Enlaces entre governança universitária e gênero: trajetórias de mulheres reitoras nas universidades estaduais da Bahia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Adriana dos Santos Marmori
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30024
Resumo: Governança universitária e relações de gênero são temas que se entrecruzaram para que tivéssemos uma compreensão sobre as especificidades da gestão desenvolvida por mulheres que assumiram a reitoria das Universidades Estaduais da Bahia. Investimos em matrizes teóricas sobre governança pública e gênero e trouxemos para o diálogo Paulo Freire e Marilena Chauí, com o intuito de refletirmos sobre a ideia de Universidade como um lócus de produção de conhecimento emancipatório, embora essa instituição ao longo de sua história tenha reproduzido em suas dimensões administrativas e acadêmicas, o androcentrismo, o classismo, o racismo e o colonialismo edificados na sociedade brasileira. Para além destes autores/as, trilhamos um debate sobre Estado e o planejamento da gestão das universidades públicas. Com as teorias de gênero, enfrentando a construção social da divisão sexual e seus desdobramentos na dimensão do trabalho, entrecruzamos essa temática com aquelas matrizes construídas sobre gestão universitária no interior das universidades públicas estaduais da Bahia. No caminho metodológico, nos debruçamos sobre os regimentos das universidades, seus planos de Desenvolvimento Institucionais e estatutos e entrevistamos as ex-reitoras destas UEBAs. Na análise do material, identificamos a faceta androcentrica dos documentos e assinalamos como a gestão das mulheres se recria e se reinventa na condição de resistência. Os achados revelam as trajetórias de vida pessoal e profissional bem como as especificidades da governança realizada por mulheres. As competências ressaltadas denunciam os procedimentos historicamente adotados por homens no desenvolvimento de funções de comando, e acrescidas àquelas que usualmente foram naturalizadas para essas, constitui um poder que as diferencia. Assumindo um lugar de resistência e de protagonistas na gestão, buscamos difundir o trabalho exitoso das mulheres no âmbito das universidades e reiterar a relevancia desses espaços de liderança. Finalmente, na defesa de um processo formativo interdisciplinar de governança universitária com e para mulheres, propõe-se o desenvolvimento de um projeto de extensão, tomando como base as discussões aqui postas, de forma dialógica, com mulheres que ocupam cargos de gestão, pesquisadoras sobre gênero e governança pública, para que esta tese possa ser usada na criação e na dinamização de espaços multirreferenciais de encontros e novas aprendizagens, capazes de denunciar as relações desiguais e preconceituosas de gênero, bem como de dominação que, infelizmente, ainda sustentam a governança de muitas universidades públicas do Brasil.
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Investimos em matrizes teóricas sobre governança pública e gênero e trouxemos para o diálogo Paulo Freire e Marilena Chauí, com o intuito de refletirmos sobre a ideia de Universidade como um lócus de produção de conhecimento emancipatório, embora essa instituição ao longo de sua história tenha reproduzido em suas dimensões administrativas e acadêmicas, o androcentrismo, o classismo, o racismo e o colonialismo edificados na sociedade brasileira. Para além destes autores/as, trilhamos um debate sobre Estado e o planejamento da gestão das universidades públicas. Com as teorias de gênero, enfrentando a construção social da divisão sexual e seus desdobramentos na dimensão do trabalho, entrecruzamos essa temática com aquelas matrizes construídas sobre gestão universitária no interior das universidades públicas estaduais da Bahia. No caminho metodológico, nos debruçamos sobre os regimentos das universidades, seus planos de Desenvolvimento Institucionais e estatutos e entrevistamos as ex-reitoras destas UEBAs. Na análise do material, identificamos a faceta androcentrica dos documentos e assinalamos como a gestão das mulheres se recria e se reinventa na condição de resistência. Os achados revelam as trajetórias de vida pessoal e profissional bem como as especificidades da governança realizada por mulheres. As competências ressaltadas denunciam os procedimentos historicamente adotados por homens no desenvolvimento de funções de comando, e acrescidas àquelas que usualmente foram naturalizadas para essas, constitui um poder que as diferencia. Assumindo um lugar de resistência e de protagonistas na gestão, buscamos difundir o trabalho exitoso das mulheres no âmbito das universidades e reiterar a relevancia desses espaços de liderança. Finalmente, na defesa de um processo formativo interdisciplinar de governança universitária com e para mulheres, propõe-se o desenvolvimento de um projeto de extensão, tomando como base as discussões aqui postas, de forma dialógica, com mulheres que ocupam cargos de gestão, pesquisadoras sobre gênero e governança pública, para que esta tese possa ser usada na criação e na dinamização de espaços multirreferenciais de encontros e novas aprendizagens, capazes de denunciar as relações desiguais e preconceituosas de gênero, bem como de dominação que, infelizmente, ainda sustentam a governança de muitas universidades públicas do Brasil.University governance and gender relations are intertwined themes so that we have an understanding of the specificities of the management developed by the Rectors of the State Universities of Bahia, considering their life trajectories. We have invested in theoretical matrices on public governance and gender and we have brought Paulo Freire and Marilena Chauí to the dialogue in order to reflect on the idea of the University as a locus of emancipatory knowledge production, although this institution throughout its history has reproduced in its dimensions administrative and academic,androcentrism, classism, racism and colonialism built up in Brazilian society. In addition to these authors, we have been discussing the State and planning the management of public universities. With the theories of gender, facing the social construction of the sexual division and its unfolding in the dimension of the work, we crossbred this theme with those matrices built on university management within the state public universities of Bahia. In the methodological way, we look at the regiments of the universities, their Institutional Development plans and statutes and interview the former rectors of these UEBAs. In the analysis of the material, we identified the androcentric facet of the documents and pointed out how the management of women is recreated and reinvented in the condition of resistance. The findings reveal in the specificity of the governance performed by women, competencies and procedures historically adopted by men in the development of command functions, added to those usually naturalized for them, which differentiates them. In addition to the sum of characteristics that places them in a place of resistance and protagonists in the management, the erasure or the little diffusion of the successful work of the women in the scope of the universities, it reiterates the denial of spaces of leadership for these. Finally, in the defense of an interdisciplinary training process of university governance with and for women, it is proposed the development of an extension project based on the discussions put forward here, in a dialogical way with women who hold management positions, researchers on gender and governance, so that this thesis can be used in the creation and dynamization of multireferential spaces of meetings and new learning capable of denouncing the unequal and prejudiced gender relations as well as of domination that unfortunately still supports the governance of many public universities of the Brazil.Submitted by Adriana dos Santos Marmori Lima (amarmori@hotmail.com) on 2019-06-28T19:30:12Z No. of bitstreams: 1 ultima versao tese (1)_Adriana Marmori.pdf: 2852146 bytes, checksum: dd05b9d261e455c5ee0d78b4b541b2b0 (MD5)Approved for entry into archive by Eleonora Guimaraes (esilva@ufba.br) on 2019-07-08T15:56:39Z (GMT) No. of bitstreams: 1 ultima versao tese (1)_Adriana Marmori.pdf: 2852146 bytes, checksum: dd05b9d261e455c5ee0d78b4b541b2b0 (MD5)Made available in DSpace on 2019-07-08T15:56:39Z (GMT). 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