DA VILA ABOBORINHA PARA NOVA ESPERANÇA: A CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DO HOMEM DO CAMPO NOS QUADRINHOS DE CHICO BENTO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Illa, Pires de Azevedo
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFBA
Texto Completo: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29171
Resumo: Este trabalho está inserido no âmbito dos estudos discursivos e tem como objetivo principal investigar como se constrói, pelo discurso, a imagem do homem do campo nas histórias em quadrinhos de Chico Bento e Chico Bento Moço, personagens do cartunista brasileiro Maurício de Sousa. A escolha pelos quadrinhos se deve ao fato de que se trata de um gênero que tem conquistado espaço na sociedade – sobretudo nas escolas –, constituindo-se, assim, um meio importante para a veiculação de discursos. Desse modo, ancorados no aporte teórico-metodológico da Análise de Discurso de linha francesa, do filósofo Michel Pêcheux e de seus principais estudiosos, serão analisadas as formações discursivas e ideológicas acerca do homem do campo veiculadas nas referidas histórias, observando-se como as elas são caracterizadas discursivamente nesse gênero. Para tanto, foram considerados os elementos sociais, as ideologias, a História, as condições de produção do discurso, tomando como base a ideia de que os discursos não são fixos, mas se transformam e acompanham as transformações sociais da humanidade, conforme enfatiza Fernandes (2008), sendo, pois, constituídos na História e pela História. Considerou-se também o fato de que a língua é opaca e não transparente, e de que não existe uma relação direta entre o signo e o referente. Assim, os gestos de leitura aqui realizados nos permitiram observar que o sujeito morador da cidade, ao enunciar, estava sempre inscrito em uma formação discursiva predominante que concebia o homem do campo como ingênuo, bobo, atrasado no que se refere aos avanços da cidade. A construção da imagem do morador do campo baseada em imaginários sociodiscursivos já cristalizados fez-se notar durante o estudo. Tais imagens aproximam-se sobremaneira de outros personagens caipiras criados ao longo da história, como Jeca Tatu, de Monteiro Lobato – o que evidencia a ligação dessas construções ao interdiscurso. Por conseguinte, constatou-se que há um conflito entre formações discursivas que colocam o campo a e cidade como espaços antagônicos, bem como se observou que há a existência de discursos já legitimados e fixos sobre o que é ser morador do campo e o que é ser morador da cidade. Percebeu-se que foram silenciados outros discursos, tanto com relação ao campo, quanto à cidade, afinal o primeiro não se resume apenas ao trabalho, colheita e calmaria, assim como a cidade não é a síntese do caos. Silenciadas também estiveram outras posições de sujeitos moradores da cidade e, consequentemente, outras construções acerca do homem do campo.
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Desse modo, ancorados no aporte teórico-metodológico da Análise de Discurso de linha francesa, do filósofo Michel Pêcheux e de seus principais estudiosos, serão analisadas as formações discursivas e ideológicas acerca do homem do campo veiculadas nas referidas histórias, observando-se como as elas são caracterizadas discursivamente nesse gênero. Para tanto, foram considerados os elementos sociais, as ideologias, a História, as condições de produção do discurso, tomando como base a ideia de que os discursos não são fixos, mas se transformam e acompanham as transformações sociais da humanidade, conforme enfatiza Fernandes (2008), sendo, pois, constituídos na História e pela História. Considerou-se também o fato de que a língua é opaca e não transparente, e de que não existe uma relação direta entre o signo e o referente. Assim, os gestos de leitura aqui realizados nos permitiram observar que o sujeito morador da cidade, ao enunciar, estava sempre inscrito em uma formação discursiva predominante que concebia o homem do campo como ingênuo, bobo, atrasado no que se refere aos avanços da cidade. A construção da imagem do morador do campo baseada em imaginários sociodiscursivos já cristalizados fez-se notar durante o estudo. Tais imagens aproximam-se sobremaneira de outros personagens caipiras criados ao longo da história, como Jeca Tatu, de Monteiro Lobato – o que evidencia a ligação dessas construções ao interdiscurso. Por conseguinte, constatou-se que há um conflito entre formações discursivas que colocam o campo a e cidade como espaços antagônicos, bem como se observou que há a existência de discursos já legitimados e fixos sobre o que é ser morador do campo e o que é ser morador da cidade. Percebeu-se que foram silenciados outros discursos, tanto com relação ao campo, quanto à cidade, afinal o primeiro não se resume apenas ao trabalho, colheita e calmaria, assim como a cidade não é a síntese do caos. Silenciadas também estiveram outras posições de sujeitos moradores da cidade e, consequentemente, outras construções acerca do homem do campo.This master thesis is inserted in the discoursive studies scope and aims, as a main purpose, at investigating how it is constructed, by discourse, the country man‟s portrait in Chico Bento and Chico Bento Moço‟s comics, both Brazilian Maurício de Souza‟s characters. The choice of the comics that we made was due to the fact that this is a genre which has conquered space in society, mostly in schools, becoming, thus, an important mean for discourses transmission. Thereby, anchored in the theoretical-methodological contribution of the French line Discourse Analysis by the philosopher Michel Pêcheux and its main scholars, the discoursive and ideological formations about the country man, transmitted in the histories quoted above, will be analyzed, observing how they are characterized discoursively in this genre. Therefore, social elements, ideologies, History, the discourse‟s means of production were considered, building on the idea that discourses are not fixed, but transform themselves and follow the social transformations of humanity, as Fernandes (2008) enphasizes, being, on this account, constructed in History and by History, as well as how the fact that language is opaque and not transparent was considered, and that there is no direct relation between sign and its relative. Thus, the reading gestures performed here allowed us to observe that the subject who lives in a town, by enouncing, was always inscribed in a predominant discoursive formation which conceived the country man as someone naive, silly and slow in terms of the city advances. The country man‟s portait‟s construction based in sociodiscoursive imaginary already crystalized became evident during the research. Such portraits approaches greatly other hicks, created through History, like Monteiro Lobato‟s Jeca Tatu – what shows these constructions connection with the interdiscourse. Thereafter, we confirmed that there is a conflict among discoursive formations who conceive countryside and city both as opposed spaces, as well as we observed the existence of already legitimated and fixed discourses about what a country and a city dwellers would be like. We noticed that other discourses were silenced, both in relation to country and city, after all, the first one is not only restricted to work, harvest and calm, as well as the city is not the synthesis of chaos. Other positions of city dwellers were also silenced and, consequently, other constructions about the country man.Submitted by Roberth Novaes (roberth.novaes@live.com) on 2019-04-03T19:54:55Z No. of bitstreams: 1 dissertação - illa - revisada.pdf: 8591168 bytes, checksum: 93e54ab1ef0fd4c96ae73a80ae15df2a (MD5)Approved for entry into archive by Setor de Periódicos (per_macedocosta@ufba.br) on 2019-04-04T13:32:04Z (GMT) No. of bitstreams: 1 dissertação - illa - revisada.pdf: 8591168 bytes, checksum: 93e54ab1ef0fd4c96ae73a80ae15df2a (MD5)Made available in DSpace on 2019-04-04T13:32:04Z (GMT). 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