O Meteorito Bendegó: História, Mineralogia e Classificação Química

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Wilton Pinto de
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21488
Resumo: O meteorito Bendegó, objeto desta dissertação, é o maior exemplar da coleção brasileira e ocupa a 16ª posição entre as maiores massas de ferro-níquel de origem espacial catalogadas em todo o mundo. Sua descoberta em 1784 e subsequente remoção, em 1888, do sertão da Bahia para o Rio de Janeiro foram fatos marcantes da história da meteorítica, uma ciência multidisciplinar dedicada ao estudo de amostras de material extraterrestre natural que sobrevive à passagem brilhante e abrasiva pela atmosfera de nosso planeta. O local do achado desse meteorito, que se acredita seja também o ponto de impacto, está inserido na porção Norte do Núcleo Serrinha, um dos três núcleos arqueanos do Cráton do São Francisco. Nessa área o embasamento é gnáissico-migmatítico intrudido por granitos TTGs do Complexo Metamórfico de Uauá. A ausência de PDFs (planar deformation features) ou de brechas em 14 lâminas delgadas confeccionadas a partir de amostras de rochas coletadas no local do achado e a geomorfologia da área estudada, que não apresenta indícios de formações circulares ou elípticas, sugerem a inexistência de cratera de impacto. Estudos petrográficos realizados nesse meteorito o classificam estruturalmente como octaedrito grosso, apresentando lamelas de kamacita com 1,8 mm de largura em média. A distribuição paralela ao eixo principal de pelo menos 37 ocorrências de troilita, facilmente observáveis na face polida da massa principal, é uma característica única desse siderito e sua assembléia de fases mineralógicas conta ainda com os minerais coenita, cromita, haxonita, rabdita e schreibersita. Quimicamente o Bendegó integra o grupo genético IC, segundo classificação vigente para meteoritos férreos. Esse grupo é composto de apenas 11 membros com teor de níquel entre 6,12 e 6,98%, sendo o Bendegó o maior deles em termos de massa.
id UFBA-2_021c2572861fd48fb4e01582f1f0d882
oai_identifier_str oai:repositorio.ufba.br:ri/21488
network_acronym_str UFBA-2
network_name_str Repositório Institucional da UFBA
repository_id_str 1932
spelling Carvalho, Wilton Pinto deRios, Débora Correa2017-02-18T18:12:33Z2017-02-18T18:12:33Z2017-02-182010http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21488O meteorito Bendegó, objeto desta dissertação, é o maior exemplar da coleção brasileira e ocupa a 16ª posição entre as maiores massas de ferro-níquel de origem espacial catalogadas em todo o mundo. Sua descoberta em 1784 e subsequente remoção, em 1888, do sertão da Bahia para o Rio de Janeiro foram fatos marcantes da história da meteorítica, uma ciência multidisciplinar dedicada ao estudo de amostras de material extraterrestre natural que sobrevive à passagem brilhante e abrasiva pela atmosfera de nosso planeta. O local do achado desse meteorito, que se acredita seja também o ponto de impacto, está inserido na porção Norte do Núcleo Serrinha, um dos três núcleos arqueanos do Cráton do São Francisco. Nessa área o embasamento é gnáissico-migmatítico intrudido por granitos TTGs do Complexo Metamórfico de Uauá. A ausência de PDFs (planar deformation features) ou de brechas em 14 lâminas delgadas confeccionadas a partir de amostras de rochas coletadas no local do achado e a geomorfologia da área estudada, que não apresenta indícios de formações circulares ou elípticas, sugerem a inexistência de cratera de impacto. Estudos petrográficos realizados nesse meteorito o classificam estruturalmente como octaedrito grosso, apresentando lamelas de kamacita com 1,8 mm de largura em média. A distribuição paralela ao eixo principal de pelo menos 37 ocorrências de troilita, facilmente observáveis na face polida da massa principal, é uma característica única desse siderito e sua assembléia de fases mineralógicas conta ainda com os minerais coenita, cromita, haxonita, rabdita e schreibersita. Quimicamente o Bendegó integra o grupo genético IC, segundo classificação vigente para meteoritos férreos. Esse grupo é composto de apenas 11 membros com teor de níquel entre 6,12 e 6,98%, sendo o Bendegó o maior deles em termos de massa.ABSTRACT - The Bendegó iron, this dissertation theme, is the biggest specimen of the Brazilian collection and holds the 16th position among the largest iron-nickel masses of space origin catalogued so far in the whole world. Its finding in 1784 and the following transportation, in 1888, from the Bahia State hinterland to Rio de Janeiro, were landmarks in the history of meteoritics, a multidisciplinary science dedicated to the study of natural extraterrestrial samples which survives the bright fly through the atmosphere of our planet. That meteorite finding place, which it is believed are also the impact point, is inserted in the North portion of the Núcleo Serrinha, one out of the three Archean cores of the São Francisco craton. The basement here is gneissic migmatitic intruded by TTGs granites from the Metamorphic Uauá Complex. The lack of PDFs (planar deformation features) or breaches in 14 thin sections prepared from rock samples collected on the finding place and the geomorphology of the studied area, which does not present any vestiges of circular or ellipsoids formations, suggest that there is no impact crater. Petrographic studies on that meteorite classify it structurally as a coarse octahedrite, showing kamacite lamellae with 1.8 mm width in average. A distribution of at least 37 occurrences of troilite parallel to the main axis are easily observed on the polished face of the main mass, being a unique characteristic for that siderite. The other mineralogical phase found in that mass are: cohenite, chromite, haxonite, rabdite and schreibersite. Based on chemical analysis the Bendegó iron is part of the IC genetic group, according to the present classification for iron meteorites. This group is formed only by 11 members with a nickel concentration between 6.12 and 6.98%, and the Bendegó is the largest mass among them.Submitted by Everaldo Pereira (pereira.evera@gmail.com) on 2017-02-18T18:12:33Z No. of bitstreams: 1 Dissertação_Wilton_Carvalho 2010.pdf: 46454647 bytes, checksum: e304765ef3b013eb53e2880aada653e7 (MD5)Made available in DSpace on 2017-02-18T18:12:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação_Wilton_Carvalho 2010.pdf: 46454647 bytes, checksum: e304765ef3b013eb53e2880aada653e7 (MD5)PetrologiaBendegómeteoritometeoríticaferroBahiaO Meteorito Bendegó: História, Mineralogia e Classificação Químicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisInstituto de GeociênciasGeologiaPGGEOLOGIABrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAORIGINALDissertação_Wilton_Carvalho 2010.pdfDissertação_Wilton_Carvalho 2010.pdfapplication/pdf46454647https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/21488/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Wilton_Carvalho%202010.pdfe304765ef3b013eb53e2880aada653e7MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1345https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/21488/2/license.txtff6eaa8b858ea317fded99f125f5fcd0MD52TEXTDissertação_Wilton_Carvalho 2010.pdf.txtDissertação_Wilton_Carvalho 2010.pdf.txtExtracted texttext/plain0https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/21488/3/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Wilton_Carvalho%202010.pdf.txtd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD53ri/214882022-03-10 14:54:41.543oai:repositorio.ufba.br:ri/21488VGVybW8gZGUgTGljZW7vv71hLCBu77+9byBleGNsdXNpdm8sIHBhcmEgbyBkZXDvv71zaXRvIG5vIFJlcG9zaXTvv71yaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRkJBLgoKIFBlbG8gcHJvY2Vzc28gZGUgc3VibWlzc++/vW8gZGUgZG9jdW1lbnRvcywgbyBhdXRvciBvdSBzZXUgcmVwcmVzZW50YW50ZSBsZWdhbCwgYW8gYWNlaXRhciAKZXNzZSB0ZXJtbyBkZSBsaWNlbu+/vWEsIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdO+/vXJpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRhIEJhaGlhIApvIGRpcmVpdG8gZGUgbWFudGVyIHVtYSBj77+9cGlhIGVtIHNldSByZXBvc2l077+9cmlvIGNvbSBhIGZpbmFsaWRhZGUsIHByaW1laXJhLCBkZSBwcmVzZXJ2Ye+/ve+/vW8uIApFc3NlcyB0ZXJtb3MsIG7vv71vIGV4Y2x1c2l2b3MsIG1hbnTvv71tIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yL2NvcHlyaWdodCwgbWFzIGVudGVuZGUgbyBkb2N1bWVudG8gCmNvbW8gcGFydGUgZG8gYWNlcnZvIGludGVsZWN0dWFsIGRlc3NhIFVuaXZlcnNpZGFkZS4KCiBQYXJhIG9zIGRvY3VtZW50b3MgcHVibGljYWRvcyBjb20gcmVwYXNzZSBkZSBkaXJlaXRvcyBkZSBkaXN0cmlidWnvv73vv71vLCBlc3NlIHRlcm1vIGRlIGxpY2Vu77+9YSAKZW50ZW5kZSBxdWU6CgogTWFudGVuZG8gb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHJlcGFzc2Fkb3MgYSB0ZXJjZWlyb3MsIGVtIGNhc28gZGUgcHVibGljYe+/ve+/vWVzLCBvIHJlcG9zaXTvv71yaW8KcG9kZSByZXN0cmluZ2lyIG8gYWNlc3NvIGFvIHRleHRvIGludGVncmFsLCBtYXMgbGliZXJhIGFzIGluZm9ybWHvv73vv71lcyBzb2JyZSBvIGRvY3VtZW50bwooTWV0YWRhZG9zIGVzY3JpdGl2b3MpLgoKIERlc3RhIGZvcm1hLCBhdGVuZGVuZG8gYW9zIGFuc2Vpb3MgZGVzc2EgdW5pdmVyc2lkYWRlIGVtIG1hbnRlciBzdWEgcHJvZHXvv73vv71vIGNpZW5077+9ZmljYSBjb20gCmFzIHJlc3Ryae+/ve+/vWVzIGltcG9zdGFzIHBlbG9zIGVkaXRvcmVzIGRlIHBlcmnvv71kaWNvcy4KCiBQYXJhIGFzIHB1YmxpY2Hvv73vv71lcyBzZW0gaW5pY2lhdGl2YXMgcXVlIHNlZ3VlbSBhIHBvbO+/vXRpY2EgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0bywgb3MgZGVw77+9c2l0b3MgCmNvbXB1bHPvv71yaW9zIG5lc3NlIHJlcG9zaXTvv71yaW8gbWFudO+/vW0gb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIG1hcyBtYW5077+9bSBhY2Vzc28gaXJyZXN0cml0byAKYW8gbWV0YWRhZG9zIGUgdGV4dG8gY29tcGxldG8uIEFzc2ltLCBhIGFjZWl0Ye+/ve+/vW8gZGVzc2UgdGVybW8gbu+/vW8gbmVjZXNzaXRhIGRlIGNvbnNlbnRpbWVudG8KIHBvciBwYXJ0ZSBkZSBhdXRvcmVzL2RldGVudG9yZXMgZG9zIGRpcmVpdG9zLCBwb3IgZXN0YXJlbSBlbSBpbmljaWF0aXZhcyBkZSBhY2Vzc28gYWJlcnRvLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-03-10T17:54:41Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O Meteorito Bendegó: História, Mineralogia e Classificação Química
title O Meteorito Bendegó: História, Mineralogia e Classificação Química
spellingShingle O Meteorito Bendegó: História, Mineralogia e Classificação Química
Carvalho, Wilton Pinto de
Petrologia
Bendegó
meteorito
meteorítica
ferro
Bahia
title_short O Meteorito Bendegó: História, Mineralogia e Classificação Química
title_full O Meteorito Bendegó: História, Mineralogia e Classificação Química
title_fullStr O Meteorito Bendegó: História, Mineralogia e Classificação Química
title_full_unstemmed O Meteorito Bendegó: História, Mineralogia e Classificação Química
title_sort O Meteorito Bendegó: História, Mineralogia e Classificação Química
author Carvalho, Wilton Pinto de
author_facet Carvalho, Wilton Pinto de
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Carvalho, Wilton Pinto de
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Rios, Débora Correa
contributor_str_mv Rios, Débora Correa
dc.subject.cnpq.fl_str_mv Petrologia
topic Petrologia
Bendegó
meteorito
meteorítica
ferro
Bahia
dc.subject.por.fl_str_mv Bendegó
meteorito
meteorítica
ferro
Bahia
description O meteorito Bendegó, objeto desta dissertação, é o maior exemplar da coleção brasileira e ocupa a 16ª posição entre as maiores massas de ferro-níquel de origem espacial catalogadas em todo o mundo. Sua descoberta em 1784 e subsequente remoção, em 1888, do sertão da Bahia para o Rio de Janeiro foram fatos marcantes da história da meteorítica, uma ciência multidisciplinar dedicada ao estudo de amostras de material extraterrestre natural que sobrevive à passagem brilhante e abrasiva pela atmosfera de nosso planeta. O local do achado desse meteorito, que se acredita seja também o ponto de impacto, está inserido na porção Norte do Núcleo Serrinha, um dos três núcleos arqueanos do Cráton do São Francisco. Nessa área o embasamento é gnáissico-migmatítico intrudido por granitos TTGs do Complexo Metamórfico de Uauá. A ausência de PDFs (planar deformation features) ou de brechas em 14 lâminas delgadas confeccionadas a partir de amostras de rochas coletadas no local do achado e a geomorfologia da área estudada, que não apresenta indícios de formações circulares ou elípticas, sugerem a inexistência de cratera de impacto. Estudos petrográficos realizados nesse meteorito o classificam estruturalmente como octaedrito grosso, apresentando lamelas de kamacita com 1,8 mm de largura em média. A distribuição paralela ao eixo principal de pelo menos 37 ocorrências de troilita, facilmente observáveis na face polida da massa principal, é uma característica única desse siderito e sua assembléia de fases mineralógicas conta ainda com os minerais coenita, cromita, haxonita, rabdita e schreibersita. Quimicamente o Bendegó integra o grupo genético IC, segundo classificação vigente para meteoritos férreos. Esse grupo é composto de apenas 11 membros com teor de níquel entre 6,12 e 6,98%, sendo o Bendegó o maior deles em termos de massa.
publishDate 2010
dc.date.submitted.none.fl_str_mv 2010
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2017-02-18T18:12:33Z
dc.date.available.fl_str_mv 2017-02-18T18:12:33Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2017-02-18
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21488
url http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21488
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto de Geociências
dc.publisher.program.fl_str_mv Geologia
dc.publisher.initials.fl_str_mv PGGEOLOGIA
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Instituto de Geociências
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFBA
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Repositório Institucional da UFBA
collection Repositório Institucional da UFBA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/21488/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Wilton_Carvalho%202010.pdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/21488/2/license.txt
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/21488/3/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Wilton_Carvalho%202010.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv e304765ef3b013eb53e2880aada653e7
ff6eaa8b858ea317fded99f125f5fcd0
d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801502600640593920