Perspectivismo e agonismo: Nietzsche sobre verdade e poder

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Thiago Mota Fontenele e
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Texto Completo: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/6488
Resumo: The aim of this text is to explain the relation between truth and power, that is, perspectivism and agonism, in Nietzsche’s thought. Firstly, we rebuild in analytical terms the nietzschean concept of nihilism, which so means anti-foundationalism, anti-realism and anti-correspondentialism in the theoretical field. Thus, nietzschean nihilism is the diagnosis of our time as the moment of crisis of the notions of foundation, truth and world. Nevertheless, Nietzsche is not a bare nihilist, for he proposes an experimental philosophy, within truth is not conceived as discovery but as creation, experiment, perspective, and so as inseparable of power. Afterwards, we elaborate a balance of the discussion on perspectivism and point two central questions: the problem of the reference to becoming and the problem of the self-reference of perspectivism. Facing these problems, we consider the pragmatic interpretation of perspectivism as the one which provides more advantages since it deepens her anti-realism and detranscendentalizes the subjectivity. Furthermore, the pragmatic perspectivism rejects the idea of correspondence in order to propose a perspectival concept of truth which thinks truth as natural, historic and linguistic conditioned plurality of perspectives. Inside this context, a situated within power relations utility, that is, an agonistic utility becomes the criterion of truth. Therefore we present an agonistic perspectivism based in the genealogy of the agón of word, that is, the rhetoric as it was practiced by the sophists during the time of the birth of democracy. Accordingly, we believe that it is not only possible rebuild the nietzschean perspectivism in pragmatic terms, but also contribute with the introduction of the question of power in the discussion on pragmatism. Finally, we assay a agonistic perspectival response to the pointed problems: reducing his ontological commitments to the minimum, sustaining a radically anti-foundationalist, anti-realist and anti-correspondentialist position, the agonistic perspectivism understands that becoming and perspectivism itself as fictions, interpretations, perspectives, what entangles no circularity at all but rather a confirmation of perspectivism.
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Afterwards, we elaborate a balance of the discussion on perspectivism and point two central questions: the problem of the reference to becoming and the problem of the self-reference of perspectivism. Facing these problems, we consider the pragmatic interpretation of perspectivism as the one which provides more advantages since it deepens her anti-realism and detranscendentalizes the subjectivity. Furthermore, the pragmatic perspectivism rejects the idea of correspondence in order to propose a perspectival concept of truth which thinks truth as natural, historic and linguistic conditioned plurality of perspectives. Inside this context, a situated within power relations utility, that is, an agonistic utility becomes the criterion of truth. Therefore we present an agonistic perspectivism based in the genealogy of the agón of word, that is, the rhetoric as it was practiced by the sophists during the time of the birth of democracy. Accordingly, we believe that it is not only possible rebuild the nietzschean perspectivism in pragmatic terms, but also contribute with the introduction of the question of power in the discussion on pragmatism. Finally, we assay a agonistic perspectival response to the pointed problems: reducing his ontological commitments to the minimum, sustaining a radically anti-foundationalist, anti-realist and anti-correspondentialist position, the agonistic perspectivism understands that becoming and perspectivism itself as fictions, interpretations, perspectives, what entangles no circularity at all but rather a confirmation of perspectivism.O objetivo desta dissertação é explicitar a relação entre verdade e poder, isto é, entre perspectivismo e agonismo, no pensamento de Nietzsche. Primeiramente, reconstruímos, em termos analíticos, o conceito nietzschiano de niilismo, que, em nível teórico, significa anti-fundacionismo, anti-realismo e anti-correspondencialismo. O niilismo nietzschiano é, assim, o diagnóstico de nosso tempo como o momento da crise das noções de fundamento, verdade e mundo. Entretanto, Nietzsche não é apenas um niilista, pois propõe uma filosofia experimental, para a qual, a verdade não é concebida como descoberta, mas como criação, experimento, perspectiva, e, enquanto tal, como indissociável do poder. Em seguida, elaboramos um balanço do debate acerca do perspectivismo e chegamos a duas questões centrais: o problema da referência ao devir e o problema da auto-referência do perspectivismo. Em função de suas respostas a essas questões, entendemos que a leitura pragmática do perspectivismo é aquela que oferece mais vantagens, pois consiste no aprofundamento de uma postura anti-realista e na destranscendentalização da subjetividade. Ademais, o perspectivismo pragmático rejeita a idéia de correspondência, para propor um conceito perspectivista de verdade, que a entende como pluralidade de perspectivas condicionadas natural, histórica e lingüisticamente. Nesse contexto, a utilidade se torna o critério de verdade, porém, enquanto utilidade situada em relações de poder, utilidade agonística. Portanto, no terceiro movimento, apresentamos um perspectivismo agonístico que parte da genealogia do agón da palavra, isto é, da retórica tal como era praticada no tempo da democracia grega. Cremos que, assim, não só é possível reconstruir o perspectivismo nietzschiano em termos pragmáticos, mas contribuir, através da introdução da questão do poder, no debate sobre o pragmatismo. Em conclusão, ensaiamos uma resposta perspectivista agonística aos problemas apontados: reduzindo seu comprometimento ontológico ao mínimo, sustentando uma posição radicalmente anti-fundacionista, anti-realista e anti-correspondencialista, o perspectivismo agonístico entende que tanto o devir quanto o próprio perspectivismo são como ficções, interpretações, perspectivas, o que, de resto, não acarreta circularidade, mas uma confirmação do perspectivismo.www.teses.ufc.brSouza, José Maria Arruda deSilva, Thiago Mota Fontenele e2013-11-05T18:26:00Z2013-11-05T18:26:00Z2007info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSILVA, Thiago Mota Fontenele e. Perspectivismo e agonismo: Nietzsche sobre verdade e poder. 2007. 148 f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Filosofia, Fortaleza (CE), 2007.http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/6488porreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)instname:Universidade Federal do Ceará (UFC)instacron:UFCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-07-08T14:08:29Zoai:repositorio.ufc.br:riufc/6488Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.ufc.br/ri-oai/requestbu@ufc.br || repositorio@ufc.bropendoar:2024-09-11T18:34:29.871565Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Universidade Federal do Ceará (UFC)false
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