Ditos(mau)ditos em Filosofia: uma breve apresentação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vasconcelos, José Gerardo
Data de Publicação: 2001
Tipo de documento: Capítulo de livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/46886
Resumo: E eu lá tenho tempo para dizer que te amo, diria, certa vez, Barbara A'Calixto Não tenho vida nem lembranças para saltar os buracos da memória, pois não serei eterno o suficiente para sonhar os lugares sagrados ou acordar as divindades mortas. Os deuses dançam? Os deuses mentem? Os deuses tramam contra as forças da história? Os deuses punem os mortais? Quem criou os deuses? O homem é o criador de deus ou o próprio deus criador? Somos jogados no mundo com a eterna marca da piedade cristã. Somos fragilizados nos limites de nossa generosidade e respeito aos diferentes modos de viver, sentir e sonhar. Somos seres de cultura e, como tal, lançados ao lodo de uma sórdida e miraculosa vontade de verdade. Isso pode simplesmente operacionalizar o esconderijo de nossos segredos mais profundos, o que simplesmente nos tornaria humanos. Esse segredo é a nossa passionalidade. Rompê-Ia significa simplesmente romper o elo que une o ser-humano ao não-ser- humano e ao demasiadamente humano. Ditos(mau)ditos da filosofia é um alerta aos filósofos do nosso tempo. A radical idade toma lugar na filosofia. Não podemos transformá- Ia em um punhado de signos e regras que tomam forma em determinados enunciados lógicos. A filosofia deve se fazer viva, impetuosa com os seus pares e acontecimentos hodiernos. É o presente que nos interessa. É a realidade que se enverga, retorce, distorce, desmancha ou desencarna para dar lugar aos segredos da vida e da existência. A humanidade se encontra nua. Destituída de sonhos e saudosa de suas perdas. Toma o seu lugar e roga ao consolo de seus pares.[...]
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