CONTROL SOCIAL Y CASTIGO: percepción del castigo en funcionarios policiales venezolanos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Monsalve Briceño, Yoana
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Caderno CRH
Texto Completo: https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/19136
Resumo: O artigo aborda as questões do significado policial do castigo e as justificativas morais de sua aplicação, utilizando dados provenientes de 14 entrevistas com funcionários de dois corpos policiais da área de Caracas, Venezuela. Se bem que, à primeira vista, o exercício do poder de castigar seja percebido pelos policiais como competência dos juízes penais, uma leitura mais detalhada indica que eles percebem, entre os cidadãos, uma demanda para atuar como executores diretos do castigo. Com isso, manifestam-se formas de organização e justificação dos castigos ilegais, assumindo esses policiais uma delegação ou um consentimento implícito por parte de outros operadores do sistema de justiça. Manifesta-se também a emergência de uma “clientela” do castigo, formada por pessoas moralmente desvalorizadas e com escasso poder de reivindicação social, ainda que ambas as dimensões guardem certa autonomia. Conclui-se com proposições para ampliar o âmbito da investigação e para analisar a extensão e consistência das percepções de ineficiência do sistema formal de justiça penal e sua influência no desenvolvimento do poder de castigo direto por parte da polícia. PALAVRAS-CHAVE: castigo, polícia, justiça penal, controle informal, moralidade, Venezuela. SOCIAL CONTROL AND PUNISHMENT: perception of punishment to Venezuelan police officers Yoana Monsalve Briceño The paper addresses issues of the meaning of punishment for the police and the moral justifications for its application, using data from 14 interviews with officials from two police forces in the area of Caracas, Venezuela. Although, at first glance, the exercise of the power to punish is perceived by the police as the jurisdiction of criminal judges, a more detailed reading indicates that they perceive, among the general public, a demand to act as direct executors of punishment. Thus, forms of organization and justification of illegal punishment appear, with these officers accepting a delegation or implied consent by other operators in the justice system. There is also the emergence of a “clientele” of punishment, formed by morally devalued people with little power of social demand, although both dimensions keep certain autonomy. It concludes with proposals to enlarge the scope of research and to analyze the extent and consistency of perceptions of inefficiency of the formal criminal justice system and its influence on the development of the power of direct punishment by the police. KEYWORDS: punishment, police, criminal justice, informal control, morality, Venezuela. CONTRÔLE SOCIAL ET PUNITION: perception de la punition par des policiers vénézuéliens Yoana Monsalve Briceño L’article aborde les questions concernant le sens de la punition d’un point de vue policier et les justifications morales de son application. L’analyse est faite à partir des données provenant de 14 interviews réalisées auprès de fonctionnaires des deux forces de police de la région de Caracas au Venezuela. Même si, à première vue, l’exercice du pouvoir d’application des punitions est perçu par la police comme relevant de la juridiction pénale des juges, une analyse plus détaillée montre que la police perçoit que les citoyens attendent d’elle qu’elle assume un rôle d’application directe des peines. C’est ainsi que des formes d’organisation et de justification de peines illégales surgissent, qui font que les policiers assument d’être les délégués ou reçoivent le consentement implicite d’autres représentants de la justice. On voit aussi surgir une ‘clientèle’ de la punition, formée par des personnes dévalorisées moralement et ne jouissant que d’un pouvoir limité de revendications sociales, même si ces deux dimensions gardent une certaine autonomie. L’article termine sur des propositions visant à élargir le champ de recherche et à analyser l’étendue et la consistance des perceptions de l’inefficacité du système formel de justice pénale et son influence sur le développement du pouvoir de punition directe de la police. MOTS-CLÉS: punition/châtiment, police, justice pénale, contrôle informel, moralité, Venezuela. Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br   Publicação Online do Caderno CRH no Scielo: http://www.scielo.br/ccrh
id UFBA-7_d766f1690a0dfee9876570766f2c82e6
oai_identifier_str oai:ojs.periodicos.ufba.br:article/19136
network_acronym_str UFBA-7
network_name_str Caderno CRH
repository_id_str
spelling CONTROL SOCIAL Y CASTIGO: percepción del castigo en funcionarios policiales venezolanoscastigopolíciajustiça penalcontrole informalmoralidadeVenezuelaO artigo aborda as questões do significado policial do castigo e as justificativas morais de sua aplicação, utilizando dados provenientes de 14 entrevistas com funcionários de dois corpos policiais da área de Caracas, Venezuela. Se bem que, à primeira vista, o exercício do poder de castigar seja percebido pelos policiais como competência dos juízes penais, uma leitura mais detalhada indica que eles percebem, entre os cidadãos, uma demanda para atuar como executores diretos do castigo. Com isso, manifestam-se formas de organização e justificação dos castigos ilegais, assumindo esses policiais uma delegação ou um consentimento implícito por parte de outros operadores do sistema de justiça. Manifesta-se também a emergência de uma “clientela” do castigo, formada por pessoas moralmente desvalorizadas e com escasso poder de reivindicação social, ainda que ambas as dimensões guardem certa autonomia. Conclui-se com proposições para ampliar o âmbito da investigação e para analisar a extensão e consistência das percepções de ineficiência do sistema formal de justiça penal e sua influência no desenvolvimento do poder de castigo direto por parte da polícia. PALAVRAS-CHAVE: castigo, polícia, justiça penal, controle informal, moralidade, Venezuela. SOCIAL CONTROL AND PUNISHMENT: perception of punishment to Venezuelan police officers Yoana Monsalve Briceño The paper addresses issues of the meaning of punishment for the police and the moral justifications for its application, using data from 14 interviews with officials from two police forces in the area of Caracas, Venezuela. Although, at first glance, the exercise of the power to punish is perceived by the police as the jurisdiction of criminal judges, a more detailed reading indicates that they perceive, among the general public, a demand to act as direct executors of punishment. Thus, forms of organization and justification of illegal punishment appear, with these officers accepting a delegation or implied consent by other operators in the justice system. There is also the emergence of a “clientele” of punishment, formed by morally devalued people with little power of social demand, although both dimensions keep certain autonomy. It concludes with proposals to enlarge the scope of research and to analyze the extent and consistency of perceptions of inefficiency of the formal criminal justice system and its influence on the development of the power of direct punishment by the police. KEYWORDS: punishment, police, criminal justice, informal control, morality, Venezuela. CONTRÔLE SOCIAL ET PUNITION: perception de la punition par des policiers vénézuéliens Yoana Monsalve Briceño L’article aborde les questions concernant le sens de la punition d’un point de vue policier et les justifications morales de son application. L’analyse est faite à partir des données provenant de 14 interviews réalisées auprès de fonctionnaires des deux forces de police de la région de Caracas au Venezuela. Même si, à première vue, l’exercice du pouvoir d’application des punitions est perçu par la police comme relevant de la juridiction pénale des juges, une analyse plus détaillée montre que la police perçoit que les citoyens attendent d’elle qu’elle assume un rôle d’application directe des peines. C’est ainsi que des formes d’organisation et de justification de peines illégales surgissent, qui font que les policiers assument d’être les délégués ou reçoivent le consentement implicite d’autres représentants de la justice. On voit aussi surgir une ‘clientèle’ de la punition, formée par des personnes dévalorisées moralement et ne jouissant que d’un pouvoir limité de revendications sociales, même si ces deux dimensions gardent une certaine autonomie. L’article termine sur des propositions visant à élargir le champ de recherche et à analyser l’étendue et la consistance des perceptions de l’inefficacité du système formel de justice pénale et son influence sur le développement du pouvoir de punition directe de la police. MOTS-CLÉS: punition/châtiment, police, justice pénale, contrôle informel, moralité, Venezuela. Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br   Publicação Online do Caderno CRH no Scielo: http://www.scielo.br/ccrh Universidade Federal da Bahia2011-06-09info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/1913610.9771/ccrh.v23i60.19136Caderno CRH; v. 23 n. 60 (2010): Dossiê: Policiamento e Polícia. Coord. Eduardo Paes-Machado, Jacqueline de Oliveira Muniz1983-82390103-4979reponame:Caderno CRHinstname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)instacron:UFBAporhttps://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/19136/12442Monsalve Briceño, Yoanainfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-07-31T14:24:53Zoai:ojs.periodicos.ufba.br:article/19136Revistahttps://portalseer.ufba.br/index.php/crh/about/editorialPolicies#custom-0PUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprevcrh@ufba.br||revcrh@ufba.br1983-82390103-4979opendoar:2017-07-31T14:24:53Caderno CRH - Universidade Federal da Bahia (UFBA)false
dc.title.none.fl_str_mv CONTROL SOCIAL Y CASTIGO: percepción del castigo en funcionarios policiales venezolanos
title CONTROL SOCIAL Y CASTIGO: percepción del castigo en funcionarios policiales venezolanos
spellingShingle CONTROL SOCIAL Y CASTIGO: percepción del castigo en funcionarios policiales venezolanos
Monsalve Briceño, Yoana
castigo
polícia
justiça penal
controle informal
moralidade
Venezuela
title_short CONTROL SOCIAL Y CASTIGO: percepción del castigo en funcionarios policiales venezolanos
title_full CONTROL SOCIAL Y CASTIGO: percepción del castigo en funcionarios policiales venezolanos
title_fullStr CONTROL SOCIAL Y CASTIGO: percepción del castigo en funcionarios policiales venezolanos
title_full_unstemmed CONTROL SOCIAL Y CASTIGO: percepción del castigo en funcionarios policiales venezolanos
title_sort CONTROL SOCIAL Y CASTIGO: percepción del castigo en funcionarios policiales venezolanos
author Monsalve Briceño, Yoana
author_facet Monsalve Briceño, Yoana
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Monsalve Briceño, Yoana
dc.subject.por.fl_str_mv castigo
polícia
justiça penal
controle informal
moralidade
Venezuela
topic castigo
polícia
justiça penal
controle informal
moralidade
Venezuela
description O artigo aborda as questões do significado policial do castigo e as justificativas morais de sua aplicação, utilizando dados provenientes de 14 entrevistas com funcionários de dois corpos policiais da área de Caracas, Venezuela. Se bem que, à primeira vista, o exercício do poder de castigar seja percebido pelos policiais como competência dos juízes penais, uma leitura mais detalhada indica que eles percebem, entre os cidadãos, uma demanda para atuar como executores diretos do castigo. Com isso, manifestam-se formas de organização e justificação dos castigos ilegais, assumindo esses policiais uma delegação ou um consentimento implícito por parte de outros operadores do sistema de justiça. Manifesta-se também a emergência de uma “clientela” do castigo, formada por pessoas moralmente desvalorizadas e com escasso poder de reivindicação social, ainda que ambas as dimensões guardem certa autonomia. Conclui-se com proposições para ampliar o âmbito da investigação e para analisar a extensão e consistência das percepções de ineficiência do sistema formal de justiça penal e sua influência no desenvolvimento do poder de castigo direto por parte da polícia. PALAVRAS-CHAVE: castigo, polícia, justiça penal, controle informal, moralidade, Venezuela. SOCIAL CONTROL AND PUNISHMENT: perception of punishment to Venezuelan police officers Yoana Monsalve Briceño The paper addresses issues of the meaning of punishment for the police and the moral justifications for its application, using data from 14 interviews with officials from two police forces in the area of Caracas, Venezuela. Although, at first glance, the exercise of the power to punish is perceived by the police as the jurisdiction of criminal judges, a more detailed reading indicates that they perceive, among the general public, a demand to act as direct executors of punishment. Thus, forms of organization and justification of illegal punishment appear, with these officers accepting a delegation or implied consent by other operators in the justice system. There is also the emergence of a “clientele” of punishment, formed by morally devalued people with little power of social demand, although both dimensions keep certain autonomy. It concludes with proposals to enlarge the scope of research and to analyze the extent and consistency of perceptions of inefficiency of the formal criminal justice system and its influence on the development of the power of direct punishment by the police. KEYWORDS: punishment, police, criminal justice, informal control, morality, Venezuela. CONTRÔLE SOCIAL ET PUNITION: perception de la punition par des policiers vénézuéliens Yoana Monsalve Briceño L’article aborde les questions concernant le sens de la punition d’un point de vue policier et les justifications morales de son application. L’analyse est faite à partir des données provenant de 14 interviews réalisées auprès de fonctionnaires des deux forces de police de la région de Caracas au Venezuela. Même si, à première vue, l’exercice du pouvoir d’application des punitions est perçu par la police comme relevant de la juridiction pénale des juges, une analyse plus détaillée montre que la police perçoit que les citoyens attendent d’elle qu’elle assume un rôle d’application directe des peines. C’est ainsi que des formes d’organisation et de justification de peines illégales surgissent, qui font que les policiers assument d’être les délégués ou reçoivent le consentement implicite d’autres représentants de la justice. On voit aussi surgir une ‘clientèle’ de la punition, formée par des personnes dévalorisées moralement et ne jouissant que d’un pouvoir limité de revendications sociales, même si ces deux dimensions gardent une certaine autonomie. L’article termine sur des propositions visant à élargir le champ de recherche et à analyser l’étendue et la consistance des perceptions de l’inefficacité du système formel de justice pénale et son influence sur le développement du pouvoir de punition directe de la police. MOTS-CLÉS: punition/châtiment, police, justice pénale, contrôle informel, moralité, Venezuela. Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br   Publicação Online do Caderno CRH no Scielo: http://www.scielo.br/ccrh
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011-06-09
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/19136
10.9771/ccrh.v23i60.19136
url https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/19136
identifier_str_mv 10.9771/ccrh.v23i60.19136
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/19136/12442
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Bahia
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Bahia
dc.source.none.fl_str_mv Caderno CRH; v. 23 n. 60 (2010): Dossiê: Policiamento e Polícia. Coord. Eduardo Paes-Machado, Jacqueline de Oliveira Muniz
1983-8239
0103-4979
reponame:Caderno CRH
instname:Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron:UFBA
instname_str Universidade Federal da Bahia (UFBA)
instacron_str UFBA
institution UFBA
reponame_str Caderno CRH
collection Caderno CRH
repository.name.fl_str_mv Caderno CRH - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
repository.mail.fl_str_mv revcrh@ufba.br||revcrh@ufba.br
_version_ 1799699053714341888