"Viva as almas da barragem!": a igreja libertadora e a caminhada da seca, Senador Pompeu- CE (1962-1983).

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Karoline Queiroz e
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Neves, Frederico de Castro
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
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Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/48773
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo entender o processo de construção da Caminhada da Seca, em Senador Pompeu- CE, a partir das relações estabelecidas entre a Igreja Católica e as comunidades, entre 1962 e 1983. A partir do Concílio do Vaticano II, realizado em 1962, a Igreja Católica lança novas diretrizes para a atuação de religiosos e leigos, mudanças que consolidaram a igreja da libertação. Em Senador Pompeu, desde a década de 60, padres já realizavam trabalhos voltados para a educação religiosa e política de jovens e adultos, contribuindo para a fundação de instituições como sindicatos e cooperativas. No campo eclesial, percebe-se um crescimento das Comunidades Eclesiais de Base, as CEBs. Assim, em 1982, padre Albino Donatti cria a Caminhada da Seca, para lembrar os mortos do Campo de Concentração do Patu em 1932 que, santificados pela fé popular, tornaram-se as Almas da Barragem. A cidade abrigou um dos sete campos de concentração construídos durante a seca de 1932 e, ainda preserva ruínas de prédios que serviram como instalações para os trabalhos que eram realizados no local. O debate historiográfico tem como foco leituras sobre religiosidade, cultura popular e movimentos sociais, utilizando autores como Philippe Ariès, E.P. Thompson e James C. Scott. No embate com as fontes orais e documentos produzidos pelas comunidades, é fundamental compreender como a postura assumida pela Igreja em sua preferência pelos pobres cria um campo propício para o desenvolvimento da romaria que promove a reflexão religiosa e política da situação dos homens e mulheres do campo.
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