O MAIS CONECTOR NO PORTUGUÊS POPULAR DA BAHIA: ASPECTOS SOCIOLINGUÍSTICOS E FORMAIS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: GOMES, DÉBORA CARVALHO TRINDADE
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37513
Resumo: Este estudo investiga a mudança no advérbio mais, que tem suas funções ampliadas e passa a atuar como um conector, no português popular do Estado da Bahia, em dois contextos sintáticos: subordinação, variando com a preposição com, e coordenação entre DPs, variando com a conjunção aditiva e. O uso de um mesmo elemento gramatical exercendo funções de partícula comitativa e coordenador se verifica em línguas africanas, pidgins e crioulas, assim como no português falado como L2 em comunidades africanas. Em contraparte, esse uso não é um padrão nas línguas indo-europeias. Em um primeiro momento, faço uma análise variacionista do fenômeno investigado, o conector mais. Investigo os condicionamentos sociais e linguísticos para a variante mais no universo do português popular baiano, mais especificamente o português popular do interior, representado por comunidades rurais e das sedes dos municípios Poções, Santo Antônio de Jesus e Feira de Santana; e o português popular urbano, representado pelos bairros de Cajazeiras, Liberdade, Itapuã e Plataforma, localizados na capital Salvador. A base empírica de dados é formada por 120 amostras de fala vernácula pertencentes aos acervos de dois projetos de pesquisa sociolinguística desenvolvidos na Universidade Federal da Bahia e na Universidade Estadual de Feira de Santana. Os informantes são de ambos os sexos e estratificados em três faixas etárias, a fim de se identificar uma tendência à variação estável ou mudança em progresso do fenômeno variável nas comunidades de fala. Um total de 2.370 dados foram coletados e submetidos à ferramenta de análise estatística VARBRUL. A pesquisa é norteada pela hipótese de que o mais conector é resultado do contato linguístico ocorrido no Brasil nos primeiros séculos de colonização, e uma evidência de que as línguas africanas teriam afetado o Português Brasileiro. A fim de comprovar tal hipótese, estabeleço a trajetória do mais conector em um continuum de normas do português popular baiano, retomando os resultados obtidos em pesquisa realizada com o português afro-brasileiro (GOMES, 2014), falado em quatro comunidades afrodescendentes do interior do Estado da Bahia (Helvécia, Cinzento, Sapé e Rio de Contas), e relacionando-os aos resultados do português falado no interior e na capital. Os resultados da análise variacionista indicam que o fenômeno mais/com está em mudança nas comunidades do interior e da capital, a variante resultante do contato linguístico mais está sendo substituída pela variante padrão com, por conta de um processo mais amplo de nivelamento linguístico, em que os modelos dos grandes centros urbanos se difundem para todas as regiões do país, na atualidade (LUCCHESI, 2015). Por outro lado, o fenômeno mais/e é uma variação estável. Em relação à projeção da variante mais no espectro de variedades do português popular baiano, sua realização é mais frequente no português afro-brasileiro, enquanto esse percentual cai gradualmente nas comunidades da zona rural, nas comunidades das sedes dos municípios do interior, até o outro extremo do continuum, a norma urbana da capital. Esses resultados caracterizam a variante mais como um resquício do contato linguístico ocorrido na história do Brasil. No segundo momento, esta tese se debruça sobre a dimensão formal do fenômeno. Tenho chamado de alternância coordenativa-subordinativa(com) a alternância sintática entre as estruturas coordenada e subordinada, considerando a expressão do conjunto de elementos [DP1, DP2, V, conector] e o significado global das sentenças derivadas, em que os DPs ora aparecem contínuos ora aparecem descontínuos. A partir da associação entre essas estruturas sintáticas, delimito duas questões formais: i) os traços que podem ter licenciado o uso do advérbio mais como conector no português popular baiano, permitindo seu uso nas construções coordenadas e subordinadas(com); ii) a relação semântica entre os DPs participantes do mesmo evento, nas construções comitativas. Para a primeira questão, proponho que a manutenção do traço semântico <INCLUSÃO> e do traço sintático <RELACIONAL>, no processo de gramaticalização, do advérbio mais teria licenciado seu uso como um conector. Em relação à segunda questão, proponho que a atribuição temática do com-DP se dá em um esquema continuum onde, de um lado está o comitativo típico, mais simétrico com o Suj-DP, até o outro extremo onde está o caso menos simétrico, codificando apenas co-presença no evento. A partícula mais/com é lexical e contribui para a atribuição temática do com-DP num esquema de interação entre seus traços semânticos básicos, as propriedades inerentes ao núcleo do DP introduzido pela preposição e as propriedades semânticas do evento expresso pelo verbo. A mudança no advérbio mais é analisada na perspectiva da Sociolinguística Paramétrica.
id UFBA-2_5bc77fa8d239452128d0040d649ccd26
oai_identifier_str oai:repositorio.ufba.br:ri/37513
network_acronym_str UFBA-2
network_name_str Repositório Institucional da UFBA
repository_id_str 1932
spelling 2023-08-04T12:53:36Z2023-08-04T12:53:36Z2019-03-18https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37513Este estudo investiga a mudança no advérbio mais, que tem suas funções ampliadas e passa a atuar como um conector, no português popular do Estado da Bahia, em dois contextos sintáticos: subordinação, variando com a preposição com, e coordenação entre DPs, variando com a conjunção aditiva e. O uso de um mesmo elemento gramatical exercendo funções de partícula comitativa e coordenador se verifica em línguas africanas, pidgins e crioulas, assim como no português falado como L2 em comunidades africanas. Em contraparte, esse uso não é um padrão nas línguas indo-europeias. Em um primeiro momento, faço uma análise variacionista do fenômeno investigado, o conector mais. Investigo os condicionamentos sociais e linguísticos para a variante mais no universo do português popular baiano, mais especificamente o português popular do interior, representado por comunidades rurais e das sedes dos municípios Poções, Santo Antônio de Jesus e Feira de Santana; e o português popular urbano, representado pelos bairros de Cajazeiras, Liberdade, Itapuã e Plataforma, localizados na capital Salvador. A base empírica de dados é formada por 120 amostras de fala vernácula pertencentes aos acervos de dois projetos de pesquisa sociolinguística desenvolvidos na Universidade Federal da Bahia e na Universidade Estadual de Feira de Santana. Os informantes são de ambos os sexos e estratificados em três faixas etárias, a fim de se identificar uma tendência à variação estável ou mudança em progresso do fenômeno variável nas comunidades de fala. Um total de 2.370 dados foram coletados e submetidos à ferramenta de análise estatística VARBRUL. A pesquisa é norteada pela hipótese de que o mais conector é resultado do contato linguístico ocorrido no Brasil nos primeiros séculos de colonização, e uma evidência de que as línguas africanas teriam afetado o Português Brasileiro. A fim de comprovar tal hipótese, estabeleço a trajetória do mais conector em um continuum de normas do português popular baiano, retomando os resultados obtidos em pesquisa realizada com o português afro-brasileiro (GOMES, 2014), falado em quatro comunidades afrodescendentes do interior do Estado da Bahia (Helvécia, Cinzento, Sapé e Rio de Contas), e relacionando-os aos resultados do português falado no interior e na capital. Os resultados da análise variacionista indicam que o fenômeno mais/com está em mudança nas comunidades do interior e da capital, a variante resultante do contato linguístico mais está sendo substituída pela variante padrão com, por conta de um processo mais amplo de nivelamento linguístico, em que os modelos dos grandes centros urbanos se difundem para todas as regiões do país, na atualidade (LUCCHESI, 2015). Por outro lado, o fenômeno mais/e é uma variação estável. Em relação à projeção da variante mais no espectro de variedades do português popular baiano, sua realização é mais frequente no português afro-brasileiro, enquanto esse percentual cai gradualmente nas comunidades da zona rural, nas comunidades das sedes dos municípios do interior, até o outro extremo do continuum, a norma urbana da capital. Esses resultados caracterizam a variante mais como um resquício do contato linguístico ocorrido na história do Brasil. No segundo momento, esta tese se debruça sobre a dimensão formal do fenômeno. Tenho chamado de alternância coordenativa-subordinativa(com) a alternância sintática entre as estruturas coordenada e subordinada, considerando a expressão do conjunto de elementos [DP1, DP2, V, conector] e o significado global das sentenças derivadas, em que os DPs ora aparecem contínuos ora aparecem descontínuos. A partir da associação entre essas estruturas sintáticas, delimito duas questões formais: i) os traços que podem ter licenciado o uso do advérbio mais como conector no português popular baiano, permitindo seu uso nas construções coordenadas e subordinadas(com); ii) a relação semântica entre os DPs participantes do mesmo evento, nas construções comitativas. Para a primeira questão, proponho que a manutenção do traço semântico <INCLUSÃO> e do traço sintático <RELACIONAL>, no processo de gramaticalização, do advérbio mais teria licenciado seu uso como um conector. Em relação à segunda questão, proponho que a atribuição temática do com-DP se dá em um esquema continuum onde, de um lado está o comitativo típico, mais simétrico com o Suj-DP, até o outro extremo onde está o caso menos simétrico, codificando apenas co-presença no evento. A partícula mais/com é lexical e contribui para a atribuição temática do com-DP num esquema de interação entre seus traços semânticos básicos, as propriedades inerentes ao núcleo do DP introduzido pela preposição e as propriedades semânticas do evento expresso pelo verbo. A mudança no advérbio mais é analisada na perspectiva da Sociolinguística Paramétrica.This study investigates the change of the adverb more. In popular Portuguese of Bahia State, the function of more is amplified as it acts as a connector in two syntactic contexts: subordination, working as the preposition with, and coordination between DPs, acting as the additive conjunction and. Usage of a single grammatical element playing the role of both comitative particle and coordinator is verified in African, pidgins and creole languages, as well as in Portuguese spoken as L2. However, such usage is not a standard in Indo-European languages. Firstly, I perform a variationist analysis of that observed phenomenon, the connector more. Social and linguistic conditioning for the variation of more in popular Bahiano Portuguese are investigated. More specifically, this analysis focuses on popular Portuguese from the countryside, represented by rural and small town communities (Poções, Santo Antônio de Jesus and Feira de Santana); and on popular urban Portuguese, represented by the neighborhoods in the State capital Salvador (Cajazeiras, Liberdade, Itapuã and Plataforma). Empirical data base comprises 120 samples of vernacular speech belonging to the collection of two research projects on sociolinguistics carried out at Federal University of Bahia and State University of Feira de Santana. Informers are from three age groups and from both genders, in order to identify a propensity to stability or to alteration of the phenomenon at the communities. A total of 2.370 data were sampled and submitted to VARBRUL statistics analysis tool. This research is grounded on the hypothesis that the connector more results from language exchange in Brazil at the first centuries of colonization, and from an evidence that African languages would have affected the Brazilian Portuguese. In order to prove such hypothesis, the path of the connector more is stablished in a continuum of rules of popular Bahiano Portuguese. To do that, I resume the results obtained in a research about Afro-Brazilian Portuguese (GOMES, 2014) spoken in four Afro descendant communities at the countryside of Bahia (Helvécia, Cinzento, Sapé and Rio de Contas) and compare them to the results of the Portuguese spoken in the countryside and in the State capital. Results of the variationist analysis indicate that the phenomenon more/with is changing both in the countryside and the State capital communities. The variant more, resulting from linguistic exchange is being replaced by the standard variant with, due to a linguistic leveling process, in which models from large urban areas are spread to all regions of the country nowadays (LUCCHESI, 2015). On the other hand, the more/and phenomenon is a stable variation. As to the projection of the variant more in the collection of varieties of Portuguese, its presence is more frequent in Afro-Brazilian Portuguese, while this percentage gradually decreases in the rural area communities, in the small town communities, to the other end of the continuum, where there is an urban rule in the State capital. These studies characterize the variant more as a trace of the contact between languages that occurred in the history of Brazil. Furthermore, this thesis discusses the formal dimension of the phenomenon. I have been referring to the coordinative-subordinate(with) alternation as the syntactic toggle between the coordinate and subordinate structures, considering the expression of the group of elements [DP1, DP2, V, connector] and the global meaning of the derivate sentences, in which the DPs sometimes are continuous and sometimes discontinuous. From the association between these syntactic structures, I address two formal issues: i) the traces that might have licensed the usage of the adverb more as a connector in popular Bahiano Portuguese, allowing its usage in coordinate and subordinate(with) structures; ii) the semantic relationship between the DPs participating of the same event, in the comitative structures. For the first issue I propose that maintaining the semantic trace <INCLUSION> and the syntactic trace <RELATIONAL>, in the process of grammaticalization of the adverb more, would have licensed its usage as a connector. As for the second issue, I propose that thematic attribution of com-DP occurs in a continuum scheme where, on one side is the typical comitative, more symmetrical with Suj-DP, to the other edge where is the less symmetrical case, coding only for co-presence in the event. The particle more/with is lexical and contributes to the thematical attribution of com-DP in a scheme of interaction between its basic semantic traces, the properties inherent to the core of the DP introduced by the preposition, and the semantic properties of the event expressed by the verb. The change of the adverb more is analyzed under the perspective of Parametric Sociolinguistics.Submitted by navarro ramos (navarroramos@ufba.br) on 2023-08-03T13:22:12Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5) TESE_DBORA_CARVALHO_TRINDADE_GOMES_-_ARQUIVO_FINAL.pdf: 2354534 bytes, checksum: c0b1e974d95055a341a73ce76d3c0c58 (MD5)Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2023-08-04T12:53:36Z (GMT) No. of bitstreams: 2 TESE_DBORA_CARVALHO_TRINDADE_GOMES_-_ARQUIVO_FINAL.pdf: 2354534 bytes, checksum: c0b1e974d95055a341a73ce76d3c0c58 (MD5) license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5)Made available in DSpace on 2023-08-04T12:53:36Z (GMT). No. of bitstreams: 2 TESE_DBORA_CARVALHO_TRINDADE_GOMES_-_ARQUIVO_FINAL.pdf: 2354534 bytes, checksum: c0b1e974d95055a341a73ce76d3c0c58 (MD5) license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5) Previous issue date: 2019-03-18porUNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAPrograma de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) UFBABrasilInstituto de LetrasCC0 1.0 Universalhttp://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/info:eu-repo/semantics/openAccessMoreComitativeCoordination between DPsStructural alternationCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTESMaisComitativoCoordenação entre DPsAlternância estruturalO MAIS CONECTOR NO PORTUGUÊS POPULAR DA BAHIA: ASPECTOS SOCIOLINGUÍSTICOS E FORMAISTHE MAIS CONNECTOR IN BAHIA'S POPULAR PORTUGUESE: SOCIOLINGUISTIC AND FORMAL ASPECTSDoutoradoinfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionSILVA, MARIA CRISTINA VIEIRA DE FIGUEIREDOSILVA , MARIA CRISTINA VIEIRA DE FIGUEIREDOARAUJO, RERISSON CAVALCANTE DEGAYER, JULIANA ESCALIER LUDWIGCOBINNAH, ALEXANDERARAUJO, SILVANA SILVA DE FARIAShttp://lattes.cnpq.br/6126741732237546GOMES, DÉBORA CARVALHO TRINDADEreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBATEXTTESE_DBORA_CARVALHO_TRINDADE_GOMES_-_ARQUIVO_FINAL.pdf.txtTESE_DBORA_CARVALHO_TRINDADE_GOMES_-_ARQUIVO_FINAL.pdf.txtExtracted texttext/plain392673https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37513/4/TESE_DBORA_CARVALHO_TRINDADE_GOMES_-_ARQUIVO_FINAL.pdf.txtdfad2e8f12230bf18622636e2b665fa7MD54ORIGINALTESE_DBORA_CARVALHO_TRINDADE_GOMES_-_ARQUIVO_FINAL.pdfTESE_DBORA_CARVALHO_TRINDADE_GOMES_-_ARQUIVO_FINAL.pdfapplication/pdf2354534https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37513/1/TESE_DBORA_CARVALHO_TRINDADE_GOMES_-_ARQUIVO_FINAL.pdfc0b1e974d95055a341a73ce76d3c0c58MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8701https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37513/2/license_rdf42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708cMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1715https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37513/3/license.txt67bf4f75790b0d8d38d8f112a48ad90bMD53ri/375132023-08-05 02:05:34.066oai:repositorio.ufba.br:ri/37513TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBvIGF1dG9yIG91IHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsICB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZS9vdSBlbGV0csO0bmljbyBlIGVtIHF1YWxxdWVyIG1laW8sIGluY2x1aW5kbyBvcyAKZm9ybWF0b3Mgw6F1ZGlvIGUvb3UgdsOtZGVvLgoKTyBhdXRvciBvdSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gZS9vdSBmb3JtYXRvIHBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLCBwb2RlbmRvIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKTyBhdXRvciBvdSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIG9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIG91IG5vIGNvbnRlw7pkbyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28gb3JhIGRlcG9zaXRhZGEuCgpDQVNPIEEgUFVCTElDQcOHw4NPIE9SQSBERVBPU0lUQURBICBSRVNVTFRFIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSAgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08sIENPTU8gVEFNQsOJTSBBUyBERU1BSVMgT0JSSUdBw4fDlUVTIApFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l0w7NyaW8gc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyLCBjbGFyYW1lbnRlLCBvIHNldSBub21lIChzKSBvdSBvKHMpIG5vbWUocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28gZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBhbMOpbSBkYXF1ZWxhcyBjb25jZWRpZGFzIHBvciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322023-08-05T05:05:34Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O MAIS CONECTOR NO PORTUGUÊS POPULAR DA BAHIA: ASPECTOS SOCIOLINGUÍSTICOS E FORMAIS
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv THE MAIS CONNECTOR IN BAHIA'S POPULAR PORTUGUESE: SOCIOLINGUISTIC AND FORMAL ASPECTS
title O MAIS CONECTOR NO PORTUGUÊS POPULAR DA BAHIA: ASPECTOS SOCIOLINGUÍSTICOS E FORMAIS
spellingShingle O MAIS CONECTOR NO PORTUGUÊS POPULAR DA BAHIA: ASPECTOS SOCIOLINGUÍSTICOS E FORMAIS
GOMES, DÉBORA CARVALHO TRINDADE
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Mais
Comitativo
Coordenação entre DPs
Alternância estrutural
More
Comitative
Coordination between DPs
Structural alternation
title_short O MAIS CONECTOR NO PORTUGUÊS POPULAR DA BAHIA: ASPECTOS SOCIOLINGUÍSTICOS E FORMAIS
title_full O MAIS CONECTOR NO PORTUGUÊS POPULAR DA BAHIA: ASPECTOS SOCIOLINGUÍSTICOS E FORMAIS
title_fullStr O MAIS CONECTOR NO PORTUGUÊS POPULAR DA BAHIA: ASPECTOS SOCIOLINGUÍSTICOS E FORMAIS
title_full_unstemmed O MAIS CONECTOR NO PORTUGUÊS POPULAR DA BAHIA: ASPECTOS SOCIOLINGUÍSTICOS E FORMAIS
title_sort O MAIS CONECTOR NO PORTUGUÊS POPULAR DA BAHIA: ASPECTOS SOCIOLINGUÍSTICOS E FORMAIS
author GOMES, DÉBORA CARVALHO TRINDADE
author_facet GOMES, DÉBORA CARVALHO TRINDADE
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv SILVA, MARIA CRISTINA VIEIRA DE FIGUEIREDO
dc.contributor.referee1.fl_str_mv SILVA , MARIA CRISTINA VIEIRA DE FIGUEIREDO
dc.contributor.referee2.fl_str_mv ARAUJO, RERISSON CAVALCANTE DE
dc.contributor.referee3.fl_str_mv GAYER, JULIANA ESCALIER LUDWIG
dc.contributor.referee4.fl_str_mv COBINNAH, ALEXANDER
dc.contributor.referee5.fl_str_mv ARAUJO, SILVANA SILVA DE FARIAS
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6126741732237546
dc.contributor.author.fl_str_mv GOMES, DÉBORA CARVALHO TRINDADE
contributor_str_mv SILVA, MARIA CRISTINA VIEIRA DE FIGUEIREDO
SILVA , MARIA CRISTINA VIEIRA DE FIGUEIREDO
ARAUJO, RERISSON CAVALCANTE DE
GAYER, JULIANA ESCALIER LUDWIG
COBINNAH, ALEXANDER
ARAUJO, SILVANA SILVA DE FARIAS
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
topic CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Mais
Comitativo
Coordenação entre DPs
Alternância estrutural
More
Comitative
Coordination between DPs
Structural alternation
dc.subject.por.fl_str_mv Mais
Comitativo
Coordenação entre DPs
Alternância estrutural
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv More
Comitative
Coordination between DPs
Structural alternation
description Este estudo investiga a mudança no advérbio mais, que tem suas funções ampliadas e passa a atuar como um conector, no português popular do Estado da Bahia, em dois contextos sintáticos: subordinação, variando com a preposição com, e coordenação entre DPs, variando com a conjunção aditiva e. O uso de um mesmo elemento gramatical exercendo funções de partícula comitativa e coordenador se verifica em línguas africanas, pidgins e crioulas, assim como no português falado como L2 em comunidades africanas. Em contraparte, esse uso não é um padrão nas línguas indo-europeias. Em um primeiro momento, faço uma análise variacionista do fenômeno investigado, o conector mais. Investigo os condicionamentos sociais e linguísticos para a variante mais no universo do português popular baiano, mais especificamente o português popular do interior, representado por comunidades rurais e das sedes dos municípios Poções, Santo Antônio de Jesus e Feira de Santana; e o português popular urbano, representado pelos bairros de Cajazeiras, Liberdade, Itapuã e Plataforma, localizados na capital Salvador. A base empírica de dados é formada por 120 amostras de fala vernácula pertencentes aos acervos de dois projetos de pesquisa sociolinguística desenvolvidos na Universidade Federal da Bahia e na Universidade Estadual de Feira de Santana. Os informantes são de ambos os sexos e estratificados em três faixas etárias, a fim de se identificar uma tendência à variação estável ou mudança em progresso do fenômeno variável nas comunidades de fala. Um total de 2.370 dados foram coletados e submetidos à ferramenta de análise estatística VARBRUL. A pesquisa é norteada pela hipótese de que o mais conector é resultado do contato linguístico ocorrido no Brasil nos primeiros séculos de colonização, e uma evidência de que as línguas africanas teriam afetado o Português Brasileiro. A fim de comprovar tal hipótese, estabeleço a trajetória do mais conector em um continuum de normas do português popular baiano, retomando os resultados obtidos em pesquisa realizada com o português afro-brasileiro (GOMES, 2014), falado em quatro comunidades afrodescendentes do interior do Estado da Bahia (Helvécia, Cinzento, Sapé e Rio de Contas), e relacionando-os aos resultados do português falado no interior e na capital. Os resultados da análise variacionista indicam que o fenômeno mais/com está em mudança nas comunidades do interior e da capital, a variante resultante do contato linguístico mais está sendo substituída pela variante padrão com, por conta de um processo mais amplo de nivelamento linguístico, em que os modelos dos grandes centros urbanos se difundem para todas as regiões do país, na atualidade (LUCCHESI, 2015). Por outro lado, o fenômeno mais/e é uma variação estável. Em relação à projeção da variante mais no espectro de variedades do português popular baiano, sua realização é mais frequente no português afro-brasileiro, enquanto esse percentual cai gradualmente nas comunidades da zona rural, nas comunidades das sedes dos municípios do interior, até o outro extremo do continuum, a norma urbana da capital. Esses resultados caracterizam a variante mais como um resquício do contato linguístico ocorrido na história do Brasil. No segundo momento, esta tese se debruça sobre a dimensão formal do fenômeno. Tenho chamado de alternância coordenativa-subordinativa(com) a alternância sintática entre as estruturas coordenada e subordinada, considerando a expressão do conjunto de elementos [DP1, DP2, V, conector] e o significado global das sentenças derivadas, em que os DPs ora aparecem contínuos ora aparecem descontínuos. A partir da associação entre essas estruturas sintáticas, delimito duas questões formais: i) os traços que podem ter licenciado o uso do advérbio mais como conector no português popular baiano, permitindo seu uso nas construções coordenadas e subordinadas(com); ii) a relação semântica entre os DPs participantes do mesmo evento, nas construções comitativas. Para a primeira questão, proponho que a manutenção do traço semântico <INCLUSÃO> e do traço sintático <RELACIONAL>, no processo de gramaticalização, do advérbio mais teria licenciado seu uso como um conector. Em relação à segunda questão, proponho que a atribuição temática do com-DP se dá em um esquema continuum onde, de um lado está o comitativo típico, mais simétrico com o Suj-DP, até o outro extremo onde está o caso menos simétrico, codificando apenas co-presença no evento. A partícula mais/com é lexical e contribui para a atribuição temática do com-DP num esquema de interação entre seus traços semânticos básicos, as propriedades inerentes ao núcleo do DP introduzido pela preposição e as propriedades semânticas do evento expresso pelo verbo. A mudança no advérbio mais é analisada na perspectiva da Sociolinguística Paramétrica.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019-03-18
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-08-04T12:53:36Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-08-04T12:53:36Z
dc.type.driver.fl_str_mv Doutorado
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37513
url https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37513
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv CC0 1.0 Universal
http://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv CC0 1.0 Universal
http://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) 
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFBA
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Instituto de Letras
publisher.none.fl_str_mv UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFBA
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Repositório Institucional da UFBA
collection Repositório Institucional da UFBA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37513/4/TESE_DBORA_CARVALHO_TRINDADE_GOMES_-_ARQUIVO_FINAL.pdf.txt
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37513/1/TESE_DBORA_CARVALHO_TRINDADE_GOMES_-_ARQUIVO_FINAL.pdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37513/2/license_rdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37513/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv dfad2e8f12230bf18622636e2b665fa7
c0b1e974d95055a341a73ce76d3c0c58
42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c
67bf4f75790b0d8d38d8f112a48ad90b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808459671169662976