Regulação semiótica no self educacional de adolescentes na transição para o ensino médio profissionalizante: a atuação da exotopia dentre as posições do eu
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27216 |
Resumo: | As transições escolares se constituem como objeto de estudo de muitos pesquisadores em diversas áreas do conhecimento. Os estudantes, comumente, encontram alguma dificuldade em negociar as transições escolares ao longo de suas vidas acadêmicas. As demandas cognitivas, relacionais e institucionais dos contextos escolares convocam os adolescentes a solucionarem diversas tensões no self educacional, o que desencadeia, por vezes, transformações em suas identidades. O objetivo deste estudo foi compreender os processos de constituição do self envolvidos na passagem do Ensino Fundamental para o Ensino Médio profissionalizante, enfatizando as rupturas-transições e as Posições do Eu, que possam emergir na dinâmica que configura o self educacional. Para tanto, foi realizado um estudo longitudinal, durante um ano, utilizando-se de entrevistas narrativas numa instituição profissionalizante de nível médio e respostas de conversas por e-mail ao pesquisador. Participaram do estudo três estudantes (um estudante do sexo masculino e duas estudantes do sexo feminino) provindos de cidades diferentes, os quais foram acompanhados ao longo de um ano na escola. A fim de facilitar a organização da análise, os dados foram analisados concomitantemente, a partir de: 1) identificação de aspectos críticos na narrativa relacionados à transição escolar e a possíveis rupturas-transições; 2) seleção de períodos nos quais aparecem situações de interações dialógicas com outros significativos; 3) análise dos trechos de narrativa, tomando-se em consideração os conceitos de mediação semiótica, de Valsiner, o de self dialógico, de Hermans, Kempen e van Loon, o de self educacional, de Marsico e Iannaccone e o de estratégias de bypass semiótico de Valsiner e Josephs e 4) a metáfora da exotopia como uma propriedade de uma Posição de Eu, a partir das noções de Bakhtin. A partir da literatura sobre transições e dos estudos da psicologia cultural semiótica, pudemos propor quatro dimensões para o self educacional, as quais engendram Posições do Eu no sistema autodialógico: 1) Dialogicidade com atores significativos para a vida acadêmica; 2) A percepção de autoeficácia acadêmica; 3) Pertencimento à instituição e 4) Projeção acadêmica e profissional de si no futuro. A noção da exotopia, como uma metáfora bakhtiniana para a Teoria do Self Dialógico, é proposta como sendo uma propriedade e mecanismo regulatório das Posições do Eu. A exotopia é, portanto, uma característica intrínseca de toda e qualquer Posição do Eu. É somente diante da exotopia que estou autorizado a me deparar com algum outro, que uma Posição do Eu pode dialogar com outra. É essa umas das condições mais fundamentais para o estabelecimento da interação, da multivocalidade, da dialogicidade no funcionamento polifônico do self, especialmente em situações eminentemente transicionais. |
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Gomes, Ramon CerqueiraDazzani, Maria Virgínia MachadoMarsico, GiuseppinaLordelo, Lia da RochaOliveira, Maria Cláudia Santos Lopes dePinheiro, Marina AssisPontes, Vívian Volkmer2018-09-04T14:00:06Z2018-09-04T14:00:06Z2018-09-042018-07-26http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27216As transições escolares se constituem como objeto de estudo de muitos pesquisadores em diversas áreas do conhecimento. Os estudantes, comumente, encontram alguma dificuldade em negociar as transições escolares ao longo de suas vidas acadêmicas. As demandas cognitivas, relacionais e institucionais dos contextos escolares convocam os adolescentes a solucionarem diversas tensões no self educacional, o que desencadeia, por vezes, transformações em suas identidades. O objetivo deste estudo foi compreender os processos de constituição do self envolvidos na passagem do Ensino Fundamental para o Ensino Médio profissionalizante, enfatizando as rupturas-transições e as Posições do Eu, que possam emergir na dinâmica que configura o self educacional. Para tanto, foi realizado um estudo longitudinal, durante um ano, utilizando-se de entrevistas narrativas numa instituição profissionalizante de nível médio e respostas de conversas por e-mail ao pesquisador. Participaram do estudo três estudantes (um estudante do sexo masculino e duas estudantes do sexo feminino) provindos de cidades diferentes, os quais foram acompanhados ao longo de um ano na escola. A fim de facilitar a organização da análise, os dados foram analisados concomitantemente, a partir de: 1) identificação de aspectos críticos na narrativa relacionados à transição escolar e a possíveis rupturas-transições; 2) seleção de períodos nos quais aparecem situações de interações dialógicas com outros significativos; 3) análise dos trechos de narrativa, tomando-se em consideração os conceitos de mediação semiótica, de Valsiner, o de self dialógico, de Hermans, Kempen e van Loon, o de self educacional, de Marsico e Iannaccone e o de estratégias de bypass semiótico de Valsiner e Josephs e 4) a metáfora da exotopia como uma propriedade de uma Posição de Eu, a partir das noções de Bakhtin. A partir da literatura sobre transições e dos estudos da psicologia cultural semiótica, pudemos propor quatro dimensões para o self educacional, as quais engendram Posições do Eu no sistema autodialógico: 1) Dialogicidade com atores significativos para a vida acadêmica; 2) A percepção de autoeficácia acadêmica; 3) Pertencimento à instituição e 4) Projeção acadêmica e profissional de si no futuro. A noção da exotopia, como uma metáfora bakhtiniana para a Teoria do Self Dialógico, é proposta como sendo uma propriedade e mecanismo regulatório das Posições do Eu. A exotopia é, portanto, uma característica intrínseca de toda e qualquer Posição do Eu. É somente diante da exotopia que estou autorizado a me deparar com algum outro, que uma Posição do Eu pode dialogar com outra. É essa umas das condições mais fundamentais para o estabelecimento da interação, da multivocalidade, da dialogicidade no funcionamento polifônico do self, especialmente em situações eminentemente transicionais.School Transitions are the object of study of many researchers in several areas of knowledge. Students commonly find some difficulty in negotiating school transitions along their academic lives. The cognitive, relational and institutional demands of school contexts invite adolescents to solve various tensions in the educational self and this sometimes provokes transformations in their identities. The objective of this study was to understand the processes of self-constitution involved in the transition from Elementary to Vocational High School, emphasizing the ruptures-transitions and the I Positions that can emerge in the dynamic that configures the educational self. For that, a longitudinal study was carried out for one year, using narrative interviews in a Vocational High School and conversations by e-mail between researcher and participants. Three students (one male student and two female students) from different cities were followed up for one year in school until the end of this study. In order to facilitate the organization of the analysis, the data were organized and analyzed concomitantly from: 1) identification of critical aspects in the narrative related to the school transition and possible ruptures-transitions; 2) selection of periods in which situations of dialogic interactions appear with significant ones; 3) analysis of the narrative excerpts, taking into account the concepts of Valsiner's semiotic mediation, the dialogical self, Hermans, Kempen and van Loon, the educational self, Marsico and Iannaccone, and the bypass strategies semiotic of Valsiner and Josephs e 4) the metaphor of exotopia as a property of a Position of Self, from the Bakhtin’s notions. From the literature on transitions and studies of semiotic cultural psychology, we were able to propose four dimensions for the educational self, which engender I Positions in the self-dialogic system: 1) Dialogicity with significant actors for the academic life; 2) The perception of academic selfefficacy; 3) Belonging to the institution and 4) Academic and professional projection of themselves in the future. The notion of exotopy, as a Bakhtinian metaphor for the Dialogical Self Theory, is proposed as being a property and regulatory mechanism of the I Positions. Exotopy is therefore an intrinsic feature of any and all I Position. It is only through the exotopy that we are allowed to be in dialogue with any other, that is, one I Position can dialogue with another. This is one of the most fundamental conditions for the establishment of interaction, multivocality and dialogicity in the polyphonic functioning of the self, especially in situations that are eminently transitional.Submitted by Ramon Gomes (ramon.gomes017@gmail.com) on 2018-08-09T17:19:43Z No. of bitstreams: 1 Tese Doutorado Definitiva - 07-07-2018.pdf: 2816246 bytes, checksum: 1dc61218f9782e8a4c9dcbe9aa1c23a2 (MD5)Approved for entry into archive by Biblioteca Isaías Alves (reposiufbat@hotmail.com) on 2018-09-04T14:00:06Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese Doutorado Definitiva - 07-07-2018.pdf: 2816246 bytes, checksum: 1dc61218f9782e8a4c9dcbe9aa1c23a2 (MD5)Made available in DSpace on 2018-09-04T14:00:06Z (GMT). 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