Potencial gerador dos folhelhos cretáceos e modelagem 1D na Sub-bacia Tucano Sul, Bahia, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves, Ana Paula de Araújo
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37718
Resumo: A Bacia de Tucano (BT) compreende a porção central do rifte intracontinental RecôncavoTucano-Jatobá (RTJ) que foi abortado durante o Eo-aptiano. Sua origem está relacionada à extensão crustal ocorrida no Cretáceo Inferior, com a fragmentação do supercontinente Gondwana e formação do Oceano Atlântico. Existem poucos estudos publicados sobre a Bacia do Tucano no que diz respeito à geração de hidrocarbonetos. Assim, o presente trabalho visa contribuir para o conhecimento do potencial gerador do compartimento sul dessa bacia, através da avaliação dos folhelhos do Grupo Ilhas (que se apresenta indiviso) e da Formação Candeias em um poço (1-TBO-1-BA) e da modelagem 1D para investigar as condições de geração de hidrocarbonetos. Os dados desse poço foram cedidos pela ANP, e então, foi feita a análise geoquímica das amostras desses folhelhos com dados de COT, pirólise e macerais contendo o querogênio. O poço 1-TBO-1-BA localiza-se na porção centro-oeste da bacia com profundidade de 3.598 m. O Grupo Ilhas possui os maiores teores de COT, alcançando valores de 2,6%, enquanto a Formação Candeias chega a 1,4%. Com relação a maturidade térmica para a geração de hidrocarbonetos, as amostras da Formação Candeias apresentam maior maturidade em relação ao Grupo Ilhas, o que a tornaria um alvo exploratório mais interessante, com valores de Tmax entre 448 ºC e 451 ºC e Ro% entre 0,84 e 0,94%. As amostras do Grupo Ilhas variam de imaturas no seu topo (Tmax = 432 ºC, Ro =0,55%) a matura na sua base (Tmax = 450 ºC, Ro = 0,77%). O diagrama tipo Van Krevelen classifica o querogênio contido nas amostras dos folhelhos das duas unidades como sendo predominantemente dos tipos II e III, mas avaliando-se com o conjunto de dados de maturidade e macerais disponibilizados pela ANP , sugere-se que há uma mistura dos tipos I e II. Para a construção da história térmica e de subsidência da bacia foi utilizado o software Petromod da Schlumberger, inserindo dados geológicos, geoquímicos e os fatores de estiramento da crosta (4.0) e do manto (1.1) no módulo Mckenzie. Como resultado obteve-se a curva de fluxo de calor e subsidência no tempo geológico. A variação do fluxo de calor para o poço na fase inicial do rifte foi de 32 mW/m2 (Berriasiano) chegando a 57 mW/m2 no final da fase rifte (Aptiano), com uma espessura de erosão para o poço de 500 metros (350 metros no topo da Formação São Sebastião e 150 metros no topo da Formação Marizal). Os resultados da modelagem reforçaram que os folhelhos da base da Formação Candeias apresentam maior potencial para a geração de hidrocarbonetos do que os do Grupo Ilhas, sendo maior o potencial para a geração de óleo, já que a Formação Candeias alcançou maior maturidade (paleo-temperaturas chegando a 148 ºC e Ro a aproximadamente 1%), atingindo taxa de transformação de 48%, enquanto no Grupo Ilhas não teria havido geração. Ficou evidente que o processo de geração foi predominante durante a fase sin-rifte no BarremianoAptiano (128 a 124 Ma), demostrando que o fluxo de calor proveniente do processo de abertura da bacia é o fator predominante para a maturação da matéria orgânica. A fim de verificar quais condições seriam as ideais para que os folhelhos dessas unidades possam ser geradoras em grande potencial, foi modelado um poço hipotético (HP-1) espelhado no poço 1-TBO-1-BA, modificando as condições de profundidade do poço (5.600metros) e os valores médios de COT (Grupo Ilhas 2,0 %Ro, Formação Candeias 1,7 %Ro) e IH (Grupo Ilhas 650 mgHC/gCOT, Formação Candeias 550 mgHC/gCOT). Com essas alterações,observou-se mudanças significativas na maturação térmica das unidades e consequentemente nas taxas de transformação com geração de gás. A Formação Candeias atingiria 2,3 %Roe o Grupo Ilhas 1,3 %Ro, sendo que as duas unidades alcançariam 100% de taxa de transformação e, essa condição pode ser factível, uma vez que a bacia pode chegar a 7.000 metros de profundidade, indicando um importante potencial prospectivo para os blocos baixo desta sub-bacia.
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spelling 2023-08-24T12:01:18Z2023-08-24T12:01:18Z2022-03-08ALVES, Ana Paula de Araújo. Potencial gerador dos folhelhos Cretáceos e modelagem 1D na Sub-Bacia Tucano Sul, Bahia, Brasil. 2022. 79 f. Dissertação (Mestrado em Geoquímica do Petróleo e Ambiental) Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, 2022.https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37718A Bacia de Tucano (BT) compreende a porção central do rifte intracontinental RecôncavoTucano-Jatobá (RTJ) que foi abortado durante o Eo-aptiano. Sua origem está relacionada à extensão crustal ocorrida no Cretáceo Inferior, com a fragmentação do supercontinente Gondwana e formação do Oceano Atlântico. Existem poucos estudos publicados sobre a Bacia do Tucano no que diz respeito à geração de hidrocarbonetos. Assim, o presente trabalho visa contribuir para o conhecimento do potencial gerador do compartimento sul dessa bacia, através da avaliação dos folhelhos do Grupo Ilhas (que se apresenta indiviso) e da Formação Candeias em um poço (1-TBO-1-BA) e da modelagem 1D para investigar as condições de geração de hidrocarbonetos. Os dados desse poço foram cedidos pela ANP, e então, foi feita a análise geoquímica das amostras desses folhelhos com dados de COT, pirólise e macerais contendo o querogênio. O poço 1-TBO-1-BA localiza-se na porção centro-oeste da bacia com profundidade de 3.598 m. O Grupo Ilhas possui os maiores teores de COT, alcançando valores de 2,6%, enquanto a Formação Candeias chega a 1,4%. Com relação a maturidade térmica para a geração de hidrocarbonetos, as amostras da Formação Candeias apresentam maior maturidade em relação ao Grupo Ilhas, o que a tornaria um alvo exploratório mais interessante, com valores de Tmax entre 448 ºC e 451 ºC e Ro% entre 0,84 e 0,94%. As amostras do Grupo Ilhas variam de imaturas no seu topo (Tmax = 432 ºC, Ro =0,55%) a matura na sua base (Tmax = 450 ºC, Ro = 0,77%). O diagrama tipo Van Krevelen classifica o querogênio contido nas amostras dos folhelhos das duas unidades como sendo predominantemente dos tipos II e III, mas avaliando-se com o conjunto de dados de maturidade e macerais disponibilizados pela ANP , sugere-se que há uma mistura dos tipos I e II. Para a construção da história térmica e de subsidência da bacia foi utilizado o software Petromod da Schlumberger, inserindo dados geológicos, geoquímicos e os fatores de estiramento da crosta (4.0) e do manto (1.1) no módulo Mckenzie. Como resultado obteve-se a curva de fluxo de calor e subsidência no tempo geológico. A variação do fluxo de calor para o poço na fase inicial do rifte foi de 32 mW/m2 (Berriasiano) chegando a 57 mW/m2 no final da fase rifte (Aptiano), com uma espessura de erosão para o poço de 500 metros (350 metros no topo da Formação São Sebastião e 150 metros no topo da Formação Marizal). Os resultados da modelagem reforçaram que os folhelhos da base da Formação Candeias apresentam maior potencial para a geração de hidrocarbonetos do que os do Grupo Ilhas, sendo maior o potencial para a geração de óleo, já que a Formação Candeias alcançou maior maturidade (paleo-temperaturas chegando a 148 ºC e Ro a aproximadamente 1%), atingindo taxa de transformação de 48%, enquanto no Grupo Ilhas não teria havido geração. Ficou evidente que o processo de geração foi predominante durante a fase sin-rifte no BarremianoAptiano (128 a 124 Ma), demostrando que o fluxo de calor proveniente do processo de abertura da bacia é o fator predominante para a maturação da matéria orgânica. A fim de verificar quais condições seriam as ideais para que os folhelhos dessas unidades possam ser geradoras em grande potencial, foi modelado um poço hipotético (HP-1) espelhado no poço 1-TBO-1-BA, modificando as condições de profundidade do poço (5.600metros) e os valores médios de COT (Grupo Ilhas 2,0 %Ro, Formação Candeias 1,7 %Ro) e IH (Grupo Ilhas 650 mgHC/gCOT, Formação Candeias 550 mgHC/gCOT). Com essas alterações,observou-se mudanças significativas na maturação térmica das unidades e consequentemente nas taxas de transformação com geração de gás. A Formação Candeias atingiria 2,3 %Roe o Grupo Ilhas 1,3 %Ro, sendo que as duas unidades alcançariam 100% de taxa de transformação e, essa condição pode ser factível, uma vez que a bacia pode chegar a 7.000 metros de profundidade, indicando um importante potencial prospectivo para os blocos baixo desta sub-bacia.The Tucano Basin (TB) comprises the central portion of the Recôncavo-Tucano-Jatobá (RTJ) intracontinental rift that was aborted during the Eo-Aptian. Its origin is related to the crustal extension that occurred in the Early Cretaceous, with the fragmentation of the Gondwana supercontinent and the formation of the Atlantic Ocean. There are few published studies on the Tucano Basin regarding the generation of hydrocarbons. Thus, the present work aims to contribute to the knowledge of the generating potential of the southern compartment of this basin, through the evaluation of the shales of the Ilhas Group (which is undivided) and of the Candeias Formation in a well (TBO-1-BA) and the modeling 1D for hydrocarbon generation conditions. The data from this well were provided by the ANP, and then, the geochemical characterization of samples of these shales was carried out with data on TOC, pyrolysis and macerals containing kerogen. Well 1-TBO-1-BA is in the central-west portion of the basin with a depth of 3,598 m. The Ilhas Group has the highest TOC contents, reaching values of 2.6%, while the Candeias Formation reaches 1.4%. Regarding thermal maturity for the generation of hydrocarbons the samples of the Candeias Formation present greater maturity in relation to the Ilhas Group, which would make it a more interesting exploratory target, with Tmax values between 448 ºC and 451 ºC and %Ro between 0.84 and 0. 94%. Samples from the Ilhas Group range from immature at its top (Tmax = 432 ºC, Ro =0.55%) to mature at its base (Tmax = 450 ºC, Ro = 0.77%). The Van Krevelen type diagram classifies the kerogen contained in the shale samples from the two units as predominantly type II and III but evaluating itself with the set of maturity data and macerals made available by the ANP, it is suggested that there is a mixture of types I and II. For the construction of the basin's thermal and subsidence history, Schlumberger's Petromod software was used, inserting geological and geochemical data and the crust (4.0) and mantle (1.1) stretching factors in the Mckenzie module. As a result, the heat flow and subsidence curve in geological time is obtained. The heat flow variation for Well 1-TBO-1-BA in the initial phase of the rift was 32 mW/m2 (Barremian) reaching 57 mW/m2 at the end of the rift phase (Aptian), with an erosion thickness of the well of 500 meters (350 meters at the top of the São Sebastião Formation and 150 meters at the top of the Marizal Formation). The modeling results reinforced that the base shales of the Candeias Formation have greater potential for the generation of hydrocarbons than those of the Ilhas Group, with its greater potential for oil generation, since the Candeias Formation has reached greater maturity (paleo-temperatures reaching 148 ºC and Ro to approximately 1%), reaching a transformation rate of 48%, while in the Ilhas Group there was no transformation. It was evident that the generation process was predominant during the synrift phase in theBarremian-Aptian (128 to 124 Ma), demonstrating that the heat flow from the basin opening process is the predominant factor for the maturation of organic matter. To verify which conditions would be ideal for the shales of these units to generate high potential conditions, a hypothetical well (HP-1) mirrored in well 1-TBO-1-BA was modeled, modifying the depth conditions of the well(5.600 metros) and the mean values of TOC(Ilhas Group 2,0 %Ro, Candeias Formation 1,7 %Ro) and IH(Ilhas Group 650 mgHC/gCOT, Candeias Formation 550 mgHC/gCOT). With these changes, there were significant changes in the thermal maturation of the units and, consequently, in the transformation rates with gás generation. The Candeias Formation reached 2.3 %Ro and the Ilhas Group 1.4 %Ro, with the two units reaching a 100% transformation rate and this condition may be feasible, since the basin can reach a depth of 7,000 meters, indicating an important prospective potential for the low blocks of this sub-basin.Submitted by Mayra Costa (mayra.costa@ufba.br) on 2023-08-23T12:04:41Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5) Dissertao_AnaPaula_08abr2022 (1).pdf: 4907150 bytes, checksum: 38be2526a2f1e4623341998fee38bfe2 (MD5)Approved for entry into archive by Solange Rocha (soluny@gmail.com) on 2023-08-24T12:01:18Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Dissertao_AnaPaula_08abr2022 (1).pdf: 4907150 bytes, checksum: 38be2526a2f1e4623341998fee38bfe2 (MD5) license_rdf: 701 bytes, checksum: 42fd4ad1e89814f5e4a476b409eb708c (MD5)Made available in DSpace on 2023-08-24T12:01:18Z (GMT). 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Alves, Ana Paula de Araújo
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description A Bacia de Tucano (BT) compreende a porção central do rifte intracontinental RecôncavoTucano-Jatobá (RTJ) que foi abortado durante o Eo-aptiano. Sua origem está relacionada à extensão crustal ocorrida no Cretáceo Inferior, com a fragmentação do supercontinente Gondwana e formação do Oceano Atlântico. Existem poucos estudos publicados sobre a Bacia do Tucano no que diz respeito à geração de hidrocarbonetos. Assim, o presente trabalho visa contribuir para o conhecimento do potencial gerador do compartimento sul dessa bacia, através da avaliação dos folhelhos do Grupo Ilhas (que se apresenta indiviso) e da Formação Candeias em um poço (1-TBO-1-BA) e da modelagem 1D para investigar as condições de geração de hidrocarbonetos. Os dados desse poço foram cedidos pela ANP, e então, foi feita a análise geoquímica das amostras desses folhelhos com dados de COT, pirólise e macerais contendo o querogênio. O poço 1-TBO-1-BA localiza-se na porção centro-oeste da bacia com profundidade de 3.598 m. O Grupo Ilhas possui os maiores teores de COT, alcançando valores de 2,6%, enquanto a Formação Candeias chega a 1,4%. Com relação a maturidade térmica para a geração de hidrocarbonetos, as amostras da Formação Candeias apresentam maior maturidade em relação ao Grupo Ilhas, o que a tornaria um alvo exploratório mais interessante, com valores de Tmax entre 448 ºC e 451 ºC e Ro% entre 0,84 e 0,94%. As amostras do Grupo Ilhas variam de imaturas no seu topo (Tmax = 432 ºC, Ro =0,55%) a matura na sua base (Tmax = 450 ºC, Ro = 0,77%). O diagrama tipo Van Krevelen classifica o querogênio contido nas amostras dos folhelhos das duas unidades como sendo predominantemente dos tipos II e III, mas avaliando-se com o conjunto de dados de maturidade e macerais disponibilizados pela ANP , sugere-se que há uma mistura dos tipos I e II. Para a construção da história térmica e de subsidência da bacia foi utilizado o software Petromod da Schlumberger, inserindo dados geológicos, geoquímicos e os fatores de estiramento da crosta (4.0) e do manto (1.1) no módulo Mckenzie. Como resultado obteve-se a curva de fluxo de calor e subsidência no tempo geológico. A variação do fluxo de calor para o poço na fase inicial do rifte foi de 32 mW/m2 (Berriasiano) chegando a 57 mW/m2 no final da fase rifte (Aptiano), com uma espessura de erosão para o poço de 500 metros (350 metros no topo da Formação São Sebastião e 150 metros no topo da Formação Marizal). Os resultados da modelagem reforçaram que os folhelhos da base da Formação Candeias apresentam maior potencial para a geração de hidrocarbonetos do que os do Grupo Ilhas, sendo maior o potencial para a geração de óleo, já que a Formação Candeias alcançou maior maturidade (paleo-temperaturas chegando a 148 ºC e Ro a aproximadamente 1%), atingindo taxa de transformação de 48%, enquanto no Grupo Ilhas não teria havido geração. Ficou evidente que o processo de geração foi predominante durante a fase sin-rifte no BarremianoAptiano (128 a 124 Ma), demostrando que o fluxo de calor proveniente do processo de abertura da bacia é o fator predominante para a maturação da matéria orgânica. A fim de verificar quais condições seriam as ideais para que os folhelhos dessas unidades possam ser geradoras em grande potencial, foi modelado um poço hipotético (HP-1) espelhado no poço 1-TBO-1-BA, modificando as condições de profundidade do poço (5.600metros) e os valores médios de COT (Grupo Ilhas 2,0 %Ro, Formação Candeias 1,7 %Ro) e IH (Grupo Ilhas 650 mgHC/gCOT, Formação Candeias 550 mgHC/gCOT). Com essas alterações,observou-se mudanças significativas na maturação térmica das unidades e consequentemente nas taxas de transformação com geração de gás. A Formação Candeias atingiria 2,3 %Roe o Grupo Ilhas 1,3 %Ro, sendo que as duas unidades alcançariam 100% de taxa de transformação e, essa condição pode ser factível, uma vez que a bacia pode chegar a 7.000 metros de profundidade, indicando um importante potencial prospectivo para os blocos baixo desta sub-bacia.
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