A queixa escolar sob olhar do fonoaudiólogo.
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26712 |
Resumo: | A educação brasileira, inserida em um sistema capitalista injusto, tem sua trajetória marcada por um ensino precário e excludente preocupado em padronizar o processo de aprendizagem, e, como consequência, produziu fracasso escolar. Aos alunos vítimas do fracasso foi atribuída a responsabilização por seu insucesso, decorrente de uma deficiência biológica. Diversos diagnósticos e justificativas médicas foram atribuídas ao fracasso escolar transformando uma questão de cunho social político e histórico em processos orgânicos. Esse fracasso no processo escolar atrelado aos diferentes diagnósticos e a complexa rede de relações entre os atores desse processo: o aluno, a família e a escola, vem adentrando os consultórios fonoaudiológicos com a denominação de queixa escolar. Este estudo teve como objetivo analisar como os fonoaudiólogos compreendem e definem sua atuação clínica com crianças e jovens que apresentam queixas escolares. Foi realizada uma entrevista semiestruturada com seis fonoaudiólogas que atendem crianças/jovens que apresentam queixas escolares nos serviços públicos e privados da cidade de Salvador/BA. Após a entrevista, os dados foram transcritos, organizados, selecionados e categorizados tendo por base os objetivos propostos neste estudo e o referencial teórico baseado em estudos sobre queixa escolar, fracasso escolar, fonoaudiologia e medicalização. Para a análise dos dados qualitativos foi utilizada a técnica de análise do conteúdo. Os resultados foram divididos em duas categorias semânticas principais: A) Como o fonoaudiólogo compreende a Queixa Escolar e B) Como o fonoaudiólogo atua sobre a Queixa Escolar. As entrevistadas eram todas mulheres, com idades entre vinte e seis e trinta e um anos, atuantes no setor público e privado da cidade de Salvador/BA. As falas das entrevistadas trouxeram posicionamentos distintos quanto a compreensão e atuação com a queixa escolar. Os relatos tinham como base a criança/jovem, a família e a escola e a atuação das entrevistadas junto a esses atores. As falas apontaram questões como a precarização do sistema educacional, a desvalorização do professor, a patologização do processo de aprendizagem, os empecilhos da relação entre profissionais da saúde e educação, subestimação do papel da família na clínica fonoaudiológica, o rompimento com a clínica hegemônica biomédica e individualização dos profissionais da saúde. Questões que foram apresentadas pelo olhar medicalizante e não medicalizante das entrevistadas oscilando a cada ponto discutido, deixando evidente que há uma inconstância na posição ideológica das profissionais em sua compreensão e atuação com a queixa escolar, provocada pela tentativa de ruptura dessas profissionais com a clínica biomédica no entanto, ainda somos capturados pelo sistema capitalista repressor, havendo a necessidade de um movimento de resistência e ruptura constante até que as falas e as experiências partam do mesmo ponto de partida. Conclui-se que é necessário ampliar o debate sobre a queixa escolar e medicalização da educação nos espaços em que a Fonoaudiologia está inserida. |
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Botelho, Bárbara AparecidoOliveira, Elaine Cristina deOliveira, Elaine Cristina deViégas, Lygia de SouzaMasini, Maria Lúcia Hage2018-07-27T15:02:02Z2018-07-27T15:02:02Z2018-07-272018-05-07Dissertaçãohttp://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26712A educação brasileira, inserida em um sistema capitalista injusto, tem sua trajetória marcada por um ensino precário e excludente preocupado em padronizar o processo de aprendizagem, e, como consequência, produziu fracasso escolar. Aos alunos vítimas do fracasso foi atribuída a responsabilização por seu insucesso, decorrente de uma deficiência biológica. Diversos diagnósticos e justificativas médicas foram atribuídas ao fracasso escolar transformando uma questão de cunho social político e histórico em processos orgânicos. Esse fracasso no processo escolar atrelado aos diferentes diagnósticos e a complexa rede de relações entre os atores desse processo: o aluno, a família e a escola, vem adentrando os consultórios fonoaudiológicos com a denominação de queixa escolar. Este estudo teve como objetivo analisar como os fonoaudiólogos compreendem e definem sua atuação clínica com crianças e jovens que apresentam queixas escolares. Foi realizada uma entrevista semiestruturada com seis fonoaudiólogas que atendem crianças/jovens que apresentam queixas escolares nos serviços públicos e privados da cidade de Salvador/BA. Após a entrevista, os dados foram transcritos, organizados, selecionados e categorizados tendo por base os objetivos propostos neste estudo e o referencial teórico baseado em estudos sobre queixa escolar, fracasso escolar, fonoaudiologia e medicalização. Para a análise dos dados qualitativos foi utilizada a técnica de análise do conteúdo. 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Questões que foram apresentadas pelo olhar medicalizante e não medicalizante das entrevistadas oscilando a cada ponto discutido, deixando evidente que há uma inconstância na posição ideológica das profissionais em sua compreensão e atuação com a queixa escolar, provocada pela tentativa de ruptura dessas profissionais com a clínica biomédica no entanto, ainda somos capturados pelo sistema capitalista repressor, havendo a necessidade de um movimento de resistência e ruptura constante até que as falas e as experiências partam do mesmo ponto de partida. Conclui-se que é necessário ampliar o debate sobre a queixa escolar e medicalização da educação nos espaços em que a Fonoaudiologia está inserida.ABSTRACT Brazilian education, inserted in an unjust capitalist system, has its trajectory marked by precarious and excluding system concerned in homogenize the learning process, and as a consequence, it has produced school failure. Students victims of failure got the blame for it due to a biological deficiency. Several medical diagnoses and justifications were attributed to school failure, transforming a political and historical social issue into organic processes. This failure in the school process linked to the different diagnoses and the complex network of relations between the actors of this process: the student, the family and school, has been entering the speech-language clinics with the denomination of school complaint. This study aimed to analyze how speech therapists understand and define their clinical performance with children and young people who showed school complaints. A semi-structured interview was conducted with six speech therapists who attend children / youths who come up with school complaints at public and private services of Salvador city / BA. After the interview, the data was transcribed, organized, selected and categorized based on the objectives proposed in this study and the theoretical framework based on academic thesis on school complaint, school failure, speech therapy and medicalization. For the analysis of qualitative data, the content analysis technique was used. The results were divided into two main semantic categories: A) How the speech therapist understands School Complaint and B) How speech therapists acts at cases of School Complaint. The interviewees were all women, between the ages of twenty-six and thirty-one, working in public and private sector of the Salvador / BA. The statements of the interviewees brought different conceptions regarding the understanding and action about school complaint. The reports were based on the child /teenagers youth, the family and the school, and the interviewees' actions with these actors. The speeches pointed to issues such as the precariousness of the educational system, the devaluation of the teacher, the pathologization of the learning process, the obstacles to the relationship between health professionals and education, underestimation of the family's role in the speech and language pathology clinic, the break with biomedical hegemonic clinic and individualization of health professionals. Questions that were presented by the medicalizing and non-medicalizing look of the interviewed women oscillating at each point discussed, making it evident that there is an inconsistency in the ideological position of the professionals in their understanding and acting with the school complaint, caused by the attempt to break these professionals with the biomedical clinic however, we are still captured by a repressive capitalist system, and constant resistance and rupture are needed, focusing on making speeches and experiences start from the same place. It is concluded that it is necessary to expand the debate about school complaint and medicalization of education at places where Speech Therapy is inserted.Submitted by Barbara Botelho (barbarabotelho.fono@hotmail.com) on 2018-07-24T22:24:35Z No. of bitstreams: 1 Dissertação Mestrado Bárbara Botelho.pdf: 721072 bytes, checksum: e878a3d4149a2d36d2dc49b9598af2ce (MD5)Approved for entry into archive by Ana Miria Moreira (anamiriamoreira@hotmail.com) on 2018-07-27T15:02:02Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação Mestrado Bárbara Botelho.pdf: 721072 bytes, checksum: e878a3d4149a2d36d2dc49b9598af2ce (MD5)Made available in DSpace on 2018-07-27T15:02:02Z (GMT). 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