O princípio da não autoincriminação no processo panal brasileiro: extensão e limitações em face da persecução penal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/31517 |
Resumo: | Este estudo examina o princípio da não autoincriminação, também expresso pela máxima nemo tenetur se detegere, no contexto do Direito Constitucional e Processual Penal brasileiro, abordando os seus contornos e repercussões no regime de provas. A análise da origem e da evolução do mencionado princípio revela que a busca da verdade real, no processo penal, legitimou, durante muitos séculos, a atuação irrestrita do Estado na reconstrução dos fatos, na qual se admitiu, inclusive, o emprego de métodos aviltantes de tortura para obter a confissão. O princípio nemo tenetur se detegere representou um marco na humanização da persecução penal, sendo hodiernamente reconhecido em diversos ordenamentos, inclusive no âmbito internacional. A Constituição Federal de 1988 inseriu no rol dos direitos e garantias fundamentais, explicitamente, o direito ao silêncio, elemento nuclear do princípio da não autoincriminação. A jurisprudência e a doutrina nacionais vêm descortinando, ademais, outra faceta desse princípio, a qual designamos, neste estudo, direito de não produzir provas contra si mesmo, que permite ao indivíduo recusar-se a colaborar na produção de provas que possam ser utilizadas contra si na persecução penal. Esse direito deve, no entanto, harmonizar-se com o interesse público na correta e eficaz atuação do jus puniendi estatal, igualmente tutelado pelo texto constitucional. |
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O princípio da não autoincriminação no processo panal brasileiro: extensão e limitações em face da persecução penalÔnus da provaProcesso penalAutoincriminaçãoEste estudo examina o princípio da não autoincriminação, também expresso pela máxima nemo tenetur se detegere, no contexto do Direito Constitucional e Processual Penal brasileiro, abordando os seus contornos e repercussões no regime de provas. A análise da origem e da evolução do mencionado princípio revela que a busca da verdade real, no processo penal, legitimou, durante muitos séculos, a atuação irrestrita do Estado na reconstrução dos fatos, na qual se admitiu, inclusive, o emprego de métodos aviltantes de tortura para obter a confissão. O princípio nemo tenetur se detegere representou um marco na humanização da persecução penal, sendo hodiernamente reconhecido em diversos ordenamentos, inclusive no âmbito internacional. A Constituição Federal de 1988 inseriu no rol dos direitos e garantias fundamentais, explicitamente, o direito ao silêncio, elemento nuclear do princípio da não autoincriminação. A jurisprudência e a doutrina nacionais vêm descortinando, ademais, outra faceta desse princípio, a qual designamos, neste estudo, direito de não produzir provas contra si mesmo, que permite ao indivíduo recusar-se a colaborar na produção de provas que possam ser utilizadas contra si na persecução penal. Esse direito deve, no entanto, harmonizar-se com o interesse público na correta e eficaz atuação do jus puniendi estatal, igualmente tutelado pelo texto constitucional.Cet étude examine le príncipe de la non auto-incrimination, aussi exprimé par la maxime nemo tenetur se detegere, dans le cadre du Droit Constitutionnel et de Procédure Pénale brésiliens, abordant ses contours et son impact sur le régime de preuves. L‘analyse de l‘origine et de l‘évolution de ce principe montre que la récherche de la vérité réelle, dans la procédure pénale, a légitimé pendant des siècles l‘action libre de l‘État dans la reconstruction des faits, dans laquelle on a admis même l‘emploi des méthodes dégradantes de torture pour obtenir des aveux. Le principe nemo tentur se detegere a été une étape importante de l‘humanization de la poursuite pénale, étant aujourd‘hui reconnu dans plusieurs pays et même au niveau international. La Constitution Brésilienne de 1988 a introduit explicitement dans le rang des droits et garanties fondamentaux le droit au silence, élement de base du principe contre l‘auto-incrimination. La jurisprudence et la doctrine brésiliennes révèlent aussi un autre aspect de ce principe, lequel est désigné dans cette étude droit de ne pas produire des preves contre lui-même, ce qui permet à l‘individu de refuser de coopérer dans la production des élements de preuve qui pourraient être utilisés contre lui-même à des poursuites pénales. Cependent, ce droit dois être mis en harmonie avec l‘intérêt publique dans l‘execution correcte et efficade du jus puniendi de l‘État, également protégé par la Constitution.Arruda, Samuel MirandaCunha, Milenna Marjorie Fonsêca da2018-04-26T14:29:28Z2018-04-26T14:29:28Z2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfCUNHA, Milenna Marjorie Fonsêca da. O princípio da não autoincriminação no processo panal brasileiro: extensão e limitações em face da persecução penal. Fortaleza, 2010. 174 f. Monografia (Graduação em Direito) - Faculdade de Direito, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2010.http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/31517porreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)instname:Universidade Federal do Ceará (UFC)instacron:UFCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-07-13T19:25:46Zoai:repositorio.ufc.br:riufc/31517Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.ufc.br/ri-oai/requestbu@ufc.br || repositorio@ufc.bropendoar:2024-09-11T18:20:07.754549Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Universidade Federal do Ceará (UFC)false |
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