A negação pós-verbal no português brasileiro: análise descritiva e teórica de dialetos rurais de afro-descendentes.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFBA |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11404 |
Resumo: | Esta Dissertação investiga, a partir do quadro teórico da gramática gerativa, a estrutura de sentenças negativas do Português Brasileiro (PB), com foco sobre aquelas em que a partícula NÃO aparece em posição pós-verbal, co-ocorrendo com outra pré-verbal [Não V não] ou como o único marcador de negação da oração [V não]. A análise é baseada em um levantamento e descrição dos usos das negativas, realizado de acordo com a metodologia de quantificação de dados da Sociolingüística Variacionista, em um corpus de três comunidades afro-brasileiras do interior da Bahia, e na comparação dos resultados com os de trabalhos sobre outras variedades do PB. São utilizados, também, dados de introspecção. A análise apresentada aponta para restrições sintáticas para a ocorrência de [V não] que não se aplicam a [Não V não], contestando, portanto, estudos já realizados, seja em uma perspectiva gerativista, variacionista ou funcionalista, por assumirem os seguintes pressupostos: (i) a posição da partícula negativa final é a mesma nos dois tipos de sentença; (ii) as sentenças se diferenciam tão somente pelo apagamento da partícula pré-verbal no segundo tipo de construção, mesmo que ambas tenham usos discursivos distintos. Diferentemente de [Não V não], a estrutura [V não] não ocorre em sentenças encaixadas, sejam elas substantivas, adverbiais ou relativas, bem como em construções que envolvem topicalização de objeto, o que sugere a existência de alguma diferença na posição do marcador final nos dois tipos de negativas, em função da ativação da categoria do sistema CP. Embora os trabalhos sobre o português, em geral, assumam que o marcador final está alojado sobre alguma categoria funcional do tipo PolP responsável pela checagem da polaridade (positiva ou negativa) da sentença, esta pesquisa defende que o marcador final ocupa uma posição mais alta na sentença, uma projeção funcional responsável pela codificação de relações discursivas, DenP. Discute também os contextos que desfavorecem [V não], apontando a impossibilidade de se manter a mesma estrutura para os dois tipos de negativas em sentenças subordinadas. |
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A análise apresentada aponta para restrições sintáticas para a ocorrência de [V não] que não se aplicam a [Não V não], contestando, portanto, estudos já realizados, seja em uma perspectiva gerativista, variacionista ou funcionalista, por assumirem os seguintes pressupostos: (i) a posição da partícula negativa final é a mesma nos dois tipos de sentença; (ii) as sentenças se diferenciam tão somente pelo apagamento da partícula pré-verbal no segundo tipo de construção, mesmo que ambas tenham usos discursivos distintos. Diferentemente de [Não V não], a estrutura [V não] não ocorre em sentenças encaixadas, sejam elas substantivas, adverbiais ou relativas, bem como em construções que envolvem topicalização de objeto, o que sugere a existência de alguma diferença na posição do marcador final nos dois tipos de negativas, em função da ativação da categoria do sistema CP. Embora os trabalhos sobre o português, em geral, assumam que o marcador final está alojado sobre alguma categoria funcional do tipo PolP responsável pela checagem da polaridade (positiva ou negativa) da sentença, esta pesquisa defende que o marcador final ocupa uma posição mais alta na sentença, uma projeção funcional responsável pela codificação de relações discursivas, DenP. Discute também os contextos que desfavorecem [V não], apontando a impossibilidade de se manter a mesma estrutura para os dois tipos de negativas em sentenças subordinadas.Submitted by Edileide Reis (leyde-landy@hotmail.com) on 2013-05-16T11:43:46Z No. of bitstreams: 1 Rerisson Cavalcante.pdf: 1013646 bytes, checksum: a31317ea0d0e1bee07b4138382af28af (MD5)Approved for entry into archive by Alda Lima da Silva(sivalda@ufba.br) on 2013-05-27T21:28:16Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Rerisson Cavalcante.pdf: 1013646 bytes, checksum: a31317ea0d0e1bee07b4138382af28af (MD5)Made available in DSpace on 2013-05-27T21:28:16Z (GMT). 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Esta Dissertação investiga, a partir do quadro teórico da gramática gerativa, a estrutura de sentenças negativas do Português Brasileiro (PB), com foco sobre aquelas em que a partícula NÃO aparece em posição pós-verbal, co-ocorrendo com outra pré-verbal [Não V não] ou como o único marcador de negação da oração [V não]. A análise é baseada em um levantamento e descrição dos usos das negativas, realizado de acordo com a metodologia de quantificação de dados da Sociolingüística Variacionista, em um corpus de três comunidades afro-brasileiras do interior da Bahia, e na comparação dos resultados com os de trabalhos sobre outras variedades do PB. São utilizados, também, dados de introspecção. A análise apresentada aponta para restrições sintáticas para a ocorrência de [V não] que não se aplicam a [Não V não], contestando, portanto, estudos já realizados, seja em uma perspectiva gerativista, variacionista ou funcionalista, por assumirem os seguintes pressupostos: (i) a posição da partícula negativa final é a mesma nos dois tipos de sentença; (ii) as sentenças se diferenciam tão somente pelo apagamento da partícula pré-verbal no segundo tipo de construção, mesmo que ambas tenham usos discursivos distintos. Diferentemente de [Não V não], a estrutura [V não] não ocorre em sentenças encaixadas, sejam elas substantivas, adverbiais ou relativas, bem como em construções que envolvem topicalização de objeto, o que sugere a existência de alguma diferença na posição do marcador final nos dois tipos de negativas, em função da ativação da categoria do sistema CP. Embora os trabalhos sobre o português, em geral, assumam que o marcador final está alojado sobre alguma categoria funcional do tipo PolP responsável pela checagem da polaridade (positiva ou negativa) da sentença, esta pesquisa defende que o marcador final ocupa uma posição mais alta na sentença, uma projeção funcional responsável pela codificação de relações discursivas, DenP. Discute também os contextos que desfavorecem [V não], apontando a impossibilidade de se manter a mesma estrutura para os dois tipos de negativas em sentenças subordinadas. |
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