estruturas e do processamento protéico. As lectinas das espécies da subtribo Diocleinae são conhecidas serem específicas a glicose e a manose, porém o extrato protéico da semente da espécie Dioclea bicolor exibiu AHE com eritrócitos de coelho e essa atividade foi inibida por galactose e lactose. Em seguida, a lectina da semente de Dioclea bicolor (DBL) foi purificada em uma resina de afinidade com lactose imobilizada. O seqüenciamento de peptídeos internos da DBL revelou homologia com lectinas de leguminosas pertencendo aos grupos Dalbergieae, Phaseoleae e Sophoreae. A lectina da semente de Swartzia laevicarpa (SLL) aglutinou eritrócitos de coelho, mas não eritrócitos de rato. A atividade da lectina persistiu após aquecimento a 100 ºC durante 15 minutos e foi mais fortemente inibida por N acetil D - galactosamina, α - lactose e D - galactose. A SLL exibiu um padrão eletroforético constituído por banda protéica única, correspondendo a uma massa molecular aparente de 29 kDa, a qual foi confirmada por análise de espectrometria de massas e ainda a SLL reagiu positivamente com regente de Schiff. A seqüência de aminoácidos (39 aminoácidos) da região N-terminal e a seqüência de peptídeos internos foram determinadas por degradação de Edman e por MS/MS, respectivamente. O seqüenciamento revelou homologia completa da SLL com lectinas de leguminosas pertencendo aos grupos mais primitivos (Dalbergieae e Sophoreae). A SLL (1mg / mL) não exibiu atividade antifúngica contra cinco fitopatógenos testadosSeeds of 50 Amazonian species of Fabaceae with individuals of the subfamilies Caesalpinioideae, Mimosoideae and Faboideae were analyzed for the presence of new lectins. The total extracts were tested for hemagglutinating activity (AHE). The protein xvi extracts of Anadenanthera peregrina, Dimorphandra caudata, Ormosia lignivalvis, Dioclea bicolor and the protein fractions of Swartzia laevicarpa exhibited AHE with rabbit erythrocytes, and this activity was inhibited by galactose or lactose, but not by glucose or mannose. The total extract of Swartzia laevicarpa exhibited AHE only after submitted to an ion exchange chromatography and their lectin were purified by affinity chromatography with immobilized lactose. Even with the large number of lectins reported in leguminous plants, this is the first description of lectins in the genera Anadenanthera, Dimorphandra and Ormosia. The study of lectins from these geners and from Swartzia gender may contribute to the understanding of the evolutionary relationships of legume lectins, in terms of their structure properties and their proteic processing. The lectins from species of the subtribe Diocleinae are known to be specific to glucose and mannose, but the protein extract from the seed of the species Dioclea bicolor exhibited AHE with rabbit erythrocytes and this activity was inhibited by galactose and lactose. After the Dioclea bicolor seed lectin (DBL) was purified on an affinity resin with immobilized lactose. The sequencing of internal peptides of DBL showed homology with leguminous lectins belonging to groups Dalbergieae, Phaseoleae, Sophoreae. The Swartzia laevicarpa seed lectin (SLL) agglutinated rabbit erythrocytes, but did not for mouse erythrocytes. The lectin activity remained after heating at 100 °C for 15 minutes and was strongly inhibited by N - acetyl - D - galactosamine, α - lactose and D - galactose. The SLL exhibited an electrophoretic pattern constituted by a single proteic band corresponding to an apparent molecular mass of 29 kDa, which was confirmed by spectrometric mass analysis and still the SLL reacted positively with Schiff reagent. The amino acid sequence (39 amino acids) from N-terminal region and the internal peptides sequence was determined by Edman degradation and MS/MS, respectively. The SLL sequencing showed complete homology with the legume lectins belonging to the most primitive groups (Dalbergieae and Sophoreae). The SLL (1 mg / mL) did not exhibited antifungal activity against the five phytopathogens testedConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoUniversidade Federal do AmazonasInstituto de Ciências BiológicasBRUFAMPrograma de Pós-Graduação em BiotecnologiaPereira, José Odairhttp://lattes.cnpq.br/5559640659851194Fernandes, Andreia Varmeshttp://lattes.cnpq.br/63125766670202472015-04-20T12:31:46Z2015-04-082012-10-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfFERNANDES, Andreia Varmes. Caracterização bioquímica e avaliação da atividade antifúngica de lectinas de sementes de Fabaceae da Amazônia. 2012. 103 f. Tese (Doutorado em Biotecnologia) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2012.http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3120porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAMinstname:Universidade Federal do Amazonas (UFAM)instacron:UFAM2016-05-12T17:23:14Zoai:https://tede.ufam.edu.br/handle/:tede/3120Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://200.129.163.131:8080/PUBhttp://200.129.163.131:8080/oai/requestddbc@ufam.edu.br||ddbc@ufam.edu.bropendoar:65922016-05-12T17:23:14Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)false |
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