“A revolução somos nós”: esboço de uma escultura museal a partir da alquimia de Joseph Beuys

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Simões, Luciana Moniz de Aragão
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31868
Resumo: Este trabalho é uma reflexão sobre o objeto de estudo da Museologia, que aqui é entendido como a Herança integral, ligada aos valores do espírito humano, conforme descrito pelo museólogo Tomislav Šola, ou os Bens Espirituais de acordo com o conceito do artista alemão Joseph Beuys. Mais do que um conceito de Beuys, todo o seu sistema de pensamento foi utilizado como base deste exercício de descompressão da teoria da Museologia a partir do pensamento poético. A ideia foi fazer aproximações entre Arte e Museologia para refletir sobre como a introdução de outros métodos epistêmicos podem apontar para outros modelos possíveis de musealização e outros conceitos museológicos. Para tanto foi feita uma interseção entre o campo da Arte em Beuys, e o campo da Museologia, usando a sistematização de Peter van Mensch para embasar a abordagem filosófico-crítica em um nível terciário de análise (reflexões sobre as fundamentações conceituais do campo museológico), e para justificar a inscrição desse trabalho na Escola da Museologia Crítica, cuja característica principal é refletir, questionar – mais do que definir – os enquadramentos museológicos, pensando a Museologia como ciência, como lugar de reflexão sobre a Herança, e não como um conjunto de teorias e métodos que apenas orientam o trabalho prático no museu. Šola, representante da Museologia Crítica, entra como interlocutor de Beuys por defender que é um contrassenso pensar a Herança a partir de uma abordagem normativa, e de abordagens comprometidas com a indústria cultural, que trabalham a herança como um produto de mercado consumidor. Šola defende que a abordagem poética da Herança é o principal elemento de transformação da Museologia e do conceito de museu. Uso como referencia prática minha experiência profissional como assessora da direção e depois diretora executiva do MAM da Bahia, e como parte do coletivo Museu do Mato, para demonstrar modelos possíveis da aproximação entre os dois campos: no Museu-Escola de Lina Bo Bardi dos anos 1960; no MAM-BA entre 2013 a 2015, que reencenou o Museu-Escola de Lina, e expandiu essa experiência de museu na 3ª Bienal da Bahia; e no Museu do Mato, um coletivo de Arte e Museologia, um experimento de museu como exercício poético. Segundo Beuys, a sociedade pode ser pensada como uma obra artística, moldada como se molda uma escultura colaborativa, a Escultura Social. Esta dissertação é o esboço de outra obra, a Escultura Museal, relacionada a ideia de um museu como espaço simbólico de articulação transdisciplinar e transmissão de fragmentos da herança humana. Museu como ferramenta de mudança, parte do esforço coletivo para alcançar um novo estágio evolutivo de humanidade. Museu como ferramenta de reconexão dos laços sociais de solidariedade, afeto, empatia; de reconexão com as subjetividades, para produzir outras percepções de mundo. Em contraponto com sistemas que fragmentam e bloqueiam o tempo. Tempo que é necessário para se reconectar com as subjetividades, para acreditar e construir utopias, outras possibilidades de futuro.
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Para tanto foi feita uma interseção entre o campo da Arte em Beuys, e o campo da Museologia, usando a sistematização de Peter van Mensch para embasar a abordagem filosófico-crítica em um nível terciário de análise (reflexões sobre as fundamentações conceituais do campo museológico), e para justificar a inscrição desse trabalho na Escola da Museologia Crítica, cuja característica principal é refletir, questionar – mais do que definir – os enquadramentos museológicos, pensando a Museologia como ciência, como lugar de reflexão sobre a Herança, e não como um conjunto de teorias e métodos que apenas orientam o trabalho prático no museu. Šola, representante da Museologia Crítica, entra como interlocutor de Beuys por defender que é um contrassenso pensar a Herança a partir de uma abordagem normativa, e de abordagens comprometidas com a indústria cultural, que trabalham a herança como um produto de mercado consumidor. Šola defende que a abordagem poética da Herança é o principal elemento de transformação da Museologia e do conceito de museu. Uso como referencia prática minha experiência profissional como assessora da direção e depois diretora executiva do MAM da Bahia, e como parte do coletivo Museu do Mato, para demonstrar modelos possíveis da aproximação entre os dois campos: no Museu-Escola de Lina Bo Bardi dos anos 1960; no MAM-BA entre 2013 a 2015, que reencenou o Museu-Escola de Lina, e expandiu essa experiência de museu na 3ª Bienal da Bahia; e no Museu do Mato, um coletivo de Arte e Museologia, um experimento de museu como exercício poético. Segundo Beuys, a sociedade pode ser pensada como uma obra artística, moldada como se molda uma escultura colaborativa, a Escultura Social. Esta dissertação é o esboço de outra obra, a Escultura Museal, relacionada a ideia de um museu como espaço simbólico de articulação transdisciplinar e transmissão de fragmentos da herança humana. Museu como ferramenta de mudança, parte do esforço coletivo para alcançar um novo estágio evolutivo de humanidade. Museu como ferramenta de reconexão dos laços sociais de solidariedade, afeto, empatia; de reconexão com as subjetividades, para produzir outras percepções de mundo. Em contraponto com sistemas que fragmentam e bloqueiam o tempo. Tempo que é necessário para se reconectar com as subjetividades, para acreditar e construir utopias, outras possibilidades de futuro.Este trabajo es una reflexión sobre el objeto de estudio de la Museología, que se entiende aquí como Herencia, vinculada a los valores del espíritu humano como lo describe el museólogo Tomislav Šola, o los Bienes Espirituales según el concepto del artista alemán Joseph Beuys. Más que un concepto de Beuys, todo su sistema de pensamiento se utilizó como base para este ejercicio de descompresión de la teoría de la Museología a partir del pensamiento poético. La idea fue hacer aproximaciones entre Arte y Museología para reflexionar sobre cómo la introducción de otros métodos epistémicos puede apuntar a otros posibles modelos de musealización y otros conceptos museológicos. Con este fin, se hizo una intersección entre el campo del Arte en Beuys y el campo de la Museología, utilizando la sistematización de Peter van Mensch para basar el enfoque filosóficocrítico en un nivel de análisis terciário, y para justificar la inscripción de este trabajo en la Escuela de Museología Crítica, cuya característica principal es reflexionar, cuestionar, en lugar de definir, los marcos museológicos, y pensar en la Museología como ciencia, como un lugar de reflexión sobre la Herencia, y no como un conjunto de teorías y métodos que solo guían el trabajo práctico en el museo. Tomislav Šola, un representante de la Museología Crítica, entra como un interlocutor de Beuys por defender que es un contra-pensamiento pensar la Herencia en un enfoque normativo o en enfoques comprometidos con la industria cultural, que trabajen la Herencia como un producto de mercado de consumo. Šola argumenta que el enfoque poético de la Herencia es el principal elemento de transformación de la Museología y del concepto de museo. Utilizo como referencia práctica mi experiencia profesional como asesora técnica y luego directora ejecutiva del MAM de Bahía, y como parte del colectivo Museu do Mato, para demostrar posibles modelos de acercamiento entre los dos campos: en el Museo-Escuela de Lina Bo Bardi en los años 1960; en MAM-BA de 2013 a 2015, que recreó el Museo-Escuela de Lina, y amplió esta experiencia de museo en la tercera Bienal de Bahía; y en el Museu do Mato, un colectivo de Arte y Museología, un experimento de museo como ejercicio poético. Según Beuys, puede considerarse la sociedad como una obra artística, como una escultura colaborativa, la Escultura Social. Esta disertación es el bosquejo de otra obra, la Escultura Museal, relacionada con la idea de un museo como un espacio simbólico para la articulación transdisciplinaria y la transmisión de fragmentos dela Herencia Humana. El museo como herramienta de cambio, parte del esfuerzo colectivo para alcanzar una nueva etapa evolutiva de la humanidad. El museo como herramienta para reconectar los lazos sociales de solidaridad, afecto, empatía; reconectando con las subjetividades para producir otras percepciones de mundo. En contraste con los sistemas que fragmentan y bloquean el tiempo. Tiempo necesario para reconectarse con las subjetividades, para creer y construir utopías, otras posibilidades para el futuro.Submitted by Programa de Pós-Graduação em Museologia (ppgmuseu@ufba.br) on 2020-03-12T17:32:38Z No. of bitstreams: 1 DISSERTACAO_FINAL_Luciana Moniz de Aragão Simõesdez2019.pdf: 276341865 bytes, checksum: 14e9a3be15e1f2a93091f7fe5c355dbe (MD5)Approved for entry into archive by Ana Portela (anapoli@ufba.br) on 2020-04-28T14:07:31Z (GMT) No. of bitstreams: 1 DISSERTACAO_FINAL_Luciana Moniz de Aragão Simõesdez2019.pdf: 276341865 bytes, checksum: 14e9a3be15e1f2a93091f7fe5c355dbe (MD5)Made available in DSpace on 2020-04-28T14:07:31Z (GMT). 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