Vendo vozes e ouvindo mãos: o que os sinais caseiros nos dizem sobre aquisição de linguagem ou da linguagem

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cerqueira, Ivanete de Freitas
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36040
Resumo: Esta tese inscreve-se nos estudos de Aquisição da Linguagem, e aborda a realidade de Surdos nascidos em famílias ouvintes e sem acesso a nenhuma língua de sinais. Com propósito descritivo-explicativo, este trabalho de natureza básica objetivou, principalmente, descrever como os sinais caseiros se inseriam no processo comunicativo de filhos surdos com familiares ouvintes, tendo em vista o nível de compreensão entre interlocutores, a distinção entre sinais e gestos, além do grau de iconicidade concernente às unidades gestuais. Para tanto, recorreu-se às teorias de Erving Goffman (1974), David McNeill (1992, 2000) e Christian Cuxac (1993, 2003, 2010), bem como aos estudos de Susan Goldin-Meadow e colegas (1975, 1998, 2003, 2021) e Ivani Souza-Fusellier (2004). O corpus provém de uma pesquisa de campo iniciada com um mapeamento para localizar os Surdos no Vale do Juruá, no Acre. Em seguida, houve entrevistas a partir de formulário de anamnese e aplicação de atividades eliciativas, como o Teste de Nomeação Espontânea, o ERT – Exame Fonético Fonológico (TEIXEIRA, 2006) e contação de histórias com base em sequência de imagens, segundo os trabalhos de Sallandre (2003) e Souza-Fusellier (2004). Deste estudo, participaram quatro Surdos, com idades entre nove (09;00) e vinte e quatro anos (24;00), sendo três do sexo feminino e um do sexo masculino. ACN, TBE, JCA e ESA, designados a partir de suas iniciais, são surdos severos/profundos, que vivem em locais de difícil acesso, ramais mais precisamente, e nunca tiveram contato com língua sinalizada, em especial à Língua Brasileira de Sinais (Libras). Durante o processo de coleta, as informações foram registradas em formulários (anamnese) e vídeos. Os dados filmados foram convertidos para Windows Media Video (WMV), antes de serem transcritos no ELAN (Eudico Linguistic Annotator) e transformados em imagens sequenciadas, o que permitiu a identificação e análise dos enunciados nos níveis linguísticos, a distinção de gestos e sinais, e maior compreensão da iconicidade. Os resultados sugerem que: 1) Surdos e familiares partilham de um léxico comum, embora os ouvintes, em geral, se apoiem bastante em gestos coverbais; 2) os movimentos gestuais dos Surdos são unidades lexicais que se manifestam como sinais estabilizados (nomes, processos, marcadores de tempo, avaliativos.), apontamentos, transferências e gestos de chamamento (marcadores conversacionais); 3) o sinal é essencialmente icônico, sem deixar de ser convencional e arbitrário. Enfim, é pertinente afirmar que os sinais caseiros são signos linguísticos que atuam nas Línguas de Sinais Caseiras de Surdos que, não tendo acesso, precocemente, a uma língua de sinais institucionalizada, passaram a desenvolver, pari passu, seu próprio instrumento de interação, mediante o espaço linguístico-comunicativo encontrado no seio familiar.
id UFBA-2_e7bd6537f283367db49bd88862c7cd44
oai_identifier_str oai:repositorio.ufba.br:ri/36040
network_acronym_str UFBA-2
network_name_str Repositório Institucional da UFBA
repository_id_str 1932
spelling 2022-09-20T15:44:19Z2022-09-20T15:44:19Z2021-12-13https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36040Esta tese inscreve-se nos estudos de Aquisição da Linguagem, e aborda a realidade de Surdos nascidos em famílias ouvintes e sem acesso a nenhuma língua de sinais. Com propósito descritivo-explicativo, este trabalho de natureza básica objetivou, principalmente, descrever como os sinais caseiros se inseriam no processo comunicativo de filhos surdos com familiares ouvintes, tendo em vista o nível de compreensão entre interlocutores, a distinção entre sinais e gestos, além do grau de iconicidade concernente às unidades gestuais. Para tanto, recorreu-se às teorias de Erving Goffman (1974), David McNeill (1992, 2000) e Christian Cuxac (1993, 2003, 2010), bem como aos estudos de Susan Goldin-Meadow e colegas (1975, 1998, 2003, 2021) e Ivani Souza-Fusellier (2004). O corpus provém de uma pesquisa de campo iniciada com um mapeamento para localizar os Surdos no Vale do Juruá, no Acre. Em seguida, houve entrevistas a partir de formulário de anamnese e aplicação de atividades eliciativas, como o Teste de Nomeação Espontânea, o ERT – Exame Fonético Fonológico (TEIXEIRA, 2006) e contação de histórias com base em sequência de imagens, segundo os trabalhos de Sallandre (2003) e Souza-Fusellier (2004). Deste estudo, participaram quatro Surdos, com idades entre nove (09;00) e vinte e quatro anos (24;00), sendo três do sexo feminino e um do sexo masculino. ACN, TBE, JCA e ESA, designados a partir de suas iniciais, são surdos severos/profundos, que vivem em locais de difícil acesso, ramais mais precisamente, e nunca tiveram contato com língua sinalizada, em especial à Língua Brasileira de Sinais (Libras). Durante o processo de coleta, as informações foram registradas em formulários (anamnese) e vídeos. Os dados filmados foram convertidos para Windows Media Video (WMV), antes de serem transcritos no ELAN (Eudico Linguistic Annotator) e transformados em imagens sequenciadas, o que permitiu a identificação e análise dos enunciados nos níveis linguísticos, a distinção de gestos e sinais, e maior compreensão da iconicidade. Os resultados sugerem que: 1) Surdos e familiares partilham de um léxico comum, embora os ouvintes, em geral, se apoiem bastante em gestos coverbais; 2) os movimentos gestuais dos Surdos são unidades lexicais que se manifestam como sinais estabilizados (nomes, processos, marcadores de tempo, avaliativos.), apontamentos, transferências e gestos de chamamento (marcadores conversacionais); 3) o sinal é essencialmente icônico, sem deixar de ser convencional e arbitrário. Enfim, é pertinente afirmar que os sinais caseiros são signos linguísticos que atuam nas Línguas de Sinais Caseiras de Surdos que, não tendo acesso, precocemente, a uma língua de sinais institucionalizada, passaram a desenvolver, pari passu, seu próprio instrumento de interação, mediante o espaço linguístico-comunicativo encontrado no seio familiar.This thesis resides in the Language Acquisition studies and addresses the reality of Deaf people born into hearing families and without access to any sign language. With a descriptive-explanatory purpose, this work of basic nature aims, mainly, to describe how homesigns were inserted in the communicative process of deaf children with hearing relatives, considering: the level of understanding between interlocutors; the distinction between signs and gestures; along with the degree of iconicity concerning the gestural units. To do so, we turned to the theories of Erving Goffman (1974), David McNeill (1992, 2000), and Christian Cuxac (1993, 2003, 2010), as well as the studies of Susan Goldin-Meadow and colleagues (1975, 1998, 2003, 2021) and Ivani Souza-Fusellier (2004). The corpus comes from field research that began with a mapping process to identify deaf people in Vale do Juruá, in Acre. Then, interviews were conducted using an anamnesis form and usage of eliciting activities, such as the Spontaneous Naming Test, the ERT - Phonological Phonetic Exam (TEIXEIRA, 2006), and storytelling from a sequence of images, according to the works of Sallandre (2003) and Souza-Fusellier (2004). Four deaf people participated in this study, aged between nine (09.00) and twenty-four-year-old (24.00), three women and one man. ACN, TBE, JCA, and ESA, assigned by their initials, are severe/profound deaf, who live in places of difficult access, isolated more precisely, and have never had contact with any sign language, especially Brazilian Sign Language (LIBRAS). During the collection process, data were recorded in form (anamnesis) and video. The video data underwent several editions before being transcribed in ELAN (Eudico Linguistic Annotator) then converted into a sequence of images, which allowed identification and analysis of statements at linguistic levels, the distinction of gestures and signs, and greater understanding of iconicity. The results reveal that: 1) Deaf people and family members share a common lexicon, although listeners, in general, rely mostly on coverbal gestures; 2) Deaf people’s gestures are lexical units that arise as stable signs (names, processes, time markers, evaluations.), notes, transfers and calling gestures (conversation markers); 3) the sign is essentially iconic, without ceasing to be conventional and arbitrary. Ultimately, it is appropriate to state that homesigns are linguistic signs that act in Homesign Languages for Deaf people who, not having previous access to an institutionalized sign language, developed pari passu, their own instrument of interaction, through the linguistic-communicative space found within the family.Submitted by navarro ramos (navarroramos@ufba.br) on 2022-08-24T17:23:05Z No. of bitstreams: 1 Tese de Doutorado.pdf: 7873301 bytes, checksum: fe31b4c7fd0169964fe9087cefb1eb67 (MD5)Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2022-09-20T15:44:19Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Tese de Doutorado.pdf: 7873301 bytes, checksum: fe31b4c7fd0169964fe9087cefb1eb67 (MD5)Made available in DSpace on 2022-09-20T15:44:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Tese de Doutorado.pdf: 7873301 bytes, checksum: fe31b4c7fd0169964fe9087cefb1eb67 (MD5) Previous issue date: 2021-12-13porUNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAPrograma de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) UFBABrasilInstituto de LetrasSignsGesturesIconicitySign languageHomesign LanguageCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTESSinaisGestosIconicidadeLíngua de SinaisLíngua de Sinais CaseiraVendo vozes e ouvindo mãos: o que os sinais caseiros nos dizem sobre aquisição de linguagem ou da linguageminfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisTeixeira, Elizabeth Reishttp://lattes.cnpq.br/6177760381095851Teixeira, Elizabeth ReisCavalcante, Marianne Carvalho BezerraCastro Júnior, Gláucio deFlores, Vinicius MartinsBento, Nanci Araújohttp://lattes.cnpq.br/0066582836297725Cerqueira, Ivanete de Freitasreponame:Repositório Institucional da UFBAinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALTese de Doutorado.pdfTese de Doutorado.pdfIVANETE DE FREITAS CERQUEIRAapplication/pdf7873301https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/36040/1/Tese%20de%20Doutorado.pdffe31b4c7fd0169964fe9087cefb1eb67MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1715https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/36040/2/license.txt67bf4f75790b0d8d38d8f112a48ad90bMD52TEXTTese de Doutorado.pdf.txtTese de Doutorado.pdf.txtExtracted texttext/plain844920https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/36040/3/Tese%20de%20Doutorado.pdf.txt324aaa128011d26eefece74dde59b5dbMD53ri/360402022-09-24 02:03:11.569oai:repositorio.ufba.br:ri/36040TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBvIGF1dG9yIG91IHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsICB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZS9vdSBlbGV0csO0bmljbyBlIGVtIHF1YWxxdWVyIG1laW8sIGluY2x1aW5kbyBvcyAKZm9ybWF0b3Mgw6F1ZGlvIGUvb3UgdsOtZGVvLgoKTyBhdXRvciBvdSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gZS9vdSBmb3JtYXRvIHBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLCBwb2RlbmRvIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKTyBhdXRvciBvdSB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIG9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIG91IG5vIGNvbnRlw7pkbyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28gb3JhIGRlcG9zaXRhZGEuCgpDQVNPIEEgUFVCTElDQcOHw4NPIE9SQSBERVBPU0lUQURBICBSRVNVTFRFIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSAgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08sIENPTU8gVEFNQsOJTSBBUyBERU1BSVMgT0JSSUdBw4fDlUVTIApFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKTyBSZXBvc2l0w7NyaW8gc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyLCBjbGFyYW1lbnRlLCBvIHNldSBub21lIChzKSBvdSBvKHMpIG5vbWUocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28gZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBhbMOpbSBkYXF1ZWxhcyBjb25jZWRpZGFzIHBvciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLgo=Repositório InstitucionalPUBhttp://192.188.11.11:8080/oai/requestopendoar:19322022-09-24T05:03:11Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Vendo vozes e ouvindo mãos: o que os sinais caseiros nos dizem sobre aquisição de linguagem ou da linguagem
title Vendo vozes e ouvindo mãos: o que os sinais caseiros nos dizem sobre aquisição de linguagem ou da linguagem
spellingShingle Vendo vozes e ouvindo mãos: o que os sinais caseiros nos dizem sobre aquisição de linguagem ou da linguagem
Cerqueira, Ivanete de Freitas
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Sinais
Gestos
Iconicidade
Língua de Sinais
Língua de Sinais Caseira
Signs
Gestures
Iconicity
Sign language
Homesign Language
title_short Vendo vozes e ouvindo mãos: o que os sinais caseiros nos dizem sobre aquisição de linguagem ou da linguagem
title_full Vendo vozes e ouvindo mãos: o que os sinais caseiros nos dizem sobre aquisição de linguagem ou da linguagem
title_fullStr Vendo vozes e ouvindo mãos: o que os sinais caseiros nos dizem sobre aquisição de linguagem ou da linguagem
title_full_unstemmed Vendo vozes e ouvindo mãos: o que os sinais caseiros nos dizem sobre aquisição de linguagem ou da linguagem
title_sort Vendo vozes e ouvindo mãos: o que os sinais caseiros nos dizem sobre aquisição de linguagem ou da linguagem
author Cerqueira, Ivanete de Freitas
author_facet Cerqueira, Ivanete de Freitas
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Teixeira, Elizabeth Reis
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6177760381095851
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Teixeira, Elizabeth Reis
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Cavalcante, Marianne Carvalho Bezerra
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Castro Júnior, Gláucio de
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Flores, Vinicius Martins
dc.contributor.referee5.fl_str_mv Bento, Nanci Araújo
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0066582836297725
dc.contributor.author.fl_str_mv Cerqueira, Ivanete de Freitas
contributor_str_mv Teixeira, Elizabeth Reis
Teixeira, Elizabeth Reis
Cavalcante, Marianne Carvalho Bezerra
Castro Júnior, Gláucio de
Flores, Vinicius Martins
Bento, Nanci Araújo
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
topic CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Sinais
Gestos
Iconicidade
Língua de Sinais
Língua de Sinais Caseira
Signs
Gestures
Iconicity
Sign language
Homesign Language
dc.subject.por.fl_str_mv Sinais
Gestos
Iconicidade
Língua de Sinais
Língua de Sinais Caseira
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Signs
Gestures
Iconicity
Sign language
Homesign Language
description Esta tese inscreve-se nos estudos de Aquisição da Linguagem, e aborda a realidade de Surdos nascidos em famílias ouvintes e sem acesso a nenhuma língua de sinais. Com propósito descritivo-explicativo, este trabalho de natureza básica objetivou, principalmente, descrever como os sinais caseiros se inseriam no processo comunicativo de filhos surdos com familiares ouvintes, tendo em vista o nível de compreensão entre interlocutores, a distinção entre sinais e gestos, além do grau de iconicidade concernente às unidades gestuais. Para tanto, recorreu-se às teorias de Erving Goffman (1974), David McNeill (1992, 2000) e Christian Cuxac (1993, 2003, 2010), bem como aos estudos de Susan Goldin-Meadow e colegas (1975, 1998, 2003, 2021) e Ivani Souza-Fusellier (2004). O corpus provém de uma pesquisa de campo iniciada com um mapeamento para localizar os Surdos no Vale do Juruá, no Acre. Em seguida, houve entrevistas a partir de formulário de anamnese e aplicação de atividades eliciativas, como o Teste de Nomeação Espontânea, o ERT – Exame Fonético Fonológico (TEIXEIRA, 2006) e contação de histórias com base em sequência de imagens, segundo os trabalhos de Sallandre (2003) e Souza-Fusellier (2004). Deste estudo, participaram quatro Surdos, com idades entre nove (09;00) e vinte e quatro anos (24;00), sendo três do sexo feminino e um do sexo masculino. ACN, TBE, JCA e ESA, designados a partir de suas iniciais, são surdos severos/profundos, que vivem em locais de difícil acesso, ramais mais precisamente, e nunca tiveram contato com língua sinalizada, em especial à Língua Brasileira de Sinais (Libras). Durante o processo de coleta, as informações foram registradas em formulários (anamnese) e vídeos. Os dados filmados foram convertidos para Windows Media Video (WMV), antes de serem transcritos no ELAN (Eudico Linguistic Annotator) e transformados em imagens sequenciadas, o que permitiu a identificação e análise dos enunciados nos níveis linguísticos, a distinção de gestos e sinais, e maior compreensão da iconicidade. Os resultados sugerem que: 1) Surdos e familiares partilham de um léxico comum, embora os ouvintes, em geral, se apoiem bastante em gestos coverbais; 2) os movimentos gestuais dos Surdos são unidades lexicais que se manifestam como sinais estabilizados (nomes, processos, marcadores de tempo, avaliativos.), apontamentos, transferências e gestos de chamamento (marcadores conversacionais); 3) o sinal é essencialmente icônico, sem deixar de ser convencional e arbitrário. Enfim, é pertinente afirmar que os sinais caseiros são signos linguísticos que atuam nas Línguas de Sinais Caseiras de Surdos que, não tendo acesso, precocemente, a uma língua de sinais institucionalizada, passaram a desenvolver, pari passu, seu próprio instrumento de interação, mediante o espaço linguístico-comunicativo encontrado no seio familiar.
publishDate 2021
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-12-13
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-09-20T15:44:19Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-09-20T15:44:19Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36040
url https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36040
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) 
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFBA
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Instituto de Letras
publisher.none.fl_str_mv UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFBA
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Repositório Institucional da UFBA
collection Repositório Institucional da UFBA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/36040/1/Tese%20de%20Doutorado.pdf
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/36040/2/license.txt
https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/36040/3/Tese%20de%20Doutorado.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv fe31b4c7fd0169964fe9087cefb1eb67
67bf4f75790b0d8d38d8f112a48ad90b
324aaa128011d26eefece74dde59b5db
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFBA - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801502757010538496